Gastroparesia - conceito, características clínicas, diagnóstico e tratamento
O que é gastroparesia1?
A gastroparesia1 é uma condição que afeta o movimento normal dos músculos2 do estômago3, ou seja, a motilidade gástrica fica diminuída ou ausente, o que faz com que o tempo de esvaziamento gástrico fique lentificado.
Quais são as causas da gastroparesia1?
A causa exata desta doença é desconhecida, mas ela é mais comum em pessoas que sofrem de diabetes4 tipo 1 ou tipo 2, dando origem à chamada gastroparesia1 diabética. Além disso, alguns analgésicos5 opioides, antidepressivos ou remédios para pressão alta e alergia6 podem levar a um esvaziamento gástrico lentificado como efeito colateral7 e causar sintomas8 semelhantes à gastroparesia1, ou podem piorar a condição em pessoas que já tenham a doença.
Algumas pessoas desenvolvem gastroparesia1 após uma cirurgia que envolva o estômago3, como a cirurgia bariátrica9, por exemplo. Contudo, a maioria dos casos tem causa desconhecida, sendo, por isso, conhecidos como gastroparesia1 idiopática10.
Qual é o substrato fisiopatológico da gastroparesia1?
Normalmente, fortes contrações musculares espontâneas impulsionam os alimentos do estômago3, através do trato digestivo, para o intestino delgado11, mas se a pessoa tem gastroparesia1, a motilidade do estômago3 fica mais lenta ou não funciona, impedindo que o estômago3 exerça essa função e se esvazie adequadamente.
Nos indivíduos diabéticos, altos níveis de glicose12 no sangue13 podem provocar danos aos nervos que controlam os movimentos do estômago3 (nervo vago e suas ramificações), causando a gastroparesia1 diabética. Outra possível causa da gastroparesia1 são lesões14 a nervos que controlam os músculos2 que movimentam o estômago3, inibindo o esvaziamento gástrico.
Quais são as características clínicas da gastroparesia1?
Muitas pessoas com gastroparesia1 não apresentam sinais15 e sintomas8 perceptíveis. Já em outras, a gastroparesia1 pode causar náuseas16, vômitos17 de alimentos não digeridos, sensação precoce de saciedade, refluxo ácido e dores abdominais.
A gastroparesia1 também pode causar problemas com os níveis de açúcar18 no sangue13 e alterações nutricionais. Todos esses sintomas8, quando muito duradouros, podem gerar uma repercussão negativa sobre o ganho de peso e de estatura.
Leia sobre "Desnutrição19", "Suplementos alimentares", "Consequências do emagrecimento rápido" e "Má digestão20 - pode ser dispepsia21".
Como o médico diagnostica a gastroparesia1?
A partir dos sinais15 e sintomas8, o médico se vale de vários exames para ajudar a diagnosticá-la e descartar outras condições que podem causar sintomas8 semelhantes. Esses exames podem incluir testes de esvaziamento gástrico, para ver a rapidez com que o estômago3 esvazia seu conteúdo. Com esse objetivo, podem ser recomendados:
- Cintilografia22, que é o exame mais importante para fazer o diagnóstico23 de gastroparesia1. Trata-se de comer uma refeição leve que contenha uma pequena quantidade de material radioativo24. Um scanner que detecta o movimento do material radioativo24 é colocado sobre o abdômen para monitorar a velocidade com que os alimentos saem do estômago3.
- Exame de respiração, em que o paciente deve consumir um alimento que contenha uma substância que seu corpo absorve e cuja eliminação possa também ser detectada em sua respiração. Amostras da respiração são coletadas ao longo de algumas horas e a quantidade da substância em sua respiração é medida. O exame mostra a velocidade com que seu estômago3 se esvazia após consumir alimentos.
- Endoscopia25 digestiva alta, usada para examinar visualmente o sistema digestivo26 superior.
- Ultrassonografia27, para produzir imagens de estruturas dentro do corpo e ajudar a descartar outras possíveis patologias.
Um exame mais recente consiste em fazer o paciente engolir um pequeno dispositivo eletrônico sem fio, sob a forma de cápsula, o qual envia informações para um dispositivo de gravação sobre o quão rápido ele está se movendo através do trato digestivo.
Como o médico trata a gastroparesia1?
Embora não haja cura para a gastroparesia1, mudanças na dieta, junto com a medicação, podem oferecer algum alívio a sintomas8 como vômitos17, sensação de plenitude gástrica e náuseas16, por exemplo. O tratamento da gastroparesia1 deve começar com a identificação e tratamento da doença subjacente.
Manter uma nutrição28 adequada é o objetivo mais importante no tratamento. Para muitas pessoas, é possível controlar a gastroparesia1 apenas com essa providência. O paciente deve consultar um nutricionista29 que pode ajudá-lo a obter calorias30 e nutrientes necessários com alimentos que são mais fáceis de digerir.
No que se refere a medicamentos, eles podem incluir medicamentos para estimular os músculos2 do estômago3 e para controlar náuseas16 e vômitos17.
Algumas pessoas com gastroparesia1 podem ser incapazes de tolerar qualquer alimento ou líquido. Nessas situações, os médicos podem recomendar uma sonda de alimentação que alcance o intestino delgado11. Essas sondas podem ser introduzidas pelo nariz31 ou boca32 ou diretamente no intestino delgado11 através da pele33. A sonda é temporária e só é usada quando a gastroparesia1 é grave ou quando os níveis de açúcar18 no sangue13 não podem ser controlados por nenhum outro método.
Algumas pessoas podem precisar de uma via de alimentação intravenosa (alimentação parenteral) que vai diretamente para uma veia no tórax34. Uma outra opção de tratamento consiste em injetar toxina35 botulínica no esfíncter36 entre o estômago3 e o intestino delgado11, por via endoscópica, de modo a mantê-lo relaxado e facilitar o esvaziamento gástrico.
Quais são as complicações possíveis com a gastroparesia1?
A gastroparesia1 pode causar várias complicações, tais como:
- desidratação37 severa em razão de vômitos17 contínuos;
- desnutrição19, devido à falta de apetite e por não conseguir absorver nutrientes suficientes;
- alterações imprevisíveis dos níveis de açúcar18 no sangue13, as quais pioram ainda mais a gastroparesia1.
Veja também sobre "Nutrição28 enteral", "Nutrição parenteral38" e "Íleo paralítico39".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Mayo Clinic, da Cleveland Clinic e do NHS - National Health Service.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.