Encefalopatia hepática
O que é encefalopatia1 hepática2?
Encefalopatia1 hepática2 é uma manifestação neurológica consequente a doenças do fígado3 em que há um excesso de produtos tóxicos provenientes da alimentação ou do próprio organismo, os quais deveriam ser eliminados.
Pela destruição das células4 hepáticas5 e/ou porque o sangue6 que vem do sistema digestivo7 é desviado do seu caminho normal e vai direto para a circulação8 geral, sem passar antes pelo fígado3 (shunts9 porto-sistêmicos10 anormais), este órgão deixa de fazer a eliminação desses produtos tóxicos ao organismo.
Quais são as causas da encefalopatia1 hepática2?
As principais causas da encefalopatia1 hepática2 são a cirrose11 e a hepatite12, mas ela pode ser desencadeada por desidratação13, ingestão excessiva de proteínas14, anormalidades persistentes dos eletrólitos15, alguns tipos de medicamentos, sangramentos do intestino, estômago16 ou esôfago17, infecções18, problemas renais, baixos níveis de oxigênio no corpo, cirurgia e uso de medicamentos que inibem o sistema nervoso central19.
Saiba mais sobre "Cirrose11 Hepática2", "Hepatites20", "Esteatose hepática21" e "Insuficiência hepática22".
Qual o mecanismo fisiológico23 da encefalopatia1 hepática2?
Quase nenhum produto absorvido a partir da digestão24 dos alimentos pode ser distribuído diretamente aos outros órgãos do corpo sem passar antes pelo fígado3, que os depura, pois muitos são tóxicos e precisam ser transformados antes de entrarem na circulação8. Esses produtos são captados no intestino e carreados por veias25 que vão se unindo até chegar na veia porta26 hepática2, que é o principal tronco de sangue6 que chega ao fígado3.
No interior do fígado3, o sangue6 flui da veia porta26 para veias25 cada vez mais finas, até que chega aos sinusoides e depois é coletado pelas veias25 centrolobulares, que levam o sangue6 para fora do órgão até as veias25 hepáticas5, depois para a veia cava inferior e para o coração27, de onde o sangue6 com os nutrientes será distribuído por todo o organismo.
Quando há problemas hepáticos, pode acontecer que produtos tóxicos cheguem ao cérebro28 e aí causem danos que vão resultar na encefalopatia1 hepática2. Contudo, não há uma explicação aceita para a encefalopatia1 hepática2.
A teoria mais difundida baseia-se na elevação da amônia. Essa amônia em excesso no cérebro28 afeta os neurotransmissores e, portanto, o funcionamento cerebral. A amônia, normalmente produzida no intestino, deveria ser transformada em ureia29 pelo fígado3 e eliminada pelas fezes e pela urina30, mas ao deixar de sê-lo, acumula-se no sangue6. Apesar de aumentada na encefalopatia1, a amônia não está diretamente relacionada ao grau da doença, existindo, pois, explicações adicionais para a condição.
Quais são as principais características clínicas da encefalopatia1 hepática2?
A encefalopatia1 hepática2 pode ocorrer como distúrbio agudo31 e reversível ou como distúrbio crônico32 e progressivo. A cirrose11, que é a principal causa de encefalopatia1 hepática2, num estágio inicial não apresenta nenhuma queixa. Há apenas uma discreta lentificação e redução da atenção e, possivelmente, um risco aumentado de acidentes, especialmente automobilísticos. Com a progressão da doença, há graus progressivos de encefalopatia1, que pode cursar com alterações no comportamento (agitação, agressividade, comportamento bizarro), mudança no ciclo sono-vigília, fala arrastada, sonolência e, por fim, coma33.
Geralmente ocorrem também alguns sinais34, como tremores e um hálito adocicado característico. A encefalopatia1 hepática2, no entanto, pode também aparecer subitamente na hepatite fulminante35 ou com períodos de melhora e piora, como ocorre na cirrose11. Outros sintomas36 da encefalopatia1 hepática2 são alterações do raciocínio, confusão mental, esquecimento, mudanças de humor e de personalidade, falta de concentração, baixa capacidade de discernimento, piora na escrita ou perda de outros movimentos manuais.
Se a enfermidade se agrava, podem aparecer também movimentos anormais ou tremores nas mãos37 ou braços, agitação, excitação ou convulsões, desorientação no tempo e no espaço, sonolência ou confusão mental e comportamentos inadequados. O paciente pode entrar em coma33 (coma33 hepático).
Leia sobre "Hepatite fulminante35", "Convulsões" e "Estado de coma38".
Como o médico diagnostica a encefalopatia1 hepática2?
Não há um exame específico para diagnosticar a encefalopatia1 hepática2. Mesmo a dosagem de amônia não é um indicador certeiro, haja vista que o seu aumento não está ligado ao grau de encefalopatia1 e ela pode estar aumentada na maioria dos cirróticos mesmo sem encefalopatia1.
Assim, o diagnóstico39 é feito clinicamente a partir das alterações neurológicas compatíveis com a presença de doença hepática2, com a exclusão de outras doenças. É importante detectar os fatores desencadeantes para o surgimento ou piora da encefalopatia1 hepática2. Alguns fatores desencadeantes, se não tratados precocemente, podem se tornar irreversíveis ou levar ao óbito40.
No acompanhamento da encefalopatia1, o médico provavelmente solicitará hemograma completo, tomografia computadorizada41 ou ressonância magnética42 da cabeça43, eletroencefalograma44, exames de função hepática2, níveis séricos de amônia, níveis de sódio e potássio, nitrogênio úrico e creatinina45 no sangue6.
Como o médico trata a encefalopatia1 hepática2?
O tratamento da encefalopatia1 hepática2 visa a identificação e remoção dos fatores precipitantes, redução do nitrogênio intestinal, medidas para prevenção de fatores precipitantes, tratamento profilático em indivíduos de maior risco e avaliação da indicação de transplante hepático.
A terapia nutricional implica em que os pacientes tenham uma dieta limitada em proteínas14 sem, contudo, deixar o paciente sem proteína. Recomenda-se o uso de vegetais e laticínios. A redução do nitrogênio intestinal pode ser feita por meio de lavagem intestinal. Os antibióticos podem ser utilizados por curtos períodos, com cuidado pela toxicidade46 que possam ter.
As drogas que afetam a neurotransmissão podem oferecer uma melhora significativa, mas por um período muito curto. Outro recurso consiste em investigar se há a presença de shunts9 porto-sistêmicos10 que, em alguns casos, podem ser ocluídos por procedimentos radiológicos.
Como evolui a encefalopatia1 hepática2?
As encefalopatias47 em geral são reversíveis pelo tratamento, mas o desenvolvimento dela significa uma doença hepática2 severa. A encefalopatia1 hepática2 grave pode ser tratada. As formas crônicas da doença tendem a piorar ou a ser reincidentes. Tanto as formas agudas quanto crônicas podem resultar em coma33 irreversível e morte. Cerca de 80% dos pacientes morrem quando entram em coma33. A recuperação e o risco da doença voltar variam de paciente para paciente48.
Veja também sobre "Provas de função hepática2", "Transplante de fígado3", "Hepatomegalia49" e "Biópsia50 de fígado3".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.