Cálculos biliares: definição, causas, sintomas, diagnóstico, tratamento e complicações
O que são cálculos biliares?
Cálculos biliares, cálculos na vesícula1 ou “pedras” na vesícula1 são termos usados para referir-se a concreções2 que se formam no interior da vesícula biliar3, um órgão que se localiza junto ao fígado4 e tem a função de armazenar a bile5 produzida por ele. Em grande parte (cerca de 90%) esses cálculos são formados de colesterol6 e, em menor parte (cerca de 10%), por pigmentos de bilirrubina7. Os cálculos biliares podem ser únicos ou múltiplos (às vezes centenas), e se formam no interior da vesícula1, podendo migrar para os ductos que a ligam ao intestino. Eventualmente, podem causar infecções8 na vesícula1 ou obstruir o colédoco (canal de escoamento da bile5), causando dor aguda, conhecida como cólica biliar.
Quais são as causas dos cálculos biliares?
Existe uma inegável predisposição genética, mas há outros fatores que favorecem o aparecimento dos cálculos na vesícula1, como:
- Obesidade9.
- Perda importante de peso.
- Uso de anticoncepcionais orais.
- Dieta rica em gorduras.
- Pressão arterial10 elevada.
- Vida sedentária.
- Tabagismo.
- Anemia hemolítica11 crônica, em virtude da destruição das células12 vermelhas do sangue13.
Esses distúrbios predominam no sexo feminino, na idade avançada e na gravidez14.
Quais são os sintomas15 causados por cálculos biliares?
Muitas vezes, os cálculos na vesícula1 são assintomáticos e a pessoa nem imagina que os tenha. O sintoma16 mais gritante que produzem é a cólica biliar, que ocorre quando provocam inflamação17 da vesícula1 ou quando migram, obstruindo os canais que drenam a bile5, causando uma distensão aguda da vesícula biliar3.
Como o médico diagnostica a presença de cálculos biliares?
A história clínica do paciente, em geral bastante característica, é o primeiro dado sugestivo. A confirmação dos cálculos pode ser feita por meio da ultrassonografia18 abdominal, uma vez que eles, ao contrário dos cálculos renais, não aparecem na radiografia simples do abdome19. Também a cintilografia20 pode ser utilizada e fornece informações sobre o fluxo de bile5 e, indiretamente, sobre os cálculos.
Como é o tratamento dos cálculos biliares?
Alguns medicamentos podem atuar dissolvendo os cálculos e podem ser indicados para os pacientes que não apresentam sintomas15. Seus efeitos, no entanto, não são seguros. Outras vezes eles podem ser retirados por laparoscopia21 ou por uma cirurgia convencional que retire toda a vesícula1. Outro tratamento possível é a litotripsia extracorpórea. Nessa técnica, ondas de choque22 são aplicadas na superfície do abdome19, dirigidas aos cálculos, com o objetivo de fragmentá-los em pedaços menores que possam ser eliminados. Porém, as indicações desse tratamento são restritas. Cada uma dessas técnicas têm suas indicações e contraindicações específicas que, no caso concreto, somente o médico assistente pode julgar.
Quais são as possíveis complicações dos cálculos biliares?
- Colecistite23 aguda: inflamação17 aguda das paredes vesicais, na maior parte das vezes (95%) causada por cálculos biliares.
- Coledocolitíase (ou “pedra” na vesícula1): desenvolve-se quando o cálculo24 obstrui o colédoco, gerando cólica biliar.
- Colangite: infecção25 dos canais biliares26 por bactérias, após a obstrução.
- Pancreatite27: inflamação17 do pâncreas28. O canal de excreção da bile5 se junta com o canal de excreção pancreática do pâncreas28. Quando a obstrução ocorre após a junção, o suco pancreático29 também se represa, causando uma inflamação17 do pâncreas28.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.