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Sangue na urina. O que pode ser?

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O que é sangue1 na urina2?

O sangue1 pode aparecer na urina2 originalmente misturado a ela ainda no aparelho urinário3 ou como uma contaminação da amostra examinada por um sangramento originado de outros órgãos. A primeira dessas situações é conhecida medicamente como hematúria4.

Nas mulheres, as amostras de urina2 colhidas no período menstrual frequentemente são contaminadas por sangue1 exógeno.

Geralmente a presença de sangue1 na urina2 não é motivo para alarme, mas como pode também ser um sinal5 de uma condição mais séria, não deve ser ignorada. Afinal, uma urina2 avermelhada sempre é sinal5 de que há algo de errado, seja simples ou grave. Pode ocorrer por discretos defeitos nos túbulos renais, que não possuem nenhuma relevância clínica, ou ser devido a um câncer6 dos rins7 ou da bexiga8, por exemplo. É importante, pois, determinar a causa subjacente à presença de sangue1 na urina2.

Quais são as causas de sangue1 na urina2?

A hematúria4 pode provir dos rins7, dos ureteres9 (os tubos urinários que vão dos rins7 até a bexiga8), da bexiga8 e/ou da uretra10 (o tubo urinário que parte da bexiga8 e a liga com o exterior do corpo). As condições mais comuns de hematúria4 incluem infecções11 da bexiga8 ou dos rins7, cálculos nos rins7 ou bexiga8, doenças renais, hiperplasia12 benigna da próstata13, câncer6 de próstata13, doenças hereditárias, alguns medicamentos, tumor14 na bexiga8, rim15 ou próstata13, lesão16 renal17 por acidente e exercício vigoroso.

Saiba mais sobre "Hematúria4", "Hiperplasia12 benigna da próstata13", "Câncer6 de Próstata13", "Câncer6 renal17" e "Câncer6 da bexiga8".

Qual é o mecanismo fisiológico18 do sangue1 na urina2?

A hematúria4, seja ela macroscópica ou microscópica, pode ser persistente ou intermitente19, isto é, ser constante ou aparecer e desaparecer de tempos em tempos. Na hematúria4 dita isolada, o paciente não apresenta nenhum outro sinal5 ou sintoma20 além da presença de sangue1 na urina2. Essa ocorrência é rara porque a maioria das doenças que provoca hematúria4 causa sintomas21. Quando ocorre sem nenhum outro sinal5, a presença de sangue1 na urina2 habitualmente indica uma doença benigna.

Quais são as principais características clínicas do sangue1 na urina2?

Dependendo da quantidade, o sangue1 na urina2 pode ser claramente visível (hematúria4 macroscópica) ou inaparente a olho22 nu e só detectada ao microscópio (hematúria4 microscópica). A presença visível de sangue1 na urina2 deixa sinais23 óbvios, sobretudo na coloração da urina2. A presença de sangue1 é o primeiro deles, outro é a cor rosa, vermelha, marrom-avermelhada ou cor de chá.

A hematúria4 em si não ocasiona sintomas21, mas vários sintomas21 podem aparecer em razão das enfermidades subjacentes. Assim, por exemplo, as infecções11 da bexiga8 (cistites) podem causar urgência24 de urinar, febre25 baixa, dor, ardor26 ao urinar e irritabilidade.

Nas infecções11 renais (pielonefrites) os sintomas21 podem incluir febre25, calafrios27 e dor na região lombar28.

No caso de cálculos renais, a dor abdominal ou pélvica29 em cólicas30 pode ser muito intensa e os sintomas21 podem incluir fraqueza, pressão sanguínea alta e inchaço31.

Uma presença transitória de sangue1 na urina2 pode aparecer em seguida a determinados procedimentos médicos como biópsia32 de próstata13, por exemplo. A mesma coisa pode acontecer após esforços físicos de grande intensidade, geralmente extenuantes. Esse tipo de sangramento não tem maior significado clínico se o paciente for jovem e saudável e não exige nenhuma investigação mais profunda.

Muitas vezes, o que parece ser sangue1 na urina2 é, na verdade, pigmento vermelho oriundo de outras fontes, tais como corantes alimentares, medicamentos ou uma quantidade excessiva de beterraba.

Leia mais sobre "Infecção33 urinária", "Cálculo34 renal17", "Cistite35" e "Hipertensão Arterial36".

Como o médico diagnostica o sangue1 na urina2?

O diagnóstico37 compreende duas vertentes. Uma delas é constatar a presença de sangue1 na urina2; a outra é descobrir a causa dela. Para isso, são necessários tanto exames de urina2 como de sangue1 e de imagem.

Os exames de urina2 podem incluir uma citologia para procurar células38 anormais na urina2. Os exames de sangue1 podem mostrar níveis elevados de resíduos metabólicos que os rins7 deveriam remover e que podem ser um sinal5 de doença renal17. Os exames de imagens podem incluir tomografia computadorizada39, ressonância magnética40 ou ultrassonografia41 renal17.

A urografia42 excretora é feita por meio de uma radiografia contrastada do trato urinário43. A cistoscopia44, feita por meio da inserção de uma pequena câmara no interior da bexiga8 através da uretra10, permite uma visão45 direta do interior daquele órgão.

Em casos suspeitos de malignidade, uma biópsia32 pode ser obtida para verificar a presença de células38 anormais. Se indicada, uma biópsia32 também pode ser feira nos rins7, com a retirada de uma pequena amostra de tecido46 renal17 para ser examinada ao microscópio.

Veja também: "Tomografia", "Ressonância magnética40", "Ultrassonografia41", "Radiografia" e "Biópsia32".

Como o médico trata o sangue1 na urina2?

Não há um tratamento específico para a hematúria4, porque ela é um sintoma20 de várias condições diferentes. O tratamento deve visar a causa subjacente e, dependendo dela, em muitos casos, nem será necessário tratamento algum. Em outros casos, basta o afastamento de certos produtos químicos industriais ou parar de fumar cigarros.

Se nenhuma causa subjacente for inicialmente detectada, o paciente pode ser aconselhado a ter o teste de urina2 e a pressão arterial47 monitorados a cada três meses especialmente se tiver fatores de risco para o câncer6 de bexiga8.

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas em parte dos sites da Cleveland Clinic e do U. S. National Institute of Health.

ABCMED, 2016. Sangue na urina. O que pode ser?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/1277243/sangue-na-urina-o-que-pode-ser.htm>. Acesso em: 16 abr. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
2 Urina: Resíduo líquido produzido pela filtração renal no organismo, estocado na bexiga e expelido pelo ato de urinar.
Aparelho urinário
3 Aparelho urinário: O aparelho urinário é constituído pelos rins, pelos ureteres e pela bexiga. Ele remove os resíduos do sangue, mantêm o equilíbrio de água e eletrólitos, armazena e transporta a urina.
4 Hematúria: Eliminação de sangue juntamente com a urina. Sempre é anormal e relaciona-se com infecção do trato urinário, litíase renal, tumores ou doença inflamatória dos rins.
5 Sinal: 1. É uma alteração percebida ou medida por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida. 2. Som ou gesto que indica algo, indício. 3. Dinheiro que se dá para garantir um contrato.
6 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
7 Rins: Órgãos em forma de feijão que filtram o sangue e formam a urina. Os rins são localizados na região posterior do abdômen, um de cada lado da coluna vertebral.
8 Bexiga: Órgão cavitário, situado na cavidade pélvica, no qual é armazenada a urina, que é produzida pelos rins. É uma víscera oca caracterizada por sua distensibilidade. Tem a forma de pêra quando está vazia e a forma de bola quando está cheia.
9 Ureteres: Estruturas tubulares que transportam a urina dos rins até a bexiga.
10 Uretra: É um órgão túbulo-muscular que serve para eliminação da urina.
11 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
12 Hiperplasia: Aumento do número de células de um tecido. Pode ser conseqüência de um estímulo hormonal fisiológico ou não, anomalias genéticas no tecido de origem, etc.
13 Próstata: Glândula que (nos machos) circunda o colo da BEXIGA e da URETRA. Secreta uma substância que liquefaz o sêmem coagulado. Está situada na cavidade pélvica (atrás da parte inferior da SÍNFISE PÚBICA, acima da camada profunda do ligamento triangular) e está assentada sobre o RETO.
14 Tumor: Termo que literalmente significa massa ou formação de tecido. É utilizado em geral para referir-se a uma formação neoplásica.
15 Rim: Os rins são órgãos em forma de feijão que filtram o sangue e formam a urina. Os rins são localizados na região posterior do abdômen, um de cada lado da coluna vertebral.
16 Lesão: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
17 Renal: Relacionado aos rins. Uma doença renal é uma doença dos rins. Insuficiência renal significa que os rins pararam de funcionar.
18 Fisiológico: Relativo à fisiologia. A fisiologia é estudo das funções e do funcionamento normal dos seres vivos, especialmente dos processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos sadios.
19 Intermitente: Nos quais ou em que ocorrem interrupções; que cessa e recomeça por intervalos; intervalado, descontínuo. Em medicina, diz-se de episódios de febre alta que se alternam com intervalos de temperatura normal ou cujas pulsações têm intervalos desiguais entre si.
20 Sintoma: Qualquer alteração da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. O sintoma é a queixa relatada pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
21 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
22 Olho: s. m. (fr. oeil; ing. eye). Órgão da visão, constituído pelo globo ocular (V. este termo) e pelos diversos meios que este encerra. Está situado na órbita e ligado ao cérebro pelo nervo óptico. V. ocular, oftalm-. Sinônimos: Olhos
23 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
24 Urgência: 1. Necessidade que requer solução imediata; pressa. 2. Situação crítica ou muito grave que tem prioridade sobre outras; emergência.
25 Febre: É a elevação da temperatura do corpo acima dos valores normais para o indivíduo. São aceitos como valores de referência indicativos de febre: temperatura axilar ou oral acima de 37,5°C e temperatura retal acima de 38°C. A febre é uma reação do corpo contra patógenos.
26 Ardor: 1. Calor forte, intenso. 2. Mesmo que ardência. 3. Qualidade daquilo que fulge, que brilha. 4. Amor intenso, desejo concupiscente, paixão.
27 Calafrios: 1. Conjunto de pequenas contrações da pele e dos músculos cutâneos ao longo do corpo, muitas vezes com tremores fortes e palidez, que acompanham uma sensação de frio provocada por baixa temperatura, má condição orgânica ou ainda por medo, horror, nojo, etc. 2. Sensação de frio e tremores fortes, às vezes com bater de dentes, que precedem ou acompanham acessos de febre.
28 Região Lombar:
29 Pélvica: Relativo a ou próprio de pelve. A pelve é a cavidade no extremo inferior do tronco, formada pelos dois ossos do quadril (ilíacos), sacro e cóccix; bacia. Ou também é qualquer cavidade em forma de bacia ou taça (por exemplo, a pelve renal).
30 Cólicas: Dor aguda, produzida pela dilatação ou contração de uma víscera oca (intestino, vesícula biliar, ureter, etc.). Pode ser de início súbito, com exacerbações e períodos de melhora parcial ou total, nos quais o paciente pode estar sentindo-se bem ou apresentar dor leve.
31 Inchaço: Inchação, edema.
32 Biópsia: 1. Retirada de material celular ou de um fragmento de tecido de um ser vivo para determinação de um diagnóstico. 2. Exame histológico e histoquímico. 3. Por metonímia, é o próprio material retirado para exame.
33 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
34 Cálculo: Formação sólida, produto da precipitação de diferentes substâncias dissolvidas nos líquidos corporais, podendo variar em sua composição segundo diferentes condições biológicas. Podem ser produzidos no sistema biliar (cálculos biliares) e nos rins (cálculos renais) e serem formados de colesterol, ácido úrico, oxalato de cálcio, pigmentos biliares, etc.
35 Cistite: Inflamação ou infecção da bexiga. É uma das infecções mais freqüentes em mulheres, e manifesta-se por ardor ao urinar, urina escura ou com traços de sangue, aumento na freqüência miccional, etc.
36 Hipertensão arterial: Aumento dos valores de pressão arterial acima dos valores considerados normais, que no adulto são de 140 milímetros de mercúrio de pressão sistólica e 85 milímetros de pressão diastólica.
37 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
38 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
39 Tomografia computadorizada: Exame capaz de obter imagens em tons de cinza de “fatias†de partes do corpo ou de órgãos selecionados, as quais são geradas pelo processamento por um computador de uma sucessão de imagens de raios X de alta resolução em diversos segmentos sucessivos de partes do corpo ou de órgãos.
40 Ressonância magnética: Exame que fornece imagens em alta definição dos órgãos internos do corpo através da utilização de um campo magnético.
41 Ultrassonografia: Ultrassonografia ou ecografia é um exame complementar que usa o eco produzido pelo som para observar em tempo real as reflexões produzidas pelas estruturas internas do organismo (órgãos internos). Os aparelhos de ultrassonografia utilizam uma frequência variada, indo de 2 até 14 MHz, emitindo através de uma fonte de cristal que fica em contato com a pele e recebendo os ecos gerados, os quais são interpretados através de computação gráfica.
42 Urografia: Método de diagnóstico radiológico que utiliza uma substância de contraste para visualizar a anatomia interna das vias excretoras do rim.
43 Trato Urinário:
44 Cistoscopia: Visualização da bexiga urinária através de um instrumento óptico (cistoscópio) que é introduzido pela uretra.
45 Visão: 1. Ato ou efeito de ver. 2. Percepção do mundo exterior pelos órgãos da vista; sentido da vista. 3. Algo visto, percebido. 4. Imagem ou representação que aparece aos olhos ou ao espírito, causada por delírio, ilusão, sonho; fantasma, visagem. 5. No sentido figurado, concepção ou representação, em espírito, de situações, questões etc.; interpretação, ponto de vista. 6. Percepção de fatos futuros ou distantes, como profecia ou advertência divina.
46 Tecido: Conjunto de células de características semelhantes, organizadas em estruturas complexas para cumprir uma determinada função. Exemplo de tecido: o tecido ósseo encontra-se formado por osteócitos dispostos em uma matriz mineral para cumprir funções de sustentação.
47 Pressão arterial: A relação que define a pressão arterial é o produto do fluxo sanguíneo pela resistência. Considerando-se a circulação como um todo, o fluxo total é denominado débito cardíaco, enquanto a resistência é denominada de resistência vascular periférica total.
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