Acidente vascular cerebral em jovens
O que é um acidente vascular cerebral1?
O acidente vascular cerebral1 (AVC), popularmente conhecido como derrame2 cerebral, é a doença neurológica que mais frequentemente acomete o sistema nervoso3 e é a principal causa de incapacidades físicas e mentais. Ele ocorre quando o suprimento de sangue4 para uma parte do cérebro5 é interrompido subitamente (AVC isquêmico6) ou quando um vaso sanguíneo no cérebro5 rompe, extravasando seu conteúdo e dando origem a um hematoma7, ou coágulo8, que provoca sofrimento no tecido9 cerebral (AVC hemorrágico10). O AVC isquêmico6 é o mais comum, representa cerca de 85% dos casos de derrames. Já o AVC hemorrágico10, embora menos comum, apresenta maior mortalidade11.
Saiba mais sobre "Acidente vascular cerebral1", "Hemorragia12 cerebral" e "Isquemia13 cerebral transitória".
O que é um acidente vascular cerebral1 em jovens?
Os AVCs habitualmente são eventos que ocorrem em pessoas adultas a partir da 5ª década da vida. Os jovens representam 10% - 14% dos pacientes. Embora mais comum em adultos, o AVC também ocorre mesmo em recém-nascidos, lactentes14 e crianças, resultando em morbidade15 e mortalidade11 significativas.
O AVC em jovens vem aumentando no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde16, 62 mil pessoas abaixo dos 45 anos morreram de AVC entre os anos 2000 e 2010, e desde então crianças e adolescentes têm engrossado a lista. Em 2012, quatro mil pessoas entre 15 e 34 anos foram internadas por causa do problema no país.
Quais são as causas do acidente vascular cerebral1 em jovens?
Ambos os sexos são igualmente afetados. Num estudo em pacientes jovens com AVC foram encontrados dislipidemia (38%), tabagismo (34%), hipertensão arterial17 (20%) e diabetes mellitus18 (11%). As artérias19 mais afetadas são, pela ordem, artéria cerebral média20 (23%), carótida interna (13%) e artéria21 vértebro basilar (13%).
A causa maior do acidente foi cardioembólica, em 47% dos casos, e indeterminada em 11%. As justificativas alegadas para o quadro vão desde hábitos pouco saudáveis até os métodos mais precisos de diagnósticos. As pessoas estão expostas cada vez mais a fatores de risco como sedentarismo22, pressão arterial23 elevada, diabetes24, colesterol25 alto e obesidade26.
Leia sobre "Tabagismo", "Sedentarismo22", "Glicemia27", "Hipertensão arterial17", "Colesterol25 alto" e "Obesidade26".
Quais são as principais características clínicas do acidente vascular cerebral1 em jovens?
Os AVCs podem ser de dois principais tipos:
- Isquêmico6 (85% dos casos), quando há interrupção da chegada do sangue4 ao cérebro5, provocado pela obstrução dos vasos sanguíneos28.
- Hemorrágico10, caracterizado por sangramento dentro do tecido9 cerebral, devido ao rompimento de um vaso sanguíneo.
Os sintomas29 do AVC em jovens são idênticos aos que acontecem em outras faixas etárias. Eles normalmente são agudos ou rapidamente progressivos, caracterizados por perda da força muscular ou formigamento de um lado do corpo; dificuldade para falar ou compreender; dor de cabeça30 forte sem outra causa aparente; perda visual, particularmente de um olho31 apenas; perda do equilíbrio ou tontura32.
Como o médico diagnostica o acidente vascular cerebral1 em jovens?
O diagnóstico33 de AVC deve começar pela história clínica do paciente, mas deve ser refinado por angiografia34 cerebral, ultrassonografia35 cardíaca, Holter36 e exame de coagulabilidade sanguínea. Cerca de um terço dos pacientes jovens com AVC, particularmente os menores de 35 anos, têm infartos múltiplos.
Alguns dos sinais37 e sintomas29 do AVC podem aparecer também em outras condições que levam a um déficit neurológico focal. Muitos destes outros diagnósticos podem ser esclarecidos com um exame de glicemia27 ou com exames de imagem como tomografia computadorizada38 ou ressonância nuclear magnética do crânio39.
Veja mais sobre "Diagnóstico33 e tratamento do AVC" e "Angiografia34".
Como o médico trata o acidente vascular cerebral1 em jovens?
O tratamento do paciente, seja ele jovem ou não, vai depender do tipo de AVC. Nos casos de isquemia13 cerebral, há a possibilidade de utilizar medicações que podem desobstruir os vasos sanguíneos28. Além das medicações, tanto nos casos de isquemia13 quanto de hemorragia12, deve ser considerada e avaliada a necessidade de intervenção cirúrgica.
A presteza no atendimento do AVC é essencial; quanto mais rápido for diagnosticado e tratado o AVC, menor será a sua extensão e consequentemente menores serão as sequelas40 do paciente.
Tão importante quanto o tratamento são os cuidados pós-AVC. A reabilitação motora deve ter início precoce e ser conduzida por uma equipe multidisciplinar. Em geral, 85% dos pacientes apresentam boa resposta à reabilitação quando esta é realizada de forma precoce e eficaz.
Como prevenir o acidente vascular cerebral1 em jovens?
O tratamento preventivo41 deve ser feito pelo controle dos fatores de risco, além da necessidade de não fumar, ter uma alimentação saudável e praticar exercícios físicos regulares.
Leia também sobre "Alimentação saudável" e "Atividade física".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.