Teste ergométrico ou teste de esforço: o que devo saber sobre ele?
O que é teste ergométrico?
O teste ergométrico (também chamado teste de esforço) é um teste que mede a frequência, o ritmo cardíaco, a pressão arterial1 e outros parâmetros cardiológicos durante um esforço físico gradualmente crescente feito por caminhar ou correr numa esteira rolante ou numa bicicleta ergométrica. Ao mesmo tempo, observam-se os sinais2 e sintomas3 que surgem durante e após o esforço. O teste deve ser acompanhado de um eletrocardiograma4 contínuo, gravado em computador, que registra o funcionamento do coração5 nas diversas etapas do exame. Assim, o teste serve para avaliação da capacidade cardiovascular quando o indivíduo é submetido a esforços e para ajudar no diagnóstico6 de algumas anomalias cardíacas.
Em que consiste o teste ergométrico?
O teste ergométrico deve ser feito em local apropriado, com equipamento adequado (roupas leves e tênis), contar com a presença de um médico treinado e equipamentos básicos de primeiros socorros para a eventualidade rara de ocorrer alguma anormalidade durante o exame. O passo inicial é estabelecer um protocolo de exame adequado para o paciente, levando em conta dados como a sua idade, peso corporal, estilo de vida e eventuais limitações físicas.
O preparo para o exame consiste em algumas medidas simples:
- Após o banho no dia do exame, não utilizar creme, pomada ou gel que possa prejudicar a sensibilidade dos eletrodos que serão colocados para colher o eletrocardiograma4.
- Não fumar duas horas antes e uma hora após o exame.
- Observar uma dieta leve uma hora antes do exame.
- O médico deve aconselhar a manutenção ou suspensão da medicação que o paciente esteja usando.
- Se o paciente tiver muitos pelos no tórax7 deve depilar-se para a melhor efetividade dos eletrodos.
Após o teste, o paciente deve evitar expor o tórax7 desprotegido ao sol nas 72 horas que se seguem ao exame, pois pode surgir irritação da pele8, devido ao uso de gel no local da colocação dos eletrodos.
Dez eletrodos são colocados no tórax7 do paciente para que seja registrado o eletrocardiograma4 durante o exame. A seguir, o paciente é colocado numa esteira rolante ou numa bicicleta ergométrica, iniciando o exercício de andar, correr ou pedalar, seguindo o protocolo de exame escolhido pelo médico. Os movimentos devem começar lentamente e serem aumentados aos poucos até atingir seu máximo programado, sendo desacelerados aos poucos. Os parâmetros cardiológicos clínicos devem ser tomados a intervalos regulares. O exame deverá ser interrompido caso o paciente apresente grande cansaço, alterações do ritmo cardíaco ou sintomas3 de anormalidades cardiovasculares. Um eletrocardiograma4 e a medida da pressão arterial1 devem ser tomados antes do exame, bem como na fase de recuperação, cinco a seis minutos depois de encerrados os exercícios.
A sensibilidade e a especificidade do exame situam-se entre 70 e 80%, podendo, em um pequeno número de casos, apresentar resultado “falso-positivo” ou “falso-negativo”. A avaliação do exame leva em conta a presença de sintomas3, os níveis de pressão arterial1, a frequência cardíaca, a capacidade física e o ritmo cardíaco.
Por que fazer o teste ergométrico?
Por meio do teste ergométrico é possível diagnosticar várias anormalidades, como doença arterial coronariana e alterações da capacidade funcional respiratória, além de detectar eventuais arritmias9, anormalidades da pressão arterial1 e isquemia10 miocárdica. Ele pode, também, avaliar os eventuais sintomas3 que podem acompanhar o surgimento de sopros, sinais2 de falência ventricular esquerda e fazer a avaliação funcional de doença cardíaca já conhecida, bem como orientar a prescrição de exercícios físicos em pessoas doentes ou sadias.
Quem deve fazer o teste ergométrico?
O teste ergométrico deve ser feito por pacientes em que se suspeita terem alguma alteração em sua capacidade cardiorrespiratória ou no funcionamento cardíaco durante o exercício e por atletas ou pessoas que desejem avaliar seu condicionamento físico. O teste ergométrico pode ser associado a outros exames que completem o diagnóstico6, como a cintilografia11 cardíaca de esforço, o ecocardiograma12 de estresse e a espirometria13. Assim, o exame deve ser feito para avaliação de pessoas com doença arterial coronariana, após infarto do miocárdio14, por pessoas que desejem iniciar um exercício físico vigoroso, avaliar a condição clínica em algumas pessoas com doenças das válvulas cardíacas, avaliar a condição de pacientes que foram ou serão submetidos a uma angioplastia15 ou ponte de safena, avaliar pacientes com arritmias9 ou que usem um marcapasso16 artificial, etc.
Quem não deve fazer o teste ergométrico?
O teste ergométrico não deve ser feito pelos portadores de doença arterial coronária instável conhecida ou que apresentem obstrução da artéria17 coronária esquerda ou equivalente, arritmias9 não controladas, miocardites ou pericardites18 agudas, estenose19 aórtica, hipertensão arterial20 grave, embolia21 pulmonar e intoxicação medicamentosa, porque essas condições aumentam muito o risco de complicações. Como se trata de um esforço muito grande, também não deve ser feito por grávidas.
Como evolui o teste ergométrico?
A duração do exame é de aproximadamente quinze a trinta minutos, mas deve ser interrompido sempre que aparecerem sinais2 e/ou sintomas3 especialmente graves.
Quais são as complicações possíveis do teste ergométrico?
Em geral, o teste ergométrico é um exame seguro. O risco de complicações graves é muito baixo, menor do que 1 para cada 20.000 exames. Como complicações simples e passageiras o paciente pode apresentar tonteira e dispneia22, mas mesmo isso não é comum. Como complicações mais graves, excepcionais, podem ter arritmias9 cardíacas, infarto do miocárdio14 ou parada cardíaca.
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas em parte dos sites da American Heart Association, Mayo Clinic e Johns Hopkins Medicine.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.