Terapia antiplaquetária
O que são plaquetas1?
As plaquetas1, também conhecidas como trombócitos2, são células3 do sangue4 produzidas pela medula óssea5 que participam no processo de coagulação6 sanguínea. Sempre que ocorre uma lesão7 no corpo (ferida ou machucado), as plaquetas1 se dirigem para o local da lesão7, onde se aglomeram para formar um coágulo8 sanguíneo e assim interromper o sangramento, evitando a perda de sangue4.
Mas, às vezes, as plaquetas1 se aglutinam dentro de um vaso sanguíneo que está ferido, inflamado ou que apresenta formação de placa9 de aterosclerose10. Quando isso acontece, as plaquetas1 podem causar a formação de um coágulo8 sanguíneo dentro do vaso e prejudicar localmente a circulação11 do sangue4. As plaquetas1 também podem causar a formação de coágulos sanguíneos ao redor de stents, válvulas cardíacas artificiais e outros dispositivos colocados dentro do coração12 ou de vasos sanguíneos13.
O que é terapia antiplaquetária?
A terapia antiplaquetária faz uso de um grupo de medicamentos que impedem as plaquetas1 de se aglomerarem e formarem um coágulo8 sanguíneo. Esses medicamentos antiplaquetários são também conhecidos como inibidores da aglutinação de plaquetas1 ou inibidores da agregação plaquetária, e podem ser tomados oralmente, por longos períodos ou, em casos agudos, serem administrados por infusão gota14 a gota14.
Vulgarmente, as pessoas dizem que esses são medicamentos para “ralear” o sangue4, o que não corresponde a uma verdade fática, porque eles impedem as células sanguíneas15 de se aglutinarem, mas não as diminuem em quantidade.
Saiba mais sobre "Diátese hemorrágica16", "Embolia17 pulmonar" e "Coagulação6 intravascular18 disseminada".
Como funciona a terapia antiplaquetária?
Os medicamentos antiplaquetários podem exercer um papel útil ou prejudicial, conforme o caso. Um coágulo8 sanguíneo que se forma num ferimento na pele19, por exemplo, exerce uma função benéfica de hemostasia20, e um medicamento antiplaquetário prejudicaria esse processo.
Porém, se um coágulo8 se formar no interior de um vaso, pode causar obstrução da circulação11 local e, se isso acontecer em artérias21 cardíacas ou cerebrais, pode gerar um ataque cardíaco ou um acidente vascular cerebral22, potencialmente fatais. Se ele se desprender e cair na circulação11, pode causar, por exemplo, uma embolia17 pulmonar. O uso de um medicamento antiplaquetário poderia ser útil para prevenir tais casos.
Assim, as medicações antiplaquetárias são usadas sobretudo para prevenir a formação de coágulos intravasculares23 e com isso evitar doenças cardíacas e vasculares24 cerebrais. A aspirina, em doses baixas, é o primeiro e mais comum dos antiplaquetários. Ela age reduzindo a inflamação25 nas artérias21. Outros antiplaquetários mais recentes podem ser prescritos se o paciente tiver um risco elevado de formação de coágulos ou de trombose26 que gerem um evento cardíaco, cerebral ou pulmonar.
Quais são os efeitos secundários mais comuns da terapia antiplaquetária?
Os efeitos mais gerais, comuns a todos eles, são:
- sangramento gastrointestinal superior, por causa de gastrite27 crônica ou úlceras28 gastrointestinais ativas ou já cicatrizadas;
- sangramentos mais abundantes se o paciente se machucar;
- hemorragias29;
- equimoses30;
- hematúrias;
- menstruações mais volumosas;
- epistaxes;
- pólipos31 nasais;
- trombocitopenia32.
Algumas drogas podem causar sintomas33 mais específicos como, por exemplo, a asma34 induzida por aspirina e a dispneia35 relacionada ao Ticagrelor.
Devido aos efeitos colaterais36 desses medicamentos, certas pessoas apresentam um risco maior de complicações ao usá-los e outras nem devem usá-los. A questão deve ser decidida caso a caso. O médico orientará o paciente quanto a conveniência ou não do uso do medicamento.
Se a paciente estiver grávida ou amamentando, de modo geral, não deve usar antiagregantes plaquetários. Isso pode aumentar o risco de morte fetal e prejudicar o bebê.
Como alguns medicamentos de venda livre e alguns suplementos dietéticos podem aumentar ainda mais o risco de sangramento, o paciente deve informar a seu médico sobre todos os medicamentos prescritos ou não prescritos que esteja tomando.
Quando fazer uso e quando não fazer uso da terapia antiplaquetária?
A prevenção e o tratamento da trombose26 arterial são essenciais em pacientes com certas condições médicas, nas quais a trombose26 ou o tromboembolismo37 podem resultar em consequências desastrosas, como ataque cardíaco, embolia17 pulmonar ou acidente vascular cerebral22.
Os pacientes que requerem o uso de medicamentos antiplaquetários são, entre outros, aqueles que estão em risco ou sofreram acidente vascular cerebral22, cirurgia cardíaca, doença cardíaca coronariana, angina38 instável ou ataque cardíaco, pacientes com stent coronário e com doença vascular periférica39.
O tratamento da trombose26 arterial estabelecida inclui o uso de drogas antiplaquetárias e terapia trombolítica. As drogas antiplaquetárias alteram a ativação plaquetária no local do dano vascular40 crucial para o desenvolvimento da trombose26 arterial. Os antiagregantes plaquetários têm maior efeito na circulação11 arterial, enquanto que os anticoagulantes41 agem menos aí e são mais ativos na circulação11 venosa.
Todo paciente que tenha alto risco de sangramento não deve fazer uso de terapia antiplaquetária. Nisso incluem-se, entre outros, casos de:
- grandes varizes42 esofágicas;
- acidente vascular cerebral22 recente (a menos de 2 anos);
- história de hemorragia43 intracraniana;
- trombocitopenia32;
- cirurgia de grande porte a menos de 72 horas;
- doença renal44 em estágio final em hemodiálise45;
- cirrose46 hepática47;
- hipertensão48 grave com uma pressão arterial49 acima de 200/110 mmHg.
Antes de iniciar os agentes antiplaquetários, o paciente deve ser avaliado quanto ao risco de sangramento e ser advertido para ter cuidado com ferimentos que possam sangrar. A idade avançada, o sexo feminino e a função renal44 prejudicada são fatores importantes a serem considerados.
O monitoramento geralmente não é necessário para medicamentos antiplaquetários; entretanto, se houver sangramento volumoso ou com risco de vida, o médico deve interromper o medicamento o mais rápido possível. Se o antiagregante plaquetário for uma terapia essencial, como em pacientes pós-implante50 de stent coronário, os medicamentos devem ser reiniciados o mais rápido possível com segurança.
O uso de anticoagulante51 concomitante deve ser minimizado tanto quanto possível, pois aumentará em muito o risco de sangramento.
Leia também sobre "Hemograma", "Coagulograma" e "Mielograma52".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente do site do NIH - National Institutes of Health (USA).
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.