Doenças sazonais
O que são doenças sazonais?
Doenças sazonais são aquelas doenças que são mais frequentes ou sofrem agravamento em certas épocas do ano, dependentes das variações ambientais das estações climáticas do ano. O ângulo de inclinação da Terra e o movimento de translação dela em torno do sol determinam essas estações, classificadas como verão, outono, inverno e primavera. As várias etapas desses ciclos causam grandes mudanças na natureza e também na vida e saúde1 humanas.
Assim são definidas as chamadas doenças do verão e doenças do inverno, e os serviços de saúde1 pública procuram orientar algumas de suas atividades por considerações climáticas, como, por exemplo, o estabelecimento de certas campanhas de vacinação.
Deve-se destacar, porém, que o fato de uma doença ocorrer com mais frequência durante certa época do ano não significa que ela deixe de existir nas outras estações. Além disso, há regiões no país em que as estações não são bem definidas e que verão e inverno são marcados pelo volume de chuvas, e os cuidados devem ser estendidos de uma estação a outra.
Embora se fale de quatro estações, entre nós a estação do calor (verão) e do frio (inverno) são as mais bem demarcadas, e aquelas em que as doenças sazonais aparecem mais claramente.
Qual é o substrato fisiopatológico das doenças sazonais?
As causas das doenças sazonais estão ligadas às alterações orgânicas ocasionadas pelas mudanças climáticas ambientais. Assim, o calor pode mais facilmente produzir desidratação2 e reprodução3 de insetos vetores de doenças, enquanto o frio pode favorecer infecções4 respiratórias, e a estação da reprodução3 das flores aumenta a presença de pólens alergênicos no ar, etc.
A fisiologia5 e a fisiopatologia6 humanas são interligadas com essas e outras ocorrências ambientais pela ação intermediária de vários fatores de naturezas diferentes, que vão desde as mudanças de humor ocasionadas pelos dias cinzentos e chuvosos ou pelos dias claros e ensolarados, até a maior produção de pólens alergênicos na primavera.
Uma série de doenças são nitidamente mais incidentes7 em cada uma das épocas do ano. Mesmo doenças que não se pode classificar como sazonais podem ter seu curso influenciado por fatores climáticos ambientais. A melhor maneira de demarcá-las é por meio das estações climáticas do ano: verão, outono, inverno e primavera. Cada uma dessas estações implica em mudanças significativas dos fatores ambientais que atuam sobre as pessoas, determinando em grande parte sua forma de adoecer.
Há mudanças ambientais que podem ser ostensivamente percebidas, como a temperatura, umidade do ar, poluição e luz solar, e outras mais sutis que passam desapercebidas, como as fases da lua ou a migração dos pássaros, por exemplo.
Além disso, as diferentes estações do ano geram hábitos próprios nas pessoas, com diferentes repercussões sobre sua saúde1. As baixas temperaturas do inverno fazem com que as pessoas se aglomerem mais em espaços fechados, e isso, por sua vez, facilita a propagação de agentes infecciosos, como o vírus8 da gripe9. As temperaturas altas do verão expõem mais as pessoas à desidratação2, às queimaduras solares e aos afogamentos em piscinas, açudes ou praias.
Além disso, os ciclos de vida na natureza também afetam os hábitos cotidianos, com suas repercussões específicas: no inverno as pessoas são mais recolhidas e agasalhadas e no verão soltam-se mais, viajam mais, praticam mais esportes, vestem-se com mais leveza, etc.
Leia sobre "Gripe9", "Resfriado comum" e "Vacina10 da gripe9".
Quais são as principais doenças típicas do verão?
No verão, a combinação de água (chuvas) e calor é ideal para a proliferação de diversos organismos, como vírus8, bactérias, fungos e insetos. É também uma época de mais contato corporal entre as pessoas em festa, shows, praias e piscinas. A soma desses diversos fatores aumenta o risco de infecções4 e de disseminação de doenças.
Entre nós, esse é o período de:
- Zika, Dengue11 e Chikungunya, devido à reprodução3 do mosquito transmissor, o Aedes aegypti;
- conjuntivite12 infecciosa;
- intoxicações alimentares, devido à proliferação de microrganismos em alimentos mal conservados;
- micoses, devido à combinação de calor e umidade, ideal para que os fungos se disseminem;
- desidratações, devido às perdas de líquidos pelo organismo.
Os bebês13 e os idosos estão em maior risco.
Muitas dessas doenças se estendem após o término do verão, ocorrendo também ao longo do outono. Além dessas, são comuns ainda a rinite14, a sinusite15, a pneumonia16, a otite17 e a meningite18.
Quais são as principais doenças típicas do inverno?
A gripe9 é a doença mais comum do inverno. Apesar das campanhas de vacinação ao redor do mundo, milhares de pessoas morrem todos os anos em função da gravidade do tipo de vírus8 que as infectou ou de complicações secundárias. Os vírus8 influenza19 são facilmente transmissíveis por meio do contato com as secreções de pessoas contaminadas. A aglomeração de pessoas em locais fechados alavanca o contágio20.
Quando evolui bem, a gripe9 é autolimitada e, geralmente, encerra seu ciclo dentro de sete dias, mas ela pode dar origem a complicações graves, como a pneumonia16, por exemplo. Para evitar a gripe9, o paciente deve privar-se de lugares onde há aglomeração de pessoas, manter os ambientes sempre arejados e limpos, não compartilhar objetos com pessoas doentes e cobrir o rosto sempre que for tossir ou espirrar.
A asma21 é uma doença crônica desencadeada pela combinação de fatores ambientais e predisposição genética. Mesmo assim, é considerada sazonal, pois as mudanças bruscas de temperatura e os hábitos pessoais do inverno podem agravá-la. A disfunção ocasionada pela asma21 é uma inflamação22 nas vias respiratórias que provoca constrição23 brônquica, resultando em chiados no peito24, tosse e falta de ar.
A prevenção se dá mais pelas mudanças no hábito de vida dos acometidos, já que a asma21 tem um componente genético. O tratamento envolve o uso da famosa bombinha, aliada à nebulização25, prática que mantém as vias aéreas limpas e hidratadas, facilitando a respiração.
A pneumonia16 é, na maioria das vezes, causada por bactérias que se instalam nos alvéolos pulmonares26. Muitas vezes é uma complicação da gripe9. Os sintomas27 incluem febre28 alta e tosse seca ou com catarro esverdeado ou amarelado e uma grande dificuldade de respirar.
Devem ser tomados os mesmos cuidados preventivos adotados contra a gripe9. A pneumonia16 exige muita atenção, especialmente quando o paciente é uma criança ou um idoso, devido ao sistema imunológico29 ainda imaturo ou já debilitado.
Quais são as principais doenças da primavera?
Com o fim do inverno e começo da primavera começam a aparecer as doenças de fundo alérgico. Nesta época, o pólen de flores é carregado pelo vento e pode atuar como um alérgeno30 nas crises de asma21. Além disso, a pessoa é afetada também pela poeira dos dias secos, pelos ácaros, poluição, fumaça de cigarro, ar frio ou exercício físico.
A rinite14 alérgica e a conjuntivite12 alérgica se exacerbam nesse período. Também não se sabe bem por que motivo a catapora31, embora não seja do círculo das alergias, ocorre com maior frequência na primavera.
Veja também sobre “Dengue11”, “Zika” e “Chikungunya”.
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da U.S. National Library of Medicine, da Mayo Clinic e do Johns Hopkins Medicine.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.