Gostou do artigo? Compartilhe!

Fibrilação atrial: o que é? Quais as causas? Quais os sintomas? Como são feitos o diagnóstico e o tratamento? Como evolui? Tem jeito de evitar?

A+ A- Alterar tamanho da letra
Avalie este artigo

O que é fibrilação atrial?

A fibrilação atrial acontece quando os átrios cardíacos1 (câmaras superiores do coração2) não se movimentam como normalmente, mas tremulam ou fibrilam3, ao invés de contraírem, levando a uma frequência cardíaca irregular e muito rápida. Isso acontece porque o nó sinusal4 não emite compassadamente um estímulo único em direção ao nó atrioventricular5, mas um grande número deles (300 a 600 por minuto). Assim, o coração2 bate descompassada e aceleradamente e o bombeamento do sangue6 para o resto do corpo deixa de ser suficiente, porque cada sístole7 (contração do coração2) só expele uma quantidade de sangue6 reduzida. A fibrilação atrial pode ser paroxística, só durar um pequeno tempo e parar por si só; persistente, quando não para por si mesma, mas apenas com intervenção médica e permanente, quando não pode ser reparada mesmo com intervenção médica.

Quais são as causas da fibrilação atrial?

Nem sempre as causas da fibrilação atrial se tornam conhecidas. Em cada caso específico a causa pode ser uma anomalia cardíaca congênita8, um dano ao coração2 devido a um ataque cardíaco ou um problema numa válvula cardíaca9, mas mesmo pessoas com coração2 normal podem vir a sofrer fibrilação atrial. Nesses casos, ela geralmente está associada à ingestão de álcool, drogas ou alterações nas concentrações de alguns eletrólitos10 sanguíneos. Histórico familiar de fibrilação atrial, uma idade avançada e distúrbios cardíacos congênitos11 são fatores que aumentam o risco da enfermidade. Algumas enfermidades cardíacas ou relacionadas ao coração2 podem causar essa condição, tais como, hipertensão arterial12, doença coronariana13, insuficiência cardíaca14, alterações das válvulas cardíacas, doenças congênitas15 do coração2, doença pulmonar crônica, hipertireoidismo16, etc.

Quais são os principais sinais17 e sintomas18 da fibrilação atrial?

Os principais sinais17 e sintomas18 da fibrilação atrial são devidos à má circulação19 do sangue6. São eles:

  • Fraqueza, cansaço e falta de ar ao menor esforço.
  • Palpitações20 e sensações de coração2 acelerado e irregular.
  • Dor no peito21, tonteiras e desmaios.

A fibrilação atrial pode fazer piorar as enfermidades cardíacas já existentes, como a insuficiência cardíaca14 ou as doenças coronarianas, por exemplo. Algumas pessoas, no entanto, não apresentam sintomas18 e só descobrem que têm fibrilação atrial em uma consulta médica de rotina ou realizada por outro motivo.

Como o médico diagnostica a fibrilação atrial?

O diagnóstico22 da fibrilação atrial pode ser feito pelos relatos do paciente, pelo exame físico realizado pelo médico e confirmado pelo eletrocardiograma23, teste de resistência e por dispositivos de monitoramento cardíaco de longo prazo.

Como o médico trata a fibrilação atrial?

O tratamento da fibrilação atrial deve visar abolir a causa, quando possível, restituir o ritmo cardíaco normal e prevenir a formação de coágulos. Ele pode ser feito com medicações, cardioversão (um tipo especial de choque24 elétrico) ou procedimentos de ablação25 por cateter ou por cirurgia (cauterização26 do tecido27 cardíaco em pontos de onde emanam os estímulos para a fibrilação atrial).

Como evolui a fibrilação atrial?

Mesmo que não apresente sintomas18, a fibrilação atrial deve ser considerada uma enfermidade grave, em virtude das suas potenciais complicações.

A fibrilação atrial pode causar insuficiência cardíaca14 e formar coágulos sanguíneos no coração2 que podem se desprender e levar ao entupimento de artérias28 em diversas partes do corpo causando, por exemplo, um acidente vascular cerebral29.

Como prevenir a fibrilação atrial?

Alguns fatores de risco podem ser controlados, com objetivo de tentar evitar a fibrilação atrial: níveis de colesterol30, pressão arterial31, uso de tabaco, cafeína ou álcool, obesidade32, sedentarismo33, etc.

ABCMED, 2013. Fibrilação atrial: o que é? Quais as causas? Quais os sintomas? Como são feitos o diagnóstico e o tratamento? Como evolui? Tem jeito de evitar?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/511929/fibrilacao-atrial-o-que-e-quais-as-causas-quais-os-sintomas-como-sao-feitos-o-diagnostico-e-o-tratamento-como-evolui-tem-jeito-de-evitar.htm>. Acesso em: 19 nov. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Átrios Cardíacos: Câmaras do coração às quais o SANGUE circulante retorna.
2 Coração: Órgão muscular, oco, que mantém a circulação sangüínea.
3 Fibrilam: 1. Relativo a, constituído por ou disposto em fibrilas. 2. De conformação aproximadamente linear, insolúvel e de função estrutural ou de defesa (diz-se de proteína). 3. Apresentar fibrilação, ou seja, apresentar uma série de contrações rápidas e desordenadas das fibras musculares, sem, no entanto, contrair o músculo como um todo.
4 Nó sinusal: Pequena massa de fibras musculares cardíacas modificadas, localizada na junção da VEIA CAVA SUPERIOR com o átrio direito. Os impulsos da contração provavelmente começam neste nó, propagam-se pelo átrio (ÁTRIO CARDÍACO) sendo então transmitidos pelo feixe de His (FEIXE ATRIOVENTRICULAR) para o ventrículo (VENTRÍCULO CARDÍACO).
5 Nó atrioventricular: Pequena massa nodular formada por fibras musculares especializadas que estão localizadas no septo interatrial próximo ao óstio do seio coronário. Dá origem ao feixe atriventricular do sistema de condução do coração.
6 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
7 Sístole: Período em que o miocárdio (músculo cardíaco) se contrai. Nesta fase, o sangue é ejetado dos ventrículos para as artérias.
8 Congênita: 1. Em biologia, o que é característico do indivíduo desde o nascimento ou antes do nascimento; conato. 2. Que se manifesta espontaneamente; inato, natural, infuso. 3. Que combina bem com; apropriado, adequado. 4. Em termos jurídicos, é o que foi adquirido durante a vida fetal ou embrionária; nascido com o indivíduo. Por exemplo, um defeito congênito.
9 Válvula cardíaca: Estrutura normal que separa as cavidades e grandes vasos cardíacos, assegurando que o fluxo de sangue produza-se apenas em um sentido. Pode ser sede de doenças infecciosas (endocardite bacteriana) ou auto-imunes (endocardite reumática).
10 Eletrólitos: Em eletricidade, é um condutor elétrico de natureza líquida ou sólida, no qual cargas são transportadas por meio de íons. Em química, é uma substância que dissolvida em água se torna condutora de corrente elétrica.
11 Congênitos: 1. Em biologia, o que é característico do indivíduo desde o nascimento ou antes do nascimento; conato. 2. Que se manifesta espontaneamente; inato, natural, infuso. 3. Que combina bem com; apropriado, adequado. 4. Em termos jurídicos, é o que foi adquirido durante a vida fetal ou embrionária; nascido com o indivíduo. Por exemplo, um defeito congênito.
12 Hipertensão arterial: Aumento dos valores de pressão arterial acima dos valores considerados normais, que no adulto são de 140 milímetros de mercúrio de pressão sistólica e 85 milímetros de pressão diastólica.
13 Doença coronariana: Doença do coração causada por estreitamento das artérias que fornecem sangue ao coração. Se o fluxo é cortado, o resultado é um ataque cardíaco.
14 Insuficiência Cardíaca: É uma condição na qual a quantidade de sangue bombeada pelo coração a cada minuto (débito cardíaco) é insuficiente para suprir as demandas normais de oxigênio e de nutrientes do organismo. Refere-se à diminuição da capacidade do coração suportar a carga de trabalho.
15 Congênitas: 1. Em biologia, o que é característico do indivíduo desde o nascimento ou antes do nascimento; conato. 2. Que se manifesta espontaneamente; inato, natural, infuso. 3. Que combina bem com; apropriado, adequado. 4. Em termos jurídicos, é o que foi adquirido durante a vida fetal ou embrionária; nascido com o indivíduo. Por exemplo, um defeito congênito.
