Arritmias cardíacas: o que saber sobre elas?
O que são arritmias1 cardíacas?
O coração2 geralmente pulsa num ritmo regular e a uma frequência considerada normal, a qual se mede em batimentos cardíacos por minuto (bpm). Os batimentos cardíacos são comandados por impulsos elétricos emitidos pelo nó sinusal3 (grupo de células4 localizadas no alto da aurícula direita), estabelecendo assim um ritmo de batimentos cardíacos (contrações e dilatações) que, em repouso, varia de 60 a 100 bpm (nos atletas pode chegar a 55 bpm) e que pode aumentar, de acordo com a maior ou menor necessidade de oxigênio do coração2. Arritmias1 cardíacas são alterações do ritmo normal dos batimentos cardíacos devido a alterações na emissão dos impulsos nervosos a partir desse nó ou da condução deles até os músculos5 cardíacos. As arritmias1 se devem a uma grande quantidade e variedade de causas e embora a maioria delas seja inofensiva, há também as que constituem uma urgência6 médica e que podem levar à morte.
Quais são as causas das arritmias1 cardíacas?
A propagação do estímulo elétrico a partir do nó sinusal3 para os átrios (câmaras superiores do coração2) se faz célula7 a célula7, mas para os ventrículos (câmaras inferiores do coração2) eles são conduzidos por um feixe nervoso que se bifurca para atender ao ventrículo direito e ao esquerdo. Para que o ritmo de batimentos do coração2 seja normal, todo esse mecanismo precisa funcionar em perfeita sincronia. Toda condição que altere a produção de impulsos nervosos ou a condução deles resulta numa mudança no ritmo cardíaco (arritmia8 ou disritmia). Arritmias1 simples podem ser causadas por fatores externos precipitadores como cafeína, bebidas alcoólicas, estresse, fumo ou drogas. Outras são sintomas9 de doenças cardíacas.
Quais são os principais sinais10 e sintomas9 das arritmias1 cardíacas?
Algumas arritmias1 são muito brandas e sequer chegam a serem sentidas pelo paciente. As demais arritmias1 (muito baixas, bradicardias; muito altas, taquicardias ou as que causam irregularidades no ritmo de batimentos cardíacos) afetam de tal forma o fluxo sanguíneo que causam sinais10 e sintomas9 relacionados a ele. Elas podem ser sentidas como batidas anormais no tórax11, na garganta12 ou no pescoço13. Em geral a pessoa percebe que seu coração2 “está batendo diferente” e sente palpitações14 (sensações de batidas anormais do coração2) ou disparadas do coração2, fadiga15 excessiva, quedas no nível da consciência ou desmaios. A fibrilação é um sintoma16 extremamente grave em que os batimentos cardíacos assumem uma tal desorganização que o coração2 já não é capaz de ejetar adequadamente o sangue17 (o coração2 já não pulsa, apenas tremula). Mais grave ainda é a parada cardíaca, que pode resultar na morte.
Mais frequentemente as arritmias1 ocorrem em pacientes com doenças isquêmicas do coração2, insuficiência18 coronariana, miocardites ou outras miocardiopatias e nos que já tiveram infarto do miocárdio19, por exemplo.
Como o médico diagnostica as arritmias1 cardíacas?
Em primeiro lugar o médico deve levantar uma detalhada história clínica e proceder a um exame clínico minucioso. Geralmente realiza também nesta fase um eletrocardiograma20. Em seguida, conforme a necessidade, pode solicitar um ecocardiograma21 para determinar o tamanho do coração2, a espessura de suas paredes e as condições de suas cavidades. Pode ser pedido também um teste de esforço para verificar como o coração2 se comporta durante a atividade física. Em geral, o Holter22-24horas (um exame que registra o eletrocardiograma20 da pessoa ao exercer suas atividades rotineiras, durante todo o dia) também é utilizado porque fornece informações muito úteis. Outros exames que podem ser pertinentes, a juízo médico, incluem estudo eletrofisiológico do coração2 e angiografia23 coronariana.
Como o médico trata as arritmias1 cardíacas?
Nas arritmias1 irreversíveis que causam diminuição dos batimentos cardíacos a solução é a colocação de um marca-passo24 (um microcomputador que gera impulsos elétricos na frequência necessária). Naquelas caracterizadas por um aumento dos batimentos isolados (extrassístoles) ou agrupados (taquicardias) podem ser tentados medicamentos que visem controlar as extrassístoles e taquicardias ou pode ser feita a ablação25 cirúrgica por cateter, a qual efetua a cauterização26 do local em que ocorre o distúrbio de formação do impulso nervoso. Nas arritmias1 graves, que podem provocar a morte, é essencial o uso do desfribrilador, para tratar rapidamente as crises e impedir que elas provoquem danos neurológicos irreversíveis.
Como prevenir as arritmias1 cardíacas?
As arritmias1 não podem ser completamente prevenidas, mas podem ser minimizadas por algumas providências básicas:
- Evitar o estresse.
- Evitar o fumo, as drogas e as bebidas alcoólicas.
- Praticar exercícios regulares, desde que permitidos pelo cardiologista27.
- Manter a pressão arterial28 e o colesterol29 sob controle.
- Tratar a enfermidade de base, se for o caso.
Como evoluem as arritmias1 cardíacas?
Algumas arritmias1 são transitórias e cessam tão logo são removidas suas causas. Outras, apesar de permanentes, são inócuas. Algumas, no entanto, podem ser sinais10 de doenças cardíacas às vezes graves e serem potencialmente perigosas, pelo que requerem pronto tratamento.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.