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Taquicardia sinusal

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O que é taquicardia1 sinusal?

O ritmo cardíaco normal é comandado pelo nódulo2 (ou nó) sinoatrial, uma pequena estrutura localizada na parte superior do átrio direito3. A taquicardia1 sinusal é um ritmo cardíaco irregular que parte do nó sinoatrial4, fazendo o coração5 bater mais rápido que o normal, e que resulta em aumento do débito cardíaco6.

É considerada um tipo de arritmia7 cardíaca benigna e é geralmente associada a condições fisiológicas8, quando são feitas ao coração5 exigências maiores que as normais. Assim, embora seja comum ter taquicardia1 sinusal como resposta compensatória ao exercício físico ou ao estresse, ela se torna preocupante quando ocorre em repouso.

A frequência cardíaca normal comandada pelo nódulo sinusal9 é, em repouso, para adultos, entre 60 e 100 bpm (batimentos por minuto), e varia de acordo com o nível de condicionamento físico ou com a presença de comorbidades10 médicas. Para crianças, varia de acordo com a idade, mas geralmente é maior do que a taxa de repouso em adultos, começando aproximadamente entre 100 e 150 batimentos por minuto, com redução gradual nos seis anos seguintes. Acima desses valores, pode-se falar em taquicardia1 sinusal.

Quais são as causas da taquicardia1 sinusal?

A taquicardia1 sinusal ocorre devido a um aumento na atividade elétrica do nódulo sinoatrial11, que é o marca-passo12 natural do coração5. Em indivíduos saudáveis, ela é uma resposta normal e adaptativa do organismo a grande número de condições que exigem um maior desempenho do coração5. Pode estar relacionada, por exemplo, com:

No entanto, em alguns casos, pode ser um sintoma16 de problemas sérios de saúde17 que repercutem sobre o coração5, como:

Quais são as razões fisiopatológicas da taquicardia1 sinusal anormal?

Os médicos ainda não estão muito certos quanto ao mecanismo que causa a taquicardia1 sinusal anormal, mas provavelmente envolve uma combinação de fatores, como um problema com o nódulo sinusal9, estimulação nervosa incomum que faz com que a frequência cardíaca aumente, disfunção dos nervos que trabalham para diminuir a frequência cardíaca, etc.

Quando o coração5 bate muito rápido pode, paradoxalmente, não ser capaz de bombear a quantidade de sangue24 necessária para o perfeito funcionamento do organismo. Com isso, não há o necessário carreamento de oxigênio para os tecidos periféricos que, por isso, podem entrar em anóxia25.

Veja sobre "Ablação26 cardíaca", "Marca-passo12 cardíaco", "Assistolia" e "Parada cardiorrespíratória".

Quais são as características clínicas da taquicardia1 sinusal?

Na maioria das vezes, a taquicardia1 sinusal é assintomática. Contudo, sobretudo nas taquicardias severas e/ou de longa duração, é possível experimentar os seguintes sintomas27:

Como o médico diagnostica a taquicardia1 sinusal?

Uma taquicardia1 sinusal anormal é suspeitada em princípio pela tomada da pulsação do paciente e pela auscultação cardíaca. Em seguida, o médico pode solicitar exames, como:

  • eletrocardiograma32;
  • um monitoramento Holter33, que mede a frequência cardíaca durante 24 horas;
  • radiografias de tórax34;
  • oximetria de pulso;
  • e exames completos de sangue24 para testar, sobretudo, os níveis de enzimas cardíacas e de glicose35.

Exames mais específicos podem ser necessários para determinar e avaliar melhor as possíveis causas médicas subjacentes.

Como o médico trata a taquicardia1 sinusal?

Uma taquicardia1 sinusal fisiológica36 decorrente de exercícios físicos e outros fatores que causam aumentos de curto prazo na frequência cardíaca não requer tratamento e recupera-se completamente dentro de alguns minutos. Ela se desfaz por si mesma, com repouso ou diminuição da atividade. Uma respiração aprofundada pode contribuir para o retorno a uma frequência cardíaca normal.

No entanto, um médico pode considerar que algum tratamento seja necessário se a pessoa tiver uma frequência cardíaca consistentemente mais alta do que o normal, especialmente durante os períodos de descanso. O tratamento da taquicardia1 sinusal anormal depende da causa subjacente e pode incluir medicamentos, mudanças no estilo de vida ou procedimentos médicos. Nesses casos, em primeiro lugar, o médico precisa determinar a causa subjacente do problema, antes de indicar o tratamento adequado.

Dependendo da velocidade da frequência cardíaca, ele pode prescrever medicações para diminuir o ritmo cardíaco, como betabloqueadores ou bloqueadores dos canais de cálcio. No entanto, o tratamento não deve permanecer focado em apenas diminuir o ritmo cardíaco, e deve ser dirigido à condição causal da taquicardia1. Simplesmente diminuir o ritmo cardíaco pode ser ainda mais danoso, se isso ajudar a encobrir o problema de base.