16 Hipertireoidismo: Doença caracterizada por um aumento anormal da atividade dos hormônios tireoidianos. Pode ser produzido pela administração externa de hormônios tireoidianos (hipertireoidismo iatrogênico) ou pelo aumento de uma produção destes nas glândulas tireóideas. Seus sintomas, entre outros, são taquicardia, tremores finos, perda de peso, hiperatividade, exoftalmia.
17 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
18 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
19 Circulação: 1. Ato ou efeito de circular. 2. Facilidade de se mover usando as vias de comunicação; giro, curso, trânsito. 3. Movimento do sangue, fluxo de sangue através dos vasos sanguíneos do corpo e do coração.
20 Palpitações: Designa a sensação de consciência do batimento do coração, que habitualmente não se sente. As palpitações são detectadas usualmente após um exercício violento, em situações de tensão ou depois de um grande susto, quando o coração bate com mais força e/ou mais rapidez que o normal.
21 Peito: Parte superior do tronco entre o PESCOÇO e o ABDOME; contém os principais órgãos dos sistemas circulatório e respiratório. (Tradução livre do original
22 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
23 Eletrocardiograma: Registro da atividade elétrica produzida pelo coração através da captação e amplificação dos pequenos potenciais gerados por este durante o ciclo cardíaco.
24 Choque: 1. Estado de insuficiência circulatória a nível celular, produzido por hemorragias graves, sepse, reações alérgicas graves, etc. Pode ocasionar lesão celular irreversível se a hipóxia persistir por tempo suficiente. 2. Encontro violento, com impacto ou abalo brusco, entre dois corpos. Colisão ou concussão. 3. Perturbação brusca no equilíbrio mental ou emocional. Abalo psíquico devido a uma causa externa.
25 Ablação: Extirpação de qualquer órgão do corpo.
26 Cauterização: Queima ou coagulação de tecidos de diferentes órgãos para deter uma hemorragia ou eliminar um tecido de crescimento anormal.
27 Tecido: Conjunto de células de características semelhantes, organizadas em estruturas complexas para cumprir uma determinada função. Exemplo de tecido: o tecido ósseo encontra-se formado por osteócitos dispostos em uma matriz mineral para cumprir funções de sustentação.
28 Artérias: Os vasos que transportam sangue para fora do coração.
29 Acidente vascular cerebral: Conhecido popularmente como derrame cerebral, o acidente vascular cerebral (AVC) ou encefálico é uma doença que consiste na interrupção súbita do suprimento de sangue com oxigênio e nutrientes para o cérebro, lesando células nervosas, o que pode resultar em graves conseqüências, como inabilidade para falar ou mover partes do corpo. Há dois tipos de derrame, o isquêmico e o hemorrágico.
30 Colesterol: Tipo de gordura produzida pelo fígado e encontrada no sangue, músculos, fígado e outros tecidos. O colesterol é usado pelo corpo para a produção de hormônios esteróides (testosterona, estrógeno, cortisol e progesterona). O excesso de colesterol pode causar depósito de gordura nos vasos sangüíneos. Seus componentes são: HDL-Colesterol: tem efeito protetor para as artérias, é considerado o bom colesterol. LDL-Colesterol: relacionado às doenças cardiovasculares, é o mau colesterol. VLDL-Colesterol: representa os triglicérides (um quinto destes).
31 Pressão arterial: A relação que define a pressão arterial é o produto do fluxo sanguíneo pela resistência. Considerando-se a circulação como um todo, o fluxo total é denominado débito cardíaco, enquanto a resistência é denominada de resistência vascular periférica total.
32 Obesidade: Condição em que há acúmulo de gorduras no organismo além do normal, mais severo que o sobrepeso. O índice de massa corporal é igual ou maior que 30.
33 Sedentarismo: Qualidade de quem ou do que é sedentário, ou de quem tem vida e/ou hábitos sedentários. Sedentário é aquele que se exercita pouco, que não se movimenta muito.
Gostou do artigo? Compartilhe!

Pergunte diretamente a um especialista

Sua pergunta será enviada aos especialistas do CatalogoMed, veja as dúvidas já respondidas.