Arritmias cardíacas benignas e malignas
O que são arritmias1?
Normalmente, a musculatura de cada uma das câmaras cardíacas se contrai e se dilata em uma sequência regular e rítmica, bombeando sangue2 para o organismo, constituindo aquilo que se costuma chamar de “batidas do coração”. A arritmia3 é uma alteração no ritmo dos batimentos cardíacos.
O que são arritmias1 cardíacas benignas e malignas?
A arritmia3 cardíaca é dita benigna quando ela não oferece risco de morte e dita maligna quando coloca a pessoa em uma situação potencialmente fatal, que requer atenção e atendimento médico rápido.
A maior diferença entre a arritmia3 cardíaca benigna e a maligna é que a benigna acontece na parte superior do coração4 (átrios) e não costuma trazer consequências mais graves para a saúde5. Muitas vezes, nem são percebidas pelo seu portador. Outras vezes, apenas causam algum desconforto temporário.
Já a arritmia3 maligna ocorre geralmente na parte inferior do coração4 (ventrículos) e pode causar morte súbita por infarto6 fulminante.
Há ainda um terceiro tipo de arritmia3 cardíaca, no qual tanto a frequência dos batimentos quanto a regularidade do seu ritmo são comprometidos (fibrilação atrial), podendo ocasionar um acidente vascular cerebral7.
Saiba mais sobre "Acidente Vascular Cerebral7", "Teste ergométrico", "Holter8" e "Síndrome9 de Stokes-Adams".
Quais são as causas das arritmias1 cardíacas benignas e malignas?
Algumas vezes, não se consegue identificar a causa da arritmia3. No entanto, tem-se como estabelecido que a arritmia3 cardíaca benigna pode ser causada por diversas doenças e condições não relacionadas diretamente a problemas no coração4, tais como anemia10, diabetes11, tabagismo, alcoolismo, obesidade12, sedentarismo13, uso de drogas ilícitas14, problemas na tireoide15, consumo excessivo de cafeína, crises de ansiedade e estresse, efeito colateral16 de alguns medicamentos e exercícios ou esforços físicos que elevem os batimentos.
Os fatores que mais diretamente afetam o coração4 e podem desencadear uma arritmia3 maligna são hipertensão17, apneia18 do sono, choques elétricos, doença de Chagas19, problemas estruturais do coração4 (genéticos) e histórico familiar ou diagnóstico20 de doença cardíaca como: infarto6, doença coronariana21, doenças do músculo cardíaco22, valvulopatias, etc. No entanto, é importante salientar que algumas das condições do primeiro grupo colocam a pessoa no chamado grupo de risco23, ou seja, no grupo de indivíduos mais propensos a desenvolverem alguma doença cardiovascular.
Qual é o substrato fisiopatológico das arritmias1 cardíacas benignas e malignas?
O sistema nervoso autônomo24 regula a frequência cardíaca de forma automática. Parte dele, denominada sistema nervoso25 simpático26, aumenta a frequência cardíaca; a outra parte, denominada sistema nervoso25 parassimpático, reduz a frequência. Desse balanço, resulta a frequência cardíaca da pessoa.
Durante o repouso, um coração4 sadio “bate” entre 60 e 100 vezes por minuto, num ritmo regular e compassado. Se esse ritmo se altera, diz-se que houve arritmia3.
A sequência de contrações e dilatações musculares regulares sequenciais que caracterizam os batimentos do coração4 é disparada por estímulos elétricos que partem do nódulo sinoatrial27 e que são conduzidos aos átrios e ventrículos. Quaisquer alterações patológicas ou fisiológicas28 nesse arranjo podem causar arritmias1.
Quais são as características clínicas das arritmias1 cardíacas benignas e malignas?
A gravidade das arritmias1 cardíacas vai desde algumas que são sem maiores consequências até as que causam risco à vida. No entanto, algumas arritmias1 que representam risco à vida podem ser assintomáticas, enquanto outras, sem maiores consequências, podem causar sintomas29 graves.
Arritmias1 benignas ocorrem em pacientes sem doença cardíaca conhecida e em geral partem dos átrios e muitas vezes nem requerem tratamento. A maioria das arritmias1 malignas são alterações nas contrações dos ventrículos (arritmias1 ventriculares). Essas arritmias1 ventriculares ocorrem mais frequentemente em pessoas idosas, com doenças cardíacas graves e hipertrofia30 ventricular.
De modo geral, os sintomas29 da arritmia3 cardíaca benigna e da arritmia3 cardíaca maligna são parecidos, diferindo apenas quanto à gravidade deles. Dessa forma, indivíduos com esse quadro podem sentir alguns dos seguintes sintomas29: sensação de nó na garganta31, sensação de “batedeira” no peito32, confusão mental, dor no peito32, falta de ar, vertigem33, náuseas34, tontura35, cansaço, desmaio, sudorese36, palidez e mal-estar.
Como o médico diagnostica as arritmias1 cardíacas benignas e malignas?
Uma detalhada história clínica capacita o médico para fazer um diagnóstico20 preliminar e determinar a gravidade da arritmia3. É importante analisar se as palpitações37 são rápidas ou lentas, regulares ou irregulares, breves ou prolongadas e pesquisar se elas causam ou não sintomas29 e se correm durante o repouso ou somente durante esforços.
Certos procedimentos diagnósticos específicos são geralmente necessários para que a natureza e a causa da arritmia3 sejam determinadas com exatidão. O eletrocardiograma38 (ECG) de registro contínuo, durante 24 a 48 horas, é o principal recurso diagnóstico20 para detectar arritmias1 e determinar sua causa, capaz de registrar arritmias1 esporádicas durante a realização das atividades diárias da pessoa.
Outros procedimentos incluem prova de esforço, medição da pressão arterial39 durante exercícios, ecocardiograma40 para detectar anormalidades anatômicas e outros exames mais especializados, conforme o caso requeira.
Como o médico trata as arritmias1 cardíacas benignas e malignas?
A característica mais importante das arritmias1 que determina a necessidade de tratamento é a prevalência41 e o significado clínico delas. Pessoas com uma arritmia3 inofensiva em geral não requerem tratamento, visto que elas não alteram significativamente o bombeamento de sangue2 para a periferia.
Para suprimir ou reduzir as taquiarritmias42 que provocam sintomas29 ou que provocam risco de vida, o uso de medicamentos antiarrítmicos é muito eficaz, sobretudo quando acompanhado de medidas como evitar o consumo de álcool, cafeína, cigarro e exercícios extenuantes.
Marca-passos artificiais podem ser usados em substituição ao marca-passo43 natural. Estes aparelhos são implantados cirurgicamente sob a pele44, na região da clavícula45 esquerda, e conectam-se ao coração4 por meio de eletrodos inseridos por meio de uma das veias46 de grande calibre que transitam pela região. Eles funcionam por cerca de 10 a 15 anos, quando devem ser revisados. Há também marca-passos sem eletrodos. Com esse tipo de marca-passo43, os médicos fazem uma pequena incisão47 na virilha e usam um cateter para inserir o marca-passo43 diretamente na parte inferior da câmara cardíaca direita (ventrículo direito).
Como evoluem as arritmias1 cardíacas benignas e malignas?
A maior parte das arritmias1 não interfere na capacidade cardíaca de bombeamento e, assim, implicam pouco ou nenhum risco. Por outro lado, qualquer arritmia3 que interfira na capacidade cardíaca de bombeamento de sangue2 deve ser considerada grave. Habitualmente, as arritmias1 originadas nos ventrículos são mais graves do que as originadas nos átrios. No entanto, há muitas exceções.
Leia sobre "Taquicardia48", "Hipertensão Arterial49", "Taquicardia48 paroxística" e "Infarto do Miocárdio50".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente do site da SOBRAC – Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.