Doenças crônicas
O que são doenças crônicas?
Doenças crônicas são aquelas que duram por um tempo longo, geralmente mais de três meses, ou mesmo aquelas que são definitivas, pelo resto da vida, e precisam de controles médicos praticamente constantes. Elas são de dois tipos: (1) doenças crônicas transmissíveis (infecciosas) e (2) doenças crônicas não transmissíveis.
Algumas delas, como o câncer1 e as doenças cardiovasculares2, estão entre as principais causas de morte no Brasil e no mundo. Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde3 (OMS), a mortalidade4 atribuída às principais doenças crônicas deve corresponder a um percentual de cerca de 73% do total de mortes. Além disso, 79% das mortes atribuídas às doenças crônicas ocorrem nos países em desenvolvimento, como o Brasil. E, infelizmente, a aderência aos tratamentos chega a ser apenas de 20% nesses países. E isso, talvez, porque elas não põem em risco imediato a vida da pessoa e não são, pois, emergências médicas.
As doenças crônicas incluem, entre outras:
- o câncer1;
- o diabetes5;
- a obesidade6;
- as doenças cardiovasculares2;
- a hipertensão7;
- a asma8;
- a bronquite por doença pulmonar obstrutiva cônica (DPOC);
- o colesterol9 alto;
- a maioria das doenças autoimunes10;
- algumas infecções11 como a tuberculose12, a lepra13, a sífilis14, a AIDS;
- a maior parte das parasitoses;
- quase todas as doenças de causa genética;
- a doença de Alzheimer15;
- e as doenças mentais.
Além de alta mortalidade4, as doenças crônicas apresentam forte carga de morbidades e de incapacidades a elas relacionadas. Elas são responsáveis, também, por grande número de internações, bem como estão entre as principais causas de perdas de mobilidade e de outras funções neurológicas, amputações e outras intervenções mutiladoras, as quais envolvem perda significativa da qualidade de vida, o que costuma se aprofundar à medida que a doença se agrava.
No entanto, dependendo do caso e do paciente, a convivência e a qualidade de vida podem não ser afetadas, desde que o acompanhamento e o tratamento médicos sejam seguidos corretamente.
Quais são as causas das doenças crônicas?
Cada doença crônica tem suas causas específicas, mas de um modo geral o consumo de álcool, fumo e drogas, o sedentarismo16, a obesidade6 e o uso indiscriminado de medicamentos têm sido responsáveis pelo surgimento e/ou persistência de grande número de doenças crônicas.
Outro fator importante é a predisposição genética, ou seja, o histórico familiar. Um outro grupamento significativo de doenças crônicas é causado por infecções11, algumas das quais podem ser curadas, como a tuberculose12, por exemplo, e outras, apesar de não curáveis, podem ser mantidas sob controle, como a AIDS, por exemplo.
Leia sobre "Acidente vascular cerebral17 em jovens", "Lombalgia18, dor nas costas19 ou dor lombar" e "Repercussões cardíacas da obesidade6".
Quais são as características das doenças crônicas?
Infelizmente, a maioria dos pacientes só descobre as enfermidades crônicas depois que os sintomas20 aparecem, quando a patologia21 já está instalada e seus efeitos talvez sejam irreversíveis. Existem doenças crônicas que ficam “adormecidas” por algum tempo, para só mais tarde mostrar seus sintomas20 e riscos como, por exemplo, o lúpus22, a psoríase23 ou a esclerose24.
As características clínicas das doenças crônicas são individualizadas para cada uma delas, mas geralmente apresentam início gradual, têm duração incerta, na maioria dos casos longa e indefinida, prognósticos variáveis e, em geral, apresentam causas múltiplas.
Segundo levantamento do Ministério da Saúde3, em 2013, as enfermidades crônicas atingiram em maior número o sexo feminino, com quase 45% do total de enfermidades. Grande número delas apresenta curso clínico que muda ao longo do tempo, com possíveis períodos de agudização que podem gerar incapacidades transitórias ou permanentes, antes inexistentes.
As características comuns à maioria delas, excluídas talvez apenas as doenças infecciosas, incluem:
- serem permanentes;
- produzirem incapacidades ou deficiências em graus variáveis;
- serem causadas por alterações patológicas irreversíveis;
- exigirem um empenho especial do paciente para a reabilitação;
- e demandarem longos períodos de supervisão, observação ou cuidados.
Como o médico trata as doenças crônicas?
Existem uns casos mais complexos do que outros e o acompanhamento médico é variável entre cada um deles. Além de consultas periódicas, pode ser necessário buscar atendimentos extras em casos de crises agudas ou de sintomas20 que assumam uma maior intensidade.
Na maioria das vezes, o tratamento das doenças crônicas envolve um processo de cuidado contínuo e permanente, mudanças de estilo de vida da pessoa e cuidados contínuos e prolongados que, muitas vezes, mesmo assim, não levam à cura.
É muito frequente que o tratamento das doenças crônicas envolva uma equipe multiprofissional e consista apenas em medidas paliativas ou de suporte. Os tratamentos instituídos não devem ser modificados ou interrompidos sem recomendação médica. Em alguns casos, isso é vital e pode corresponder a evoluções ou complicações graves da doença, como acontece, por exemplo, com o diabetes5.
Como evoluem as doenças crônicas?
Grande parte das doenças crônicas não tem uma cura definitiva e precisam ser monitoradas e controladas pelo resto da vida (diabetes5, hipertensão7, etc.). Outras, que são curáveis, demandam longos e complexos tratamentos, que levam um longo tempo (obesidade6, tuberculose12, hanseníase, etc.).
Algumas são evolutivas ao longo do tempo, como as doenças degenerativas25, e outras já surgem desde o nascimento em sua forma definitiva, como certas doenças hereditárias.
Como evitar as doenças crônicas?
As medidas gerais destinadas a tornar a vida mais saudável também servem para prevenir as doenças crônicas:
- evitar o tabagismo;
- evitar a exposição a agentes alergenos26, como poeira e poluição, ácaros, animais e perfumes;
- adotar uma alimentação mais natural e saudável, sem muito processados;
- praticar atividades físicas, mesmo as de menor impacto;
- evitar o estresse e buscar por apoio psicológico quando necessário;
- dormir bem, pelo menos 7 a 8 horas por noite;
- tomar as vacinas;
- exercitar a mente com leitura e/ou algum hobby.
Veja também sobre "Doenças cardiovasculares2", "Reumatismos inflamatórios sistêmicos27" e "Demência28".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente do site do Ministério da Saúde – Brasil
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.