Síndrome de Stokes-Adams
O que é síndrome1 de Stokes-Adams?
A síndrome1 de Stokes-Adams é uma patologia2 marcada por episódios de síncopes3 (desmaios) súbitas periódicas, que podem vir ou não acompanhadas de convulsões, resultantes de arritmias4 cardíacas (geralmente com bradicardia5). Elas são caracterizadas por diminuição do débito cardíaco6 e perda de consciência devido a uma restrição de oxigênio para o cérebro7.
A síndrome1 recebeu esse nome em homenagem a dois médicos irlandeses, William Stokes e Robert Adams.
Saiba mais sobre "Síncopes3", "Convulsões" e "Arritmia8 cardíaca".
Quais são as causas da síndrome1 de Stokes-Adams?
Em geral a síndrome1 de Stokes-Adams é causada por um bloqueio de ramo cardíaco de condução dos impulsos nervosos (bloqueio cardíaco9 completo, de terceiro grau) que ocasiona falta de débito cardíaco6. Ela também pode ser devida ao envenenamento de antimônio, assistolia cardíaca de outra causa, doença de Lev ou fibrilação ventricular.
A condição é geralmente associada com doença arterial coronariana e, portanto, tende a ocorrer em pessoas idosas, embora também tenham sido relatados ataques em jovens. Pode haver uma tendência familiar para a síndrome1 de Stokes-Adams.
Leia sobre "Bloqueio de ramo" e "Fibrilação ventricular".
Qual é o mecanismo fisiológico10 da síndrome1 de Stokes-Adams?
Os impulsos elétricos que promovem a contratilidade do coração11 se iniciam no nó sinusal12 (ou sinoatrial) e fluem sobre os átrios direito e esquerdo, fazendo que estes se contraiam. O sangue13 então passa para os ventrículos (câmaras cardíacas inferiores). Quando o impulso elétrico chega ao nó atrioventricular14 (estação intermediária do sistema elétrico), ele se dissemina ao longo do feixe de His15 e de seu ramo direito (direcionado para o ventrículo direito) e esquerdo (direcionado para o ventrículo esquerdo) e, assim, esses estímulos atingem os ventrículos, fazendo com que estes se contraiam, expulsando o sangue13 para fora do coração11, tanto para o pulmão16 (ventrículo direito) como para o cérebro7, músculos17 e outros órgãos do corpo humano18 (ventrículo esquerdo).
No bloqueio atrioventricular de segundo ou terceiro grau, o estímulo elétrico não progride, ficando bloqueado no nó atrioventricular14. Isso afeta os batimentos cardíacos e o fluxo de sangue13 para o cérebro7. A falta de fluxo sanguíneo para o cérebro7 é responsável pelos desmaios e pelas convulsões. Isso leva à ausência de fluxo de oxigênio e consequente abrupta perda de consciência, acompanhada de uma rápida recuperação da mesma.
O ataque pode ser precedido por palidez, pausa dos batimentos cardíacos e colapso19. No ataque de Stokes-Adams há um repentino colapso19 e inconsciência20 devido a uma desordem do ritmo cardíaco em que há um pulso lento ou ausente resultando em síncope21 (desmaio), com ou sem convulsões. Nesta condição, o batimento cardíaco que normalmente passa das câmaras superiores do coração11 para as inferiores é interrompido.
Quais são as principais características clínicas da síndrome1 de Stokes-Adams?
A perda súbita de consciência ocorre sem aviso prévio, inclusive durante o sono. Antes do ataque o paciente pode estar pálido, com hipoperfusão sanguínea, seguido por rubor após a recuperação. Normalmente, os períodos normais de inconsciência20 duram cerca de trinta segundos.
Se existirem convulsões, elas ocorrem por causa da hipóxia22 cerebral, após 15-20 segundos da perda da consciência. Durante o episódio, o pulso é lento (geralmente menos de 40 batimentos por minuto).
A recuperação é bastante rápida, embora o paciente possa estar confuso por algum tempo depois do ataque. Os ataques podem ocorrer várias vezes em um dia.
Como o médico diagnostica a síndrome1 de Stokes-Adams?
A síndrome1 de Stokes-Adams pode ser diagnosticada a partir dos seus sinais23 e sintomas24 e da história clínica. O eletrocardiograma25 mostrará assistolia, um bloqueio atrioventricular ou fibrilação ventricular durante os ataques. No entanto, o ECG pode ser normal no momento em que o paciente é visto. Se necessário, pode ser feito também um Holter26.
Se houver suspeita de doença cardíaca subjacente, esta deve ser investigada e tratada adequadamente. Um diagnóstico27 diferencial deve ser feito com epilepsia28, desmaio vasovagal, hipersensibilidade do seio carotídeo29, hipotensão30 ortostática, uma arritmia8 rápida e passageira, ataque isquêmico31 transitório e síncope21 devido à hipovolemia32.
Veja mais sobre "Eletrocardiograma25", "Holter26", "Assistolia" e "Hipotensão30 ortostática".
Como o médico trata a síndrome1 de Stokes-Adams?
O tratamento inicial pode ser feito com medicações que reforçam as contrações cardíacas. As doenças subjacentes devem ser tratadas adequadamente. O tratamento definitivo é cirúrgico, envolvendo a instalação de um marcapasso33. Geralmente, as atividades físicas devem ser evitadas até a resolução do quadro.
Como evolui a síndrome1 de Stokes-Adams?
Quando esta patologia2 não é identificada, apresenta mortalidade34 de 50% dentro de um ano após ocorrido o primeiro ataque, mas quando o tratamento é feito corretamente, o prognóstico35 é bem mais favorável.
Veja também sobre "Marcapasso33", "Arritmias4 cardíacas", "Infarto do miocárdio36".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.