Situações em que haja uma significativa participação de fatores emocionais podem se beneficiar de uma psicoterapia comportamental cognitiva37. Casos graves e os que não respondem aos tratamentos instituídos podem necessitar de um procedimento de ablação26 cardíaca para destruição de uma pequena parte do tecido38 cardíaco na área de onde parte a taquicardia1.

Como prevenir a taquicardia1 sinusal?

As pessoas que sabem serem mais susceptíveis a ataques de taquicardia1 sinusal anormal podem tentar evitá-los com algumas medidas (nem sempre) simples:

Leia sobre "Sete passos para um coração5 saudável", "Saúde17 cardiovascular ideal na infância" e "Sinais41 de doenças cardíacas em mulheres".

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Mayo Clinic e da Cleveland Clinic.

ABCMED, 2023. Taquicardia sinusal. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/1436835/taquicardia-sinusal.htm>. Acesso em: 19 abr. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Taquicardia: Aumento da frequência cardíaca. Pode ser devido a causas fisiológicas (durante o exercício físico ou gravidez) ou por diversas doenças como sepse, hipertireoidismo e anemia. Pode ser assintomática ou provocar palpitações.
2 Nódulo: Lesão de consistência sólida, maior do que 0,5cm de diâmetro, saliente na hipoderme. Em geral não produz alteração na epiderme que a recobre.
3 Átrio Direito: Câmaras do coração às quais o SANGUE circulante retorna.
4 Nó Sinoatrial: Pequena massa de fibras musculares cardíacas modificadas, localizada na junção da VEIA CAVA SUPERIOR com o átrio direito. Os impulsos da contração provavelmente começam neste nó, propagam-se pelo átrio (ÁTRIO CARDÍACO) sendo então transmitidos pelo feixe de His (FEIXE ATRIOVENTRICULAR) para o ventrículo (VENTRÍCULO CARDÍACO).
5 Coração: Órgão muscular, oco, que mantém a circulação sangüínea.
6 Débito cardíaco: Quantidade de sangue bombeada pelo coração para a aorta a cada minuto.
7 Arritmia: Arritmia cardíaca é o nome dado a diversas perturbações que alteram a frequência ou o ritmo dos batimentos cardíacos.
8 Fisiológicas: Relativo à fisiologia. A fisiologia é estudo das funções e do funcionamento normal dos seres vivos, especialmente dos processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos sadios.
9 Nódulo Sinusal: Pequena massa de fibras musculares cardíacas modificadas, localizada na junção da VEIA CAVA SUPERIOR com o átrio direito. Os impulsos da contração provavelmente começam neste nó, propagam-se pelo átrio (ÁTRIO CARDÍACO) sendo então transmitidos pelo feixe de His (FEIXE ATRIOVENTRICULAR) para o ventrículo (VENTRÍCULO CARDÍACO).
10 Comorbidades: Coexistência de transtornos ou doenças.
11 Nódulo Sinoatrial: Pequena massa de fibras musculares cardíacas modificadas, localizada na junção da VEIA CAVA SUPERIOR com o átrio direito. Os impulsos da contração provavelmente começam neste nó, propagam-se pelo átrio (ÁTRIO CARDÍACO) sendo então transmitidos pelo feixe de His (FEIXE ATRIOVENTRICULAR) para o ventrículo (VENTRÍCULO CARDÍACO).
12 Marca-passo: Dispositivo implantado no peito ou no abdômen com o por objetivo de regular os batimentos cardíacos.
13 Desidratação: Perda de líquidos do organismo pelo aumento importante da freqüência urinária, sudorese excessiva, diarréia ou vômito.
14 Hipotensão: Pressão sanguínea baixa ou queda repentina na pressão sanguínea. A hipotensão pode ocorrer quando uma pessoa muda rapidamente de uma posição sentada ou deitada para a posição de pé, causando vertigem ou desmaio.
15 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
16 Sintoma: Qualquer alteração da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. O sintoma é a queixa relatada pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
17 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
18 Sepse: Infecção produzida por um germe capaz de provocar uma resposta inflamatória em todo o organismo. Os sintomas associados a sepse são febre, hipotermia, taquicardia, taquipnéia e elevação na contagem de glóbulos brancos. Pode levar à morte, se não tratada a tempo e corretamente.
19 Anemia: Condição na qual o número de células vermelhas do sangue está abaixo do considerado normal para a idade, resultando em menor oxigenação para as células do organismo.
20 Hipóxia: Estado de baixo teor de oxigênio nos tecidos orgânicos que pode ocorrer por diversos fatores, tais como mudança repentina para um ambiente com ar rarefeito (locais de grande altitude) ou por uma alteração em qualquer mecanismo de transporte de oxigênio, desde as vias respiratórias superiores até os tecidos orgânicos.
