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Nebulização - quais são as suas aplicações? Como ela é feita?

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O que é nebulização1?

A nebulização1 é um método de administrar alguns medicamentos sob a forma de micropartículas de vapor, que são inaladas para os pulmões2 do paciente através de um equipamento chamado nebulizador ou inalador.

Essa é uma forma muito eficaz de tratar, porque desse modo a medicação vai direto para as vias respiratórias e os pulmões2, onde ela deve fazer seu efeito, sem ter de passar antes pelo trato digestivo e pelo fígado3, como acontece com as medicações orais, por exemplo.

Evidentemente, se houver uma grande congestão, ou uma obstrução das vias aéreas, ou falta de fluxo aéreo, essa forma de tratamento não poderá atingir os tecidos respiratórios que mais precisam dele.

Leia sobre "Asma4 brônquica", "Alergia5 respiratória", "Falta de ar", "Tosse" e "Coriza6".

O que é um nebulizador?

Existem três tipos básicos de nebulizadores, conforme a técnica que utilizam para produzirem o aerossol:

  1. Nebulizadores de ar comprimido, que usam um compressor que envia um jato de ar potente, transformando o líquido em vapor.
  2. Nebulizador ultrassônico, que utiliza vibrações de alta frequência para transformar líquido em vapor.
  3. Nebulizador com malha ou rede vibratória, que funciona com vibrações de uma malha com milhares de orifícios que vaporizam por completo o líquido utilizado.

O nebulizador mais comum é um pequeno dispositivo que consta de 4 partes:

  • Um compressor, cujo fluxo de ar comprimido impulsiona o líquido a se converter numa fina névoa de partículas.
  • Um recipiente plástico que contém o líquido a ser vaporizado.
  • Um tubo que conduz o ar pressurizado do pressurizador ao recipiente com o líquido a ser transformado em vapor.
  • Uma máscara facial ou nasal da qual o vapor é inspirado. Por vezes, essa máscara é substituída por uma peça de inserção bucal.

O nebulizador então transforma o remédio líquido ou a solução medicamentosa em um vapor que a pessoa inspira, através da máscara ou de um bocal conectado a ele.

Diferentes nebulizadores produzem diferentes tamanhos de partículas. O tamanho das partículas produzidas é muito importante, porque quanto maiores forem as partículas, mais cedo elas deixam a suspensão na névoa e, portanto, são menos capazes de penetrar profundamente no trato respiratório.

As partículas devem ter um tamanho inferior a 3 μm (microns) para fazer um efeito local nos pulmões2 e nos alvéolos7. Partículas maiores de 5μm não penetram nos ramos mais estreitos das vias aéreas inferiores.

Portanto, o tipo de nebulizador e de medicamento deve ser indicado pelo médico e adaptado às necessidades específicas de cada paciente.

Os nebulizadores precisam ser bem limpos e esterilizados para que não acumulem bactérias, usando um destes métodos de desinfecção8 a frio:

  • mergulhar em álcool isopropílico 70% por 5 minutos;
  • mergulhar em peróxido de hidrogênio 3% por 30 minutos;
  • mergulhar em uma solução de uma parte de vinagre branco e 3 partes de água por 30 minutos.

Do contrário, as bactérias podem crescer no tubo e no console, entupindo-o e aumentando o risco de infecção9.

Por que fazer nebulização1?

De um modo geral, a nebulização1 visa:

  • aliviar os espasmos10 da árvore circulatória;
  • umidificar as vias respiratórias;
  • exercer um efeito anti-inflamatório;
  • prevenir complicações das vias aéreas;
  • promover ou facilitar a expectoração11.

Mais especificamente, a nebulização1 é uma forma de levar medicamentos às vias respiratórias e aos pulmões2 com mais rapidez e eficiência do que quando administradas por outras vias. Em geral, os médicos prescrevem nebulização1 para pessoas com:

Outras indicações comuns podem ser rinites, sinusites, bronquites, bronquiolites, gripes, resfriados e alergias respiratórias.

Existem vários tipos de medicamentos que podem ser nebulizados:

  • broncodilatadores15, que ajudam a abrir as vias aéreas tornando a respiração mais fácil;
  • solução salina estéril, para ajudar a umidificar e abrir as vias aéreas e tornar mais liquefeitas as secreções espessas, favorecendo que sejam expelidas;
  • antibióticos ou antifúngicos, quando a pessoa tem uma infecção9 respiratória grave por bactérias ou fungos;
  • mucolíticos, que visam fluidificar as secreções brônquicas e facilitar a eliminação delas; etc.

Quando o medicamento de interesse não for solúvel em água, o propilenoglicol pode ser adicionado para auxiliar a solubilidade.

Uma nebulização1 em geral dura de 10 a 30 minutos e deve ser feita 2 a 4 vezes por semana, ou mais, conforme orientação médica.

Não existem contraindicações para se fazer a nebulização1 com soro16 fisiológico17, que pode ser usado em bebês18, crianças e adultos e com qualquer tipo de aparelho nebulizador. No entanto, alguns cuidados são necessários:

  • não usar o soro16 de frascos abertos há mais de 15 dias, pois após esse período há grandes chances de proliferação de microrganismos;
  • também não deve ser usado o soro16 recém tirado da geladeira, deve-se deixar que retorne à temperatura ambiente;
  • se a pessoa vive em locais frios, o soro16 deve ser amornado no micro-ondas (mas não esquentado).

Quais são as características da nebulização1?

Durante a nebulização1, a pessoa deve respirar lenta e profundamente por pelo menos 10 a 15 minutos. O medicamento vai direto às vias respiratórias e aos pulmões2, onde deve exercer sua ação. É fácