Esteatose metabólica
O que é a esteatose1 metabólica?
A esteatose1, também chamada “doença hepática2 gordurosa”, é a acumulação de gordura3 no fígado4. Existem dois tipos de esteatose1, de acordo com as causas: (1) a esteatose1 alcoólica, que ocorre em indivíduos que bebem álcool sem moderação e (2) a esteatose1 metabólica, também chamada doença hepática2 gordurosa não alcoólica (DHGNA). Essa última condição pode ocorrer mesmo em indivíduos que não fazem uso de bebidas alcoólicas.
Leia sobre "Esteatose1 alcoólica", "Hepatite5 alcoólica", "Cirrose6 hepática2", "Hepatite5 B" e "Hepatite5 C".
Quais são as causas da esteatose1 metabólica?
Os principais fatores de risco ou causas de DHGNA são obesidade7 e sobrepeso8; diabetes mellitus9, especialmente se descompensada; dislipidemia (aumento do colesterol10 e/ou triglicérides11) e hipertensão arterial12. Secundariamente, podem ter o mesmo efeito certos medicamentos como os corticosteroides, estrógenos e tamoxifeno, quando usados por longo tempo; alguns produtos químicos; esteroides anabolizantes e algumas cirurgias abdominais.
Qual é o substrato fisiológico13 da esteatose1 metabólica?
A esteatose1 metabólica caracteriza-se pelo acúmulo excessivo de gordura3 nas células14 do fígado4 (denominadas hepatócitos) de indivíduos não bebedores de álcool. Ela pode permanecer estável por muitos anos e até regredir, se suas causas forem controladas. Se não o forem, a doença pode evoluir para a esteato-hepatite5 e cirrose6. Nessa segunda fase, a esteatose1 se associa a inflamação15, morte celular e fibrose16, e tem maior potencial de progressão, ao longo dos anos, para cirrose6 e para carcinoma17 hepatocelular (câncer18 de fígado4).
Quais são as características clínicas da esteatose1 metabólica?
Para a grande maioria dos pacientes, a fase inicial da DHGNA não apresenta sinais19 ou sintomas20, pois até aí essa é uma doença silenciosa. Os sintomas20 aparecem quando surgem as complicações da doença.
Num primeiro momento, as queixas são dor, cansaço, fraqueza, perda de apetite e aumento do fígado4. Nos estágios mais avançados, caracterizados por inflamação15 e fibrose16, pode ocorrer insuficiência hepática21, com ascite22 (acúmulo anormal de líquido dentro da cavidade abdominal23), encefalopatia24 hepática2, confusão mental, hemorragias25, queda no número de plaquetas26, aranhas vasculares27 e icterícia28.
Como o médico diagnostica a esteatose1 metabólica?
O diagnóstico29 da esteatose1 quase sempre é incidental. Isto é, geralmente a esteatose1 é inicialmente identificada porque o paciente realizou uma ultrassonografia30 de abdômen por outros motivos. A ultrassonografia30 de abdômen com o fim específico de diagnóstico29 de esteatose1 só está indicada para os portadores dos fatores de risco.
Para o diagnóstico29 da DHGNA os pacientes devem ser previamente avaliados em uma consulta médica por um hepatologista (especialista em doenças do fígado4). Esse médico, através de uma história clínica cuidadosa, identificará os fatores de risco ou as doenças associadas a eles. Um exame físico completo ajudará no diagnóstico29.
Depois da avaliação clínica, os exames complementares de enzimas hepáticas31, colesterol10 total, frações e triglicérides11, glicemia32, insulina33, entre outros, colaboram com o diagnóstico29 da DHGNA. Exames de imagem, como ultrassonografia30 de abdômen, tomografia computadorizada34, ressonância magnética35 e elastografia hepática2 (exame por imagem que mapeia as propriedades elásticas e a rigidez dos tecidos do fígado4) e, em casos selecionados, a biópsia36 do fígado4, esse como o único exame capaz de estabelecer de forma inquestionável o diagnóstico29 de esteato-hepatite5, são fundamentais para elucidar o quadro.
Como o médico trata a esteatose1 metabólica?
A base do tratamento para a DHGNA é a adoção de mudanças no estilo de vida. Além disso, todos os pacientes devem ser examinados para fatores de risco concomitantes. Em resumo:
- Monitoramento regular do peso corporal, da pressão arterial37, dos lipídios e da glicose38 em jejum.
- Perda de peso moderada (10% do peso atual) e sustentada.
- Exercícios regulares, por pelo menos 30 minutos, de 3 a 5 vezes por semana.
- Em caso de diabetes39, uso regular da medicação prescrita.
- Uso da vitamina40 E, quando aconselhada pelo médico.
- Cirurgia bariátrica41, em pacientes que atendam aos critérios para este procedimento invasivo. A opção pela cirurgia bariátrica41 deve ser feita de modo criterioso e acompanhada por uma equipe multidisciplinar.
Como evolui a esteatose1 metabólica?
A esteatose1 metabólica pode permanecer estável por muitos anos e até regredir, se suas causas forem controladas. Se não o forem, a doença pode evoluir para hepatite5. A esteatose1 associada à inflamação15 do fígado4 e à morte celular, levando a uma posterior fibrose16, pode com o passar dos anos evoluir para cirrose6 e câncer18 hepático.
Como prevenir a esteatose1 metabólica?
Para prevenir a ocorrência da esteatose1 metabólica a pessoa deve reduzir a ingestão total de gordura3 para 30% do total de calorias42 ou menos, aumentar a ingestão de fibras, fazer exercícios regulares e aumentar a sensibilidade à insulina33. Se o índice de massa corporal43 for maior que 35, deve considerar junto com o médico a possibilidade da cirurgia bariátrica41.
Quais são as complicações possíveis com a esteatose1 metabólica?
A complicação mais temida da esteatose hepática44 não tratada é fibrose16 e cirrose6 hepática2.
Veja também sobre "O papel da insulina33", "O que afeta o comportamento da glicemia32", "Dietas para emagrecer" e "Tipos de cirurgia bariátrica41".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da U.S. National Library of Medicine, do Science Direct e da SBH – Sociedade Brasileira de Hepatologia.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.