21 Feocromocitoma: São tumores originários das células cromafins do eixo simpático-adrenomedular, caracterizados pela autonomia na produção de catecolaminas, mais freqüentemente adrenalina e/ou noradrenalina. A hipertensão arterial é a manifestação clínica mais comum, acometendo mais de 90% dos pacientes, geralmente resistente ao tratamento anti-hipertensivo convencional, mas podendo responder a bloqueadores alfa-adrenérgicos, bloqueadores dos canais de cálcio e nitroprussiato de sódio. A tríade clássica do feocromocitoma, associado à hipertensão arterial, é composta por cefaléia, sudorese intensa e palpitações.
22 Tireoide: Glândula endócrina altamente vascularizada, constituída por dois lobos (um em cada lado da TRAQUÉIA) unidos por um feixe de tecido delgado. Secreta os HORMÔNIOS TIREOIDIANOS (produzidos pelas células foliculares) e CALCITONINA (produzida pelas células para-foliculares), que regulam o metabolismo e o nível de CÁLCIO no sangue, respectivamente.
23 Insuficiência Cardíaca: É uma condição na qual a quantidade de sangue bombeada pelo coração a cada minuto (débito cardíaco) é insuficiente para suprir as demandas normais de oxigênio e de nutrientes do organismo. Refere-se à diminuição da capacidade do coração suportar a carga de trabalho.
24 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
25 Anóxia: Diminuição acentuada da concentração de oxigênio a nível celular. Pode ser devido a um problema nos mecanismos respiratórios (p. ex. apnéia, edema de glote, etc) ou devido a problemas nas trocas de oxigênio a nível celular.
26 Ablação: Extirpação de qualquer órgão do corpo.
27 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
28 Palpitações: Designa a sensação de consciência do batimento do coração, que habitualmente não se sente. As palpitações são detectadas usualmente após um exercício violento, em situações de tensão ou depois de um grande susto, quando o coração bate com mais força e/ou mais rapidez que o normal.
29 Peito: Parte superior do tronco entre o PESCOÇO e o ABDOME; contém os principais órgãos dos sistemas circulatório e respiratório. (Tradução livre do original
30 Sudorese: Suor excessivo
31 Tontura: O indivíduo tem a sensação de desequilíbrio, de instabilidade, de pisar no vazio, de que vai cair.
32 Eletrocardiograma: Registro da atividade elétrica produzida pelo coração através da captação e amplificação dos pequenos potenciais gerados por este durante o ciclo cardíaco.
33 Holter: Dispositivo portátil, projetado para registrar de forma contínua, diferentes variáveis fisiológicas ou atividade elétrica durante um período pré-estabelecido de tempo. Os mais utilizados são o Holter eletrocardiográfico e o Holter de pressão.
34 Tórax: Parte superior do tronco entre o PESCOÇO e o ABDOME; contém os principais órgãos dos sistemas circulatório e respiratório. (Tradução livre do original Sinônimos: Peito; Caixa Torácica
35 Glicose: Uma das formas mais simples de açúcar.
36 Fisiológica: Relativo à fisiologia. A fisiologia é estudo das funções e do funcionamento normal dos seres vivos, especialmente dos processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos sadios.
37 Cognitiva: 1. Relativa ao conhecimento, à cognição. 2. Relativa ao processo mental de percepção, memória, juízo e/ou raciocínio. 3. Diz-se de estados e processos relativos à identificação de um saber dedutível e à resolução de tarefas e problemas determinados. 4. Diz-se dos princípios classificatórios derivados de constatações, percepções e/ou ações que norteiam a passagem das representações simbólicas à experiência, e também da organização hierárquica e da utilização no pensamento e linguagem daqueles mesmos princípios.
38 Tecido: Conjunto de células de características semelhantes, organizadas em estruturas complexas para cumprir uma determinada função. Exemplo de tecido: o tecido ósseo encontra-se formado por osteócitos dispostos em uma matriz mineral para cumprir funções de sustentação.
39 Colesterol: Tipo de gordura produzida pelo fígado e encontrada no sangue, músculos, fígado e outros tecidos. O colesterol é usado pelo corpo para a produção de hormônios esteróides (testosterona, estrógeno, cortisol e progesterona). O excesso de colesterol pode causar depósito de gordura nos vasos sangüíneos. Seus componentes são: HDL-Colesterol: tem efeito protetor para as artérias, é considerado o bom colesterol. LDL-Colesterol: relacionado às doenças cardiovasculares, é o mau colesterol. VLDL-Colesterol: representa os triglicérides (um quinto destes).
40 Pressão arterial: A relação que define a pressão arterial é o produto do fluxo sanguíneo pela resistência. Considerando-se a circulação como um todo, o fluxo total é denominado débito cardíaco, enquanto a resistência é denominada de resistência vascular periférica total.
41 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
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