Demência: conceito, causas, fisiopatologia, sintomas, diagnóstico, tratamento, prevenção, evolução, complicações
O que é demência1?
A demência1 (do latim: de = falta, diminuição; mens = mente) não é uma doença específica, mas um termo que se refere a sintomas2 que interferem negativamente no raciocínio, na linguagem e na memória, em virtude de desordens que afetam o cérebro3. Ela implica na perda ou redução progressiva das capacidades cognitivas de forma parcial ou completa, permanente ou momentânea e esporádica, suficientemente importante a ponto de provocar uma perda de autonomia do indivíduo. As demências mais típicas e importantes, contudo, são aquelas degenerativas4, próprias de pessoas idosas. Grosseiramente falando, elas equivalem àquilo que popularmente é chamado de “caduquice”.
Quais são as causas da demência1?
Embora a demência1 seja mais comum nas pessoas idosas, ela não é uma parte normal do processo de envelhecimento. Algumas pessoas podem chegar a idades muito avançadas sem apresentar sinais5 de demência1. Entre as diversas situações que podem causar demência1 estão as doenças que causam degeneração6 das células nervosas7 do cérebro3, doenças que afetam os vasos sanguíneos8, o uso de substâncias tóxicas como o álcool ou drogas, deficiências nutricionais, infecções9, certos tipos de hidrocefalia10, traumas cerebrais, agudos ou crônicos, etc. São fatores de risco para a demência1: idade avançada, normalmente acima dos 65 anos, embora a demência1 possa ocorrer em pessoas mais novas, histórico familiar de demências, embora muitas pessoas com relatos familiares positivos para demência1 não desenvolvam a doença, enquanto outras, sem nenhum histórico podem desenvolvê-la e pessoas com síndrome de Down11 podem desenvolvê-la mais cedo que as demais. São fatores favorecedores das demências, entre outros, a aterosclerose12, a hipertensão arterial13, o colesterol14 elevado, a depressão, a diabetes mellitus15 e o tabagismo.
Qual é a fisiopatologia16 da demência1?
Há mais de cinquenta causas conhecidas de demências, mas todas elas se desenvolvem quando partes do cérebro3 que são responsáveis pelo aprendizado, memória ou linguagem são afetadas por alguma doença.
Quais são os principais sinais5 e sintomas2 da demência1?
Os principais sinais5 e sintomas2 da demência1 são déficits significativos do funcionamento intelectual. As pessoas têm perdas de memória e da sua habilidade de resolver os problemas que se antepõem, não conseguem manter controle sobre as emoções e podem também ter mudanças em sua personalidade, comportamento ou humor, tais como agitação, depressão, ilusões e alucinações17. Na demência1 há sempre, além dos problemas de memória, dificuldades de se comunicar e de realizar tarefas mais complexas, dificuldades de coordenação motora, problemas para se orientar no tempo e no espaço, comportamentos inadequados, paranoia, etc. Embora o sintoma18 mais típico de todas as demências seja a perda da memória, em alguns poucos casos ela pode não ser o sintoma18 inicialmente dominante. Por outro lado, a perda da memória pode também acontecer fora da demência1 e por isso a doença deve então ser diagnosticada pelo conjunto dos sintomas2 que a constitui. Tudo isso ocorre sem perda da lucidez da consciência. Algumas formas de demência1 são, por exemplo, a doença de Alzheimer19, a demência1 vascular20, a demência1 frontotemporal, a doença de Huntington e a doença de Creutzfeldt-Jakob.
Como o médico diagnostica a demência1?
O diagnóstico21 da demência1 depende do histórico médico do paciente e de exames complementares, na dependência do tipo de demência1 suspeitado, tais como hemograma, dosagem de eletrólitos22, ureia23 e creatinina24, exames de função hepática25 e tireoidiana, dosagem de vitamina26 B12 e ácido fólico no sangue27, sorologia para sífilis28, glicemia de jejum29 e exame de imagens como tomografia computadorizada30 de crânio31 ou ressonância magnética32 de encéfalo33. A análise do líquido cefalorraquidiano34, a sorologia para HIV35 e o eletroencefalograma36 só devem ser solicitados em casos com evolução atípica.
Como o médico trata a demência1?
Em casos em que as causas sejam tratáveis, a demência1 chamada de pseudo demência1 pode ser curada e revertida, como as demências devidas ao abuso de drogas ou álcool, infecções9 ou tumores cerebrais, por exemplo. Outras demências, contudo, chamadas de demências verdadeiras ou degenerativas4, têm um curso inexoravelmente progressivo. Medicamentos diversos podem ser usados, na dependência do tipo das pseudo demências. Nenhuma droga paralisa ou faz regredir a demência1 verdadeira, mas pode fazê-la evoluir mais lentamente ou aliviar seus sintomas2. Muitas pessoas com demência1 em suas fases iniciais podem ser ajudadas por tarefas que exercitem e ativem seu funcionamento cognitivo37. As pessoas podem também ser aconselhadas a usarem algo que ajude sua memória como, por exemplo, método mnemônico38, tomar notas, adotar avisos eletrônicos, etc. As pessoas com demências moderadas ou avançadas geralmente necessitam acompanhamento em tempo integral para evitar que se acidentem, bem como podem precisar ser assistidas em suas atividades diárias, como tomar banhos, se alimentarem ou se vestirem, por exemplo.
Como prevenir a demência1?
Uma grande parte das causas de demência1 não tem como ser prevenidas, mas é possível reduzir os fatores de risco de algumas delas, prevenindo as doenças que podem causá-la.
Como evolui a demência1?
Muitas demências levam a uma perda progressiva das funções mentais, mas é possível paralisar ou mesmo reverter os sintomas2 de algumas delas com o tratamento apropriado. Deve-se ter em mente, contudo, que pessoas com demência1 degenerativa39 estarão piores a cada vez e necessitando de maior ajuda.
Quais são as complicações possíveis da demência1?
Como a demência1 diminui muito a capacidade de defesas tanto físicas como psicológicas dos acometidos, as pessoas ficam mais sujeitas a um aumento das infecções9, perda da capacidade de cuidar da própria higiene, além de serem mais sujeitas aos efeitos colaterais40 das medicações. Tudo isso contribui para tornar mais reduzida a expectativa de vida41 dessas pessoas.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.