Coagulopatias
O que são coagulopatias?
As coagulopatias ou distúrbios hemorrágicos1 são condições que afetam a forma como os coágulos sanguíneos se formam, gerando sangramentos mais fáceis e abundantes que o normal ou ante condições que normalmente não os produzem.
Quais são as causas das coagulopatias?
As coagulopatias podem ser herdadas ou adquiridas. Exemplos de distúrbios hemorrágicos1 hereditários incluem hemofilia2 A e B e doença de von Willebrand.
As adquiridas podem ser devidas a deficiências e defeitos nas plaquetas3 sanguíneas e/ou nos fatores de coagulação4 ou ao uso de medicações antiplaquetárias e anticoagulantes5 que são tomadas para a profilaxia e tratamento de condições médicas potencialmente produtoras de trombos6, como fibrilação atrial, trombose venosa profunda7, acidente vascular cerebral8, embolia9 pulmonar e infarto do miocárdio10.
As coagulopatias também podem ocorrer devido a condições como anemia11, deficiência de vitamina12 K, leucemia13, cirrose14 hepática15 e HIV16.
Saiba mais sobre "Doença de von Willebrand", "Coagulação4 sanguínea", "Hemofilia2", "Fibrilação atrial", "Trombose venosa profunda7" e "Embolia9 pulmonar".
Qual é o mecanismo fisiológico17 das coagulopatias?
Normalmente, o corpo produz 13 fatores de coagulação4 que atuam em cascata, juntamente com as plaquetas3 sanguíneas, para deter as hemorragias18. A coagulação4 do sangue19 é afetada se algum desses fatores estiver deficiente ou defeituoso. Distúrbios genéticos, como hemofilia2 e doença de Von Willebrand, podem causar uma redução nos fatores de coagulação4. Os anticoagulantes5 também impedem a formação adequada de coágulos. A coagulopatia também pode ocorrer como resultado de disfunção ou níveis reduzidos das plaquetas3.
Quais são as principais características clínicas das coagulopatias?
As coagulopatias são caracterizadas por sangramentos prolongados e excessivos após lesões20 acidentais ou procedimentos médicos e odontológicos. Em alguns casos, podem ocorrer sangramentos espontâneos no interior das articulações21, músculos22 ou outras partes do corpo, os quais podem causar dores, inchaço23 e rigidez.
Outros sinais24 e sintomas25 dos distúrbios hemorrágicos1 incluem manchas roxas como consequência de contusões simples, púrpura26, sangramentos nasais, sangramento nas gengivas, menorragia27 e sangue19 na urina28 ou fezes.
Em casos de trombocitopenia29 (baixo número de plaquetas3) ocorrem petéquias30 (sangramento superficial na pele31 que aparece como pequenas manchas vermelhas), fadiga32, icterícia33 e aumento do baço34.
Leia sobre "Sangramento das gengivas", "Menorragia27", "Púrpura26", "Sangue19 na urina28" e "Sangue19 nas fezes".
Como o médico diagnostica as causas das coagulopatias?
Os exames de rotina incluem uma contagem completa de células35 do sangue19 e contagem de plaquetas3. A avaliação de uma amostra de sangue19 periférico é feita para o tempo de protrombina36 (mede quanto tempo leva para formar um coágulo37 sanguíneo), tempo de tromboplastina38 parcial ativada, tempo de tromboplastina38 parcial e teste de agregação plaquetária.
O tempo de protrombina36 ou o tempo de tromboplastina38 parcial ativada é um exame médico que caracteriza a coagulação4 sanguínea. Os testes de tempo de tromboplastina38 parcial e o tempo de protrombina36 também são usados para monitorar a terapia anticoagulante39 oral. O tempo de tromboplastina38 parcial é usado em conjunto com outro teste que mede a rapidez com que ocorre a coagulação4 do sangue19, chamado tempo de protrombina36. O tempo de protrombina36 mede a velocidade de coagulação4 por meio da via extrínseca, também conhecida como via do fator tecidual.
A hemofilia2 é diagnosticada medindo-se o nível de atividade do fator em uma amostra de sangue19: a hemofilia2 A é diagnosticada testando o nível de atividade do fator VIII e a hemofilia2 B é diagnosticada medindo-se o nível de atividade do fator IX. A doença de von Willebrand envolve medir o nível e a atividade do fator von Willebrand e de outra proteína de coagulação4 sanguínea, o fator VIII.
Como o médico trata as coagulopatias?
Na maioria das vezes, o médico ajudará com medicamentos ou terapêutica40 de substituição. Os fatores de coagulação4 que estejam reduzidos ou ausentes devem ser substituídos por proteínas41 retiradas do sangue19 humano ou criadas em laboratório. Esta terapia pode ser administrada tanto para tratar um sangramento já iniciado como para evitar que ocorra novos sangramentos.
Para pessoas que estejam necessitando de rápida reversão dos efeitos de um anticoagulante39, em casos de sangramentos graves ou cirurgia de emergência42, deve ser usada a vitamina12 K, concentrado de complexo de protrombina36 ou plasma fresco congelado43.
O tratamento para a hemofilia2 exige que o fator de coagulação4 ausente seja administrado na corrente sanguínea. Pessoas com hemofilia2 A leve podem, às vezes, usar desmopressina (um hormônio44 sintético que estimula a liberação do fator VIII) para tratar sangramentos menores. A doença de von Willebrand pode ser tratada com desmopressina ou com um concentrado de fator de coagulação4 específico.
Pessoas com sangramento grave e urgente devem receber transfusão45 de uma combinação de glóbulos vermelhos com plasma sanguíneo46, concentrado do complexo de protrombina36, fator XIII e fibrinogênio47 com ácido tranexâmico.
Como evoluem em geral as coagulopatias?
O sangramento descontrolado pode causar danos aos órgãos internos, articulações21 e músculos22 e, eventualmente, pode ser fatal.
Quais são as complicações possíveis das coagulopatias?
Existem vários riscos possíveis no tratamento de coagulopatias, como lesão48 pulmonar aguda relacionada à transfusão45, síndrome49 do desconforto respiratório agudo50, síndrome49 de disfunção de múltiplos órgãos, hemorragia51 grave e tromboembolismo52 venoso.
Veja também sobre "Hemorragias18", "Coagulograma" e "Transfusão45 de sangue19".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.