Menstruação forte: o fluxo menstrual intenso é chamado de menorragia e pode precisar de investigação médica
O que é menorragia1?
Menorragia1 é o nome que se dá ao fluxo menstrual mais intenso e mais abundante que o normal, sem que haja alterações nos intervalos dos ciclos menstruais. Cerca de 53 em cada 1.000 mulheres são afetadas por essa condição.
Quais são as causas da menorragia1?
Quase sempre nenhuma anormalidade causativa pode ser identificada. No entanto, existem causas conhecidas de sangramento uterino anormal que precisam ser confirmadas ou descartadas em cada caso concreto.
O sangramento uterino anormal pode ser causado por defeitos estruturais no trato reprodutivo, anovulação2 (falta de ovulação3), distúrbios hemorrágicos4 sistêmicos5, problemas hormonais (como hipotireoidismo6, por exemplo) ou câncer7 do trato reprodutivo. Raros defeitos de coagulação8, como distúrbios das plaquetas9 ou doença de von Willebrand, por exemplo, ou o uso de medicações anticoagulantes10 podem ser causa de menorragia1. Outras causas sistêmicas também podem levar à menorragia1, como doença da tireoide11, excessivo estresse emocional ou físico, etc.
Saiba mais sobre "Ciclo menstrual", "Hipotireoidismo6", "Ovulação3" e "Doença de von Willebrand".
Qual é o mecanismo fisiológico12 da menorragia1?
A menstruação13 é o corrimento vaginal fisiológico12 de sangue14 e tecido15 mucoso do endométrio16, o revestimento interno do útero17. O intervalo de tempo comum entre o primeiro dia de um ciclo menstrual e o primeiro dia do ciclo menstrual seguinte é de 21 a 31 dias em mulheres adultas jovens. O ciclo menstrual normal dura em média 28 dias, o período de sangramento tem duração média de 5 dias e o fluxo sanguíneo total fica entre 25 e 80 ml de sangue14.
A menorragia1 é definida como fluxo menstrual total maior de 80 ml por ciclo ou a completa imersão de um absorvente a cada duas horas ou menos. Os desvios em termos de frequência, duração ou volume da menstruação13 (metrorragia18) qualificam-se como sangramento uterino anormal. Sangramento entre menstruações também é sangramento uterino anormal e, portanto, requer uma avaliação mais aprofundada, mas se diferencia da menorragia1.
Qualquer sangramento uterino anormal deve ser investigado por um médico ginecologista.
Quais são as principais características clínicas da menorragia1?
Menstruações claramente abundantes podem se estabelecer espontaneamente por ocasião da menarca19 (início das menstruações) e da menopausa20 (cessação das menstruações). Posteriormente, as complicações da menorragia1 também podem ser seus sintomas21 iniciais. O sangramento excessivo pode levar à anemia22, que se apresenta como fadiga23, falta de ar e fraqueza. A anemia22 pode ser diagnosticada com um exame de sangue14.
Geralmente a menstruação13 mais intensa e que dura mais tempo que o normal (uma semana ou mais) é acompanhada de coágulos grandes de sangue14. A paciente se vê obrigada a limitar suas atividades diárias, gerando um grande problema social, porque os períodos longos e dolorosos obrigam a mulher a alterar seus afazeres cotidianos.
Como o médico diagnostica a menorragia1?
Quando a causa permanece desconhecida, o tratamento deve ser direcionado ao sintoma24, em vez de a um mecanismo específico. O diagnóstico25 de menorragia1 depende, em grande parte, do histórico médico relatado pela paciente, seguido de exame físico e ultrassonografia26. Se necessário, podem ser usados testes laboratoriais ou histeroscópicos.
A dosagem de TSH e T4 ajuda a descartar o hipotireoidismo6; um exame pélvico27 e retal visa assegurar que o sangramento não seja de outra parte do trato reprodutivo inferior (vagina28, colo do útero29) ou reto30; o Papanicolau31 pode ser feito para descartar neoplasia32 cervical; por meio da ultrassonografia26 pélvica33 pode-se descartar anormalidades estruturais e uma biópsia34 endometrial contribui para excluir câncer7 endometrial ou alguma outra hiperplasia35 atípica. Por fim, a histeroscopia36 permitirá uma visão37 geral do interior do útero17.
Leia sobre "Menstruação13", "Metrorragia18", "Amenorreia38", "Anemias", "Histeroscopia36" e "Papanicolau31".
Como o médico trata a menorragia1?
Quando uma causa subjacente pode ser identificada, o tratamento deve ser direcionado para ela e o tratamento dependerá da causa, da gravidade e da interferência na qualidade de vida da mulher. Se ocorrer anemia22 como resultado dos sangramentos, comprimidos de ferro podem ser usados para ajudar a restaurar os níveis normais de hemoglobina39.
Geralmente, as pílulas contraceptivas orais combinadas ou apenas com progesterona podem ser tomadas por alguns meses durante o tratamento inicial. Para tratamentos de longo prazo, as medicações de depósito são uma opção. Medicação anti-inflamatória também pode ser prescrita em alguns casos de menorragia1 ovulatória.
A cirurgia costuma ser um tratamento de segunda linha eficaz para aquelas mulheres cujos miomas e sintomas21 não são bem controlados. Um tratamento definitivo para a menorragia1 em mulheres de mais idade é a realização de histerectomia40 (remoção do útero17).
Quais são as complicações possíveis da menorragia1?
Além do incômodo de ter de lidar com sangramentos mais intensos e prolongados, com o passar do tempo, a perda de sangue14 pode ser maior que as reservas de ferro no corpo ou a taxa de reposição de sangue14, levando à anemia22. Os sintomas21 atribuíveis à anemia22 podem incluir falta de ar, cansaço, fraqueza, formigamento, dormência41 nos dedos das mãos42 e dos pés, dores de cabeça43, depressão e pouca concentração.
Veja também sobre "Pílulas anticoncepcionais", "Miomas", "Histerectomia40" e "Câncer7 de endométrio16".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.