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O processo de digestão e absorção de alimentos

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O que é o processo de digestão1 e absorção de alimentos?

A digestão1 e a absorção são processos necessários ao aproveitamento orgânico dos alimentos ingeridos, transformando-os em nutrientes. Alimentos e nutrientes são conceitos relacionados, mas diferentes. Mas qual é, afinal, a diferença entre eles?

Alimentos são todas as substâncias utilizadas pelos seres vivos como fonte de matéria ou energia para poderem realizar suas funções vitais, incluindo crescimento, movimento e reprodução2. Ou seja, alimento é aquilo que os seres vivos comem e bebem para a sua subsistência.

A alimentação pode incluir várias substâncias que não são necessárias para as funções biológicas, mas que fazem parte da cultura, como compostos químicos, temperos, corantes e conservantes. Os alimentos também podem conter outras substâncias, como fibras e água, que são importantes para o funcionamento adequado do corpo.

Uma vez digeridos e absorvidos, os alimentos fornecem substâncias diversas que constituem a “matéria-prima” para a construção de novas células3, em substituição às células3 que morrem. Além disso, os alimentos atuam também como “combustíveis” do organismo, fornecendo a energia necessária para a atividade dos órgãos.

Nutrientes são substâncias químicas que o corpo precisa para crescer, manter-se e funcionar corretamente. Eles são obtidos a partir dos alimentos que as pessoas consomem e incluem carboidratos, proteínas4, gorduras, vitaminas e sais minerais, que são necessários para manter a saúde5 e o bem-estar. Cada nutriente tem funções específicas no corpo e é necessário em diferentes quantidades para manter a saúde5.

Resumindo, alimentos são as substâncias que fornecem nutrientes e energia para o corpo, enquanto os nutrientes são as substâncias químicas específicas que o corpo precisa para funcionar corretamente.

Veja sobre "Micronutrientes6", "Macronutrientes7", "Metabolismo8" e "O que são calorias9".

Em que consiste o processo de digestão1 de alimentos?

Digestão1 é o processo pelo qual o corpo transforma os alimentos que consumimos em nutrientes que podem ser absorvidos e utilizados pelo organismo. Esse processo começa na boca10, onde os alimentos são mastigados e misturados com saliva, que contém enzimas que começam a decompor os carboidratos. Em seguida, os alimentos são engolidos e passam pelo esôfago11 até o estômago12, onde são misturados com suco gástrico, que contém ácido clorídrico13 e enzimas que ajudam a quebrar as proteínas4.

O alimento é então transformado em uma pasta espessa chamada quimo e passa para o intestino delgado14, onde são liberadas enzimas do pâncreas15 e da vesícula biliar16 para ajudar na digestão1. Nesse estágio, os carboidratos, proteínas4 e gorduras são quebrados em moléculas menores, que são absorvidas pelo revestimento do intestino delgado14 e transportadas pelo sangue17 para as células3 do corpo.

O que sobra desse processo é enviado para o intestino grosso18, onde a água é absorvida e os resíduos são eliminados como fezes.

O processo de digestão1 é essencial para a manutenção da saúde5 e do funcionamento adequado do organismo, e é influenciado por fatores como a qualidade da alimentação, o estado de saúde5 geral e a presença de condições médicas que afetam o sistema digestivo19.

Em que consiste o processo de absorção de nutrientes?

O processo de absorção de nutrientes ocorre no sistema digestório20 e consiste na passagem dos nutrientes do interior do trato gastrointestinal para a corrente sanguínea e, em seguida, para as células3 do corpo. Esse processo se dá depois que os alimentos são digeridos no sistema gastrointestinal.

Os nutrientes são então liberados para o intestino delgado14, onde ocorre a maior parte da absorção. O revestimento do intestino delgado14 tem vilosidades em sua superfície, que são como pequenas dobras que aumentam a área superficial do intestino, permitindo que mais nutrientes sejam absorvidos. Cada vilosidade é revestida com células3 que possuem microvilosidades em sua superfície, aumentando ainda mais a área de absorção. Os nutrientes são transportados para o interior dessas células3 e, em seguida, para a corrente sanguínea, que os leva para as demais células3 do corpo.

Diferentes tipos de nutrientes são absorvidos de maneiras diferentes. Por exemplo, os carboidratos são decompostos em açúcares menores, que são então transportados para as células3 do corpo. As proteínas4 são decompostas em aminoácidos, que são então transportados para as células3. As gorduras são decompostas em ácidos graxos e glicerol que, em seguida, são transportados para as células3.

Assim, o processo de absorção de nutrientes é fundamental para que o corpo obtenha os nutrientes necessários para funcionar adequadamente.

Transtornos devidos à digestão1 e absorção dos alimentos

Chama-se dispepsia21 ou má digestão1 à situação que deixa a digestão1 mais lenta, como pode acontecer após o consumo de alimentos muito gordurosos, quando se bebe muito líquido durante a refeição, quando se come muito rápido, quando se ingere muitas fibras ou quando se está muito tenso ou ansioso, o que causa sintomas22 como sensação de estômago12 cheio, gases, desconforto abdominal, arrotos frequentes e enjoo.

Na maioria dos casos, a má digestão1 não é sinal23 de algum problema de saúde5, mas ela pode também ser ocasionada por alguns transtornos do trato digestivo, tais como cálculos biliares, gastrite24, pancreatite25, cirurgias intestinais ou gástricas e pelo uso de certos medicamentos.

A má absorção ocorre quando o sistema digestivo19 é incapaz de absorver adequadamente os nutrientes dos alimentos que são ingeridos, devido a várias condições como:

A má absorção, por sua vez, pode levar a uma série de problemas de saúde5, incluindo desnutrição29, perda de peso, diarreia30, flatulência, distensão abdominal, anemia31 e osteoporose32. Também algumas doenças, como a doença celíaca, a síndrome33 do intestino irritável, a doença de Crohn34, a colite35 ulcerativa, a pancreatite25 crônica e as deficiências enzimáticas causam quadros de má absorção ou não absorção.

O tratamento da má absorção depende da causa subjacente e pode incluir mudanças na dieta, suplementos nutricionais, medicamentos e outros tratamentos específicos.

Leia também sobre "Alimentação saudável", "Dieta para hipertensos", "Dieta mediterrânea36", "Dieta Low Carb" e "Dieta vegana".

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Cleveland Clinic e da Mayo Clinic.

ABCMED, 2023. O processo de digestão e absorção de alimentos. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/vida-saudavel/1433975/o-processo-de-digestao-e-absorcao-de-alimentos.htm>. Acesso em: 19 abr. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Digestão: Dá-se este nome a todo o conjunto de processos enzimáticos, motores e de transporte através dos quais os alimentos são degradados a compostos mais simples para permitir sua melhor absorção.
2 Reprodução: 1. Função pela qual se perpetua a espécie dos seres vivos. 2. Ato ou efeito de reproduzir (-se). 3. Imitação de quadro, fotografia, gravura, etc.
3 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
4 Proteínas: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Alimentos que fornecem proteína incluem carne vermelha, frango, peixe, queijos, leite, derivados do leite, ovos.
5 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
6 Micronutrientes: No grupo dos micronutrientes estão as vitaminas e os minerais. Esses nutrientes estão presentes nos alimentos em pequenas quantidades e são indispensáveis para o funcionamento adequado do nosso organismo. Exemplos: cálcio, ferro, sódio, etc.
7 Macronutrientes: Os macronutrientes fornecem as calorias aos alimentos. São eles: carboidratos, proteínas e lipídeos.
8 Metabolismo: É o conjunto de transformações que as substâncias químicas sofrem no interior dos organismos vivos. São essas reações que permitem a uma célula ou um sistema transformar os alimentos em energia, que será ultilizada pelas células para que as mesmas se multipliquem, cresçam e movimentem-se. O metabolismo divide-se em duas etapas: catabolismo e anabolismo.
9 Calorias: Dizemos que um alimento tem “x“ calorias, para nos referirmos à quantidade de energia que ele pode fornecer ao organismo, ou seja, à energia que será utilizada para o corpo realizar suas funções de respiração, digestão, prática de atividades físicas, etc.
10 Boca: Cavidade oral ovalada (localizada no ápice do trato digestivo) composta de duas partes
11 Esôfago: Segmento muscular membranoso (entre a FARINGE e o ESTÔMAGO), no TRATO GASTRINTESTINAL SUPERIOR.
12 Estômago: Órgão da digestão, localizado no quadrante superior esquerdo do abdome, entre o final do ESÔFAGO e o início do DUODENO.
13 Ácido clorídrico: Ácido clorídrico ou ácido muriático é uma solução aquosa, ácida e queimativa, normalmente utilizado como reagente químico. É um dos ácidos que se ioniza completamente em solução aquosa.
14 Intestino delgado: O intestino delgado é constituído por três partes: duodeno, jejuno e íleo. A partir do intestino delgado, o bolo alimentar é transformado em um líquido pastoso chamado quimo. Com os movimentos desta porção do intestino e com a ação dos sucos pancreático e intestinal, o quimo é transformado em quilo, que é o produto final da digestão. Depois do alimento estar transformado em quilo, os produtos úteis para o nosso organismo são absorvidos pelas vilosidades intestinais, passando para os vasos sanguíneos.
15 Pâncreas: Órgão nodular (no ABDOME) que abriga GLÂNDULAS ENDÓCRINAS e GLÂNDULAS EXÓCRINAS. A pequena porção endócrina é composta pelas ILHOTAS DE LANGERHANS, que secretam vários hormônios na corrente sangüínea. A grande porção exócrina (PÂNCREAS EXÓCRINO) é uma glândula acinar composta, que secreta várias enzimas digestivas no sistema de ductos pancreáticos (que desemboca no DUODENO).
16 Vesícula Biliar: Reservatório para armazenar secreção da BILE. Através do DUCTO CÍSTICO, a vesícula libera para o DUODENO ácidos biliares em alta concentração (e de maneira controlada), que degradam os lipídeos da dieta.
17 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
18 Intestino grosso: O intestino grosso é dividido em 4 partes principais: ceco (cecum), cólon (ascendente, transverso, descendente e sigmoide), reto e ânus. Ele tem um papel importante na absorção da água (o que determina a consistência do bolo fecal), de alguns nutrientes e certas vitaminas. Mede cerca de 1,5 m de comprimento.
19 Sistema digestivo: O sistema digestivo ou digestório realiza a digestão, processo que transforma os alimentos em substâncias passíveis de serem absorvidas pelo organismo. Os materiais não absorvidos são eliminados por este sistema. Ele é composto pelo tubo digestivo e por glândulas anexas.
20 Sistema Digestório: Grupo de órgãos que se estende desde a BOCA até o ÂNUS, atuando na degradação de alimentos, absorção dos nutrientes e eliminação dos resíduos. Em humanos, o sistema digestório abrange o TRATO GASTRINTESTINAL e as glândulas acessórias (FÍGADO, TRATO BILIAR, PÂNCREAS). Sinônimos: Sistema Digestivo; Aparelho Digestivo
21 Dispepsia: Dor ou mal-estar localizado no abdome superior. O mal-estar pode caracterizar-se por saciedade precoce, sensação de plenitude, distensão ou náuseas. A dispepsia pode ser intermitente ou contínua, podendo estar relacionada com os alimentos.
22 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
23 Sinal: 1. É uma alteração percebida ou medida por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida. 2. Som ou gesto que indica algo, indício. 3. Dinheiro que se dá para garantir um contrato.
24 Gastrite: Inflamação aguda ou crônica da mucosa do estômago. Manifesta-se por dor na região superior do abdome, acidez, ardor, náuseas, vômitos, etc. Pode ser produzida por infecções, consumo de medicamentos (aspirina), estresse, etc.
25 Pancreatite: Inflamação do pâncreas. A pancreatite aguda pode ser produzida por cálculos biliares, alcoolismo, drogas, etc. Pode ser uma doença grave e fatal. Os primeiros sintomas consistem em dor abdominal, vômitos e distensão abdominal.
26 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
27 Radioterapia: Método que utiliza diversos tipos de radiação ionizante para tratamento de doenças oncológicas.
28 Congênitas: 1. Em biologia, o que é característico do indivíduo desde o nascimento ou antes do nascimento; conato. 2. Que se manifesta espontaneamente; inato, natural, infuso. 3. Que combina bem com; apropriado, adequado. 4. Em termos jurídicos, é o que foi adquirido durante a vida fetal ou embrionária; nascido com o indivíduo. Por exemplo, um defeito congênito.
29 Desnutrição: Estado carencial produzido por ingestão insuficiente de calorias, proteínas ou ambos. Manifesta-se por distúrbios do desenvolvimento (na infância), atrofia de tecidos músculo-esqueléticos e caquexia.
30 Diarréia: Aumento do volume, freqüência ou quantidade de líquido nas evacuações.Deve ser a manifestação mais freqüente de alteração da absorção ou transporte intestinal de substâncias, alterações estas que em geral são devidas a uma infecção bacteriana ou viral, a toxinas alimentares, etc.
31 Anemia: Condição na qual o número de células vermelhas do sangue está abaixo do considerado normal para a idade, resultando em menor oxigenação para as células do organismo.
32 Osteoporose: Doença óssea caracterizada pela diminuição da formação de matriz óssea que predispõe a pessoa a sofrer fraturas com traumatismos mínimos ou mesmo na ausência deles. É influenciada por hormônios, sendo comum nas mulheres pós-menopausa. A terapia de reposição hormonal, que administra estrógenos a mulheres que não mais o produzem, tem como um dos seus objetivos minimizar esta doença.
33 Síndrome: Conjunto de sinais e sintomas que se encontram associados a uma entidade conhecida ou não.
34 Doença de Crohn: Doença inflamatória crônica do intestino que acomete geralmente o íleo e o cólon, embora possa afetar qualquer outra parte do intestino. A doença cursa com períodos de remissão sintomática e outros de agravamento. Na maioria dos casos, a doença de Crohn é de intensidade moderada e se torna bem controlada pela medicação, tornando possível uma vida razoavelmente normal para seu portador. A causa da doença de Crohn ainda não é totalmente conhecida. Os sintomas mais comuns são: dor abdominal, diarreia, perda de peso, febre moderada, sensação de distensão abdominal, perda de apetite e de peso.
35 Colite: Inflamação da porção terminal do cólon (intestino grosso). Pode ser devido a infecções intestinais (a causa mais freqüente), ou a processos inflamatórios diversos (colite ulcerativa, colite isquêmica, colite por radiação, etc.).
36 Dieta Mediterrânea: Alimentação rica em carboidratos, fibras, elevado consumo de verduras, legumes e frutas (frescas e secas) e pobre em ácidos graxos saturados. É recomendada uma ingestão maior de gordura monoinsaturada em decorrência da grande utilização do azeite de oliva. Além de vinho.
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