Embolização
O que é embolização1?
Embolização1 é a colocação intencional de um êmbolo2 na corrente sanguínea, para bloquear deliberadamente um determinado vaso sanguíneo, impedindo o fluxo de sangue3 daí em diante. Esse procedimento visa fazer hemostasia4 de um sangramento ou obstruir artérias5 que alimentam as células6 de um tumor7, fazendo-as regredir, mas pode também ser usado com outras finalidades.
Um processo equivalente, de origem natural, geralmente patológica, é chamado embolia8. A diferença entre eles é que a embolização1 é feita em locais escolhidos para gerar benefícios terapêuticos para o paciente, enquanto as embolias ocorrem aleatoriamente e em locais que geram efeitos deletérios e até fatais, como coração9, pulmão10 ou cérebro11.
Por que fazer uma embolização1?
A embolização1 pode ser feita dentro do escopo de um tratamento hemostático ou como tratamento de alguns tipos de câncer12 de fígado13, de rim14, miomas uterinos, etc., mas pode também ser empregada em outras condições.
Ela pode ser usada para prevenção de sangramento anormal, corrigir conexões anormais entre veias15 e artérias5, lidar com aneurismas, diminuir o tamanho de veias15 sinuosas e emaranhadas, reduzindo a dor e o inchaço16, entre outros usos. Também pode ser usada antes de uma operação para diminuir o tumor7 e facilitar a cirurgia ou para aliviar a dor quando a remoção do tumor7 não for possível.
Veja também sobre "Coagulograma", "Heparina: o que é e para que serve", "Hemorragia17 grave" e "Coagulopatias".
Como é o procedimento da embolização1?
Antes de se submeter ao procedimento de embolização1, o paciente, se for mulher, deve informar ao médico se há alguma possibilidade de estar grávida, porque os raios-X usados durante o procedimento são potencialmente prejudiciais aos bebês18. Também devem ser informadas as medicações que esteja tomando, incluindo medicamentos e preparações à base de ervas, sobre doenças recentes que tenha tido e sobre possíveis reações alérgicas. O jejum, evitando a ingestão de alimentos ou água na noite anterior ao procedimento, geralmente realizado pela manhã, é fundamental.
O procedimento de embolização1 é menos invasivo do que a cirurgia e atua diretamente na área-alvo, com danos mínimos às áreas circundantes. Para realizar a embolização1, um cateter é inserido numa veia e dirigido ao lugar em que se deseja fazer a intervenção, colocando aí um agente embolizante. Quando ao agente embolizante é adicionado algum produto quimioterápico ou radioativo19, o processo é chamado de quimioembolização ou radioembolização, respectivamente.
Antes de iniciar o procedimento, o paciente receberá uma sedação20 leve ou moderada. Em algumas circunstâncias, pode ser necessário um anestésico geral. Mais comumente, o ponto de inserção do cateter é uma veia na região da virilha, onde é feito um pequeno corte na pele21, sob anestesia22 local. Uma técnica de imagem radiográfica ajuda o médico a conduzir o cateter até o local de destino. No local alvo, o cateter administra o agente embólico, juntamente ou não com o medicamento. Então, a injeção23 através do cateter de uma substância de contraste permite uma série de imagens de raios-X para verificar se o fluxo sanguíneo foi interrompido na área alvo, conforme planejado.
Em caso positivo, após finalizado o processo, o cateter é removido. Após a retirada do cateter, uma certa pressão deve ser aplicada no local da incisão24 para interromper qualquer sangramento. Um curativo cirúrgico com produtos apropriados mantém a área de inserção limpa e esterilizada. Todo o processo leva de 30 minutos a algumas horas, na dependência de quantos pontos precisem de tratamento.
Habitualmente, a embolização1 é um procedimento seguro, mas nenhuma intervenção médica é totalmente isenta de riscos. As áreas de risco da embolização1 são:
- reações alérgicas ao contraste empregado (risco mínimo);
- danos aos vasos sanguíneos25 causados pelo cateter;
- hematomas26;
- infecções27 e danos renais causados pelo contraste em pacientes com problemas subjacentes.
Durante o procedimento, o paciente pode sentir alguma sensação desconfortável, mas não dor, porque está sedado, e alguns pacientes podem apresentar alguns hematomas26.
Após o processo, a maioria das pessoas pode deixar o hospital após 24 horas, mas o paciente poderá ficar por mais tempo se continuar a sentir dor, para observação e medicação. Em geral, o médico recomendará atividade mínima por uma semana após o procedimento.
Quais são as características clínicas da embolização1?
No uso da embolização1 para tratamento do câncer12, o êmbolo2, além de bloquear o suprimento de sangue3 ao tumor7, também costuma incluir um ingrediente para atacar o tumor7 quimicamente ou com irradiação, em procedimentos ditos quimioembolização ou radioembolização. Em se tratando de um tumor7 maligno, a quimioembolização arterial, feita através de cateter, é a forma mais usual.
Mais comumente os usos clínicos da embolização1 são:
- embolização1 para interromper sangramentos provocados por traumas;
- embolização1 de artérias5 alimentadoras de tumores do fígado13;
- embolização1 da artéria28 uterina para tratar miomas;
- embolização1 da artéria28 brônquica para tratar hemoptise29 severa;
- embolização1 de artéria28 prostática para tratar alterações do fluxo urinário em pacientes com hiperplasia30 benigna da próstata31;
- embolização1 de artéria renal32 para tratar tumores benignos dos rins33;
- embolização1 esplênica34 para tratar hemorragia17 gastrointestinal recorrente de varizes35 esofágicas; etc.
Em crianças, a embolização1 frequentemente é empregada para tratar aneurisma36, malformações37 arteriovenosas, angiofibroma nasofaríngeo juvenil, sangramento incontrolável devido a trauma, varicocele38 e malformações37 vasculares39.
Leia sobre "Embolia8 gasosa", "Embolia8 pulmonar" e "Diferenças entre trombose venosa profunda40 e tromboembolismo41 venoso".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites do National Cancer Institute e do Stanford Health Care.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.