Esclerose sistêmica
O que é esclerose1 sistêmica?
A esclerose1 sistêmica é uma doença reumática autoimune2 crônica, rara, caracterizada pela produção exagerada de colágeno3 e alterações degenerativas4, provocando alteração da textura e aparência da pele5 e formação de cicatrizes6 na pele5, articulações7 e órgãos internos, além de anormalidades dos vasos sanguíneos8.
Quais são as causas da esclerose1 sistêmica?
Não está claro por que ela acontece. Acredita-se que certos genes estejam envolvidos, pois ter um parente próximo com a doença pode aumentar o risco.
Qual é o substrato fisiológico9 da esclerose múltipla10?
Normalmente, o sistema imunológico11 do corpo se ativa para combater todos os agentes estranhos que infectam o corpo e de novo se acalma quando esse agente é eliminado. Pensa-se que a esclerose1 sistêmica ocorre porque parte do sistema imunológico11 se tornou hiperativo e fora de controle, fazendo com que as células do tecido conjuntivo12 produzam colágeno3 em excesso, causando cicatrizes6 e espessamento (fibrose13) dos tecidos.
Quais são as características clínicas da esclerose1 sistêmica?
Há duas formas clínicas da doença: (1) limitada e (2) difusa. Na forma limitada, ocorre espessamento da pele5 limitado aos cotovelos e joelhos; na forma difusa, além dessas partes, o espessamento também acomete braços, coxas14, tronco e abdômen.
Na forma difusa, órgãos internos costumam ser acometidos ainda nos primeiros 5 anos da doença. Na forma limitada, se essas complicações ocorrerem, elas tendem a só se manifestarem mais tarde e mais comumente na forma de complicações vasculares15, como a hipertensão arterial16 pulmonar, por exemplo.
A primeira manifestação clínica na esclerose1 sistêmica costuma ser o fenômeno de Raynaud17 (episódios reversíveis de vaso espasmos18 de extremidades, associados a palidez, seguidos por cianose19). Dependendo da gravidade do fenômeno, pode ocorrer a formação de úlceras20. Acomete comumente as mãos21 e os pés, mas pode também afetar as orelhas22, o nariz23 e a língua24.
Além do fenômeno de Raynaud17, o paciente com esclerose1 sistêmica pode apresentar comprometimento de outros sistemas orgânicos, como acometimento pulmonar, renal25 e cardíaco. Assim, podem ocorrer, entre outros sintomas26, falta de ar, tosse, aumento da pressão arterial27, refluxo, dificuldade para engolir, sensação de empachamento abdominal, obstipação28 e palpitações29.
Ademais, as características da esclerose1 sistêmica incluem distúrbios vasomotores essenciais; fibrose13; atrofia30 subsequente da pele5, tecido subcutâneo31 e músculos32; e distúrbios imunológicos.
Leia também sobre "Dor nas juntas", "Artrite reumatoide33", "Esclerose1 lateral amiotrófica" e "Esclerose1 tuberosa".
Como o médico diagnostica a esclerose1 sistêmica?
A história clínica e o exame físico são essenciais e em 90% dos casos são suficientes para o diagnóstico34. Os exames laboratoriais e de imagem são importantes somente para a avaliação da extensão da doença e seu acompanhamento.
Com relação aos exames laboratoriais, o Fator Antinuclear é encontrado em mais de 95% dos pacientes, assim como os anticorpos35 específicos da doença também são encontrados em altas taxas. Exames subsidiários como capilaroscopia, radiografia das mãos21 e do tórax36, tomografia computadorizada37 de tórax36, e outros mais, ajudam a reconhecer as características específicas de cada caso.
Um diagnóstico34 diferencial tem de ser feito com outros distúrbios associados ao fenômeno de Raynaud17, doenças do tecido conectivo38 e condições com envolvimento cutâneo39 ou visceral semelhante à esclerose1 sistêmica.
Como o médico trata a esclerose1 sistêmica?
A esclerose1 sistêmica não tem cura definitiva. O objetivo dos tratamentos disponíveis é aliviar os sintomas26, prevenir o agravamento da condição, detectar e tratar quaisquer complicações e ajudar o paciente a manter o uso das partes afetadas do corpo.
Normalmente, esses tratamentos incluem:
- medicação para melhorar a circulação40;
- medicamentos para reduzir a atividade do sistema imunológico11 e retardar a progressão da doença;
- esteroides para aliviar problemas articulares e musculares;
- hidratação das áreas afetadas da pele5 para ajudar a mantê-las flexíveis e aliviar a coceira;
- além de vários outros medicamentos para controlar sintomas26 diversos como dor, azia41 e pressão alta.
O fenômeno de Raynaud17 pode ser prevenido mantendo as extremidades aquecidas com luvas e meias e evitando lavar as mãos21 com água fria. Medicamentos vasodilatadores, que melhoram a circulação40 nas extremidades, também podem ser usados.
Se os sintomas26 do paciente forem graves, pode ser necessária uma cirurgia para, por exemplo, remover caroços duros sob a pele5 ou afrouxar músculos32 tensos.
Tratamentos mais recentes, como terapia a laser e terapia fotodinâmica, estão sendo testados e podem melhorar o resultado da doença para muitas pessoas.
É muito importante iniciar o tratamento o mais precocemente possível porque, embora ele não cure a doença, ajuda a atrasar seu desenvolvimento e evita o surgimento de complicações.
Como evolui a esclerose1 sistêmica?
O curso da esclerose1 sistêmica é muito imprevisível, mas ela é a mais fatal de todas as doenças reumatológicas. Pacientes com esclerose1 difusa tendem a ter um curso clínico mais agressivo e a desenvolver complicações viscerais que, se graves, podem levar à morte. A insuficiência cardíaca42, por exemplo, pode ser intratável.
Leia sobre "Doenças autoimunes43", "Reumatismos inflamatórios sistêmicos44", "Colagenoses" e "Doenças degenerativas4".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da SBR – Sociedade Brasileira de Reumatologia, do NHS – National Health Service e da NORD – National Organization for Rare Disorders.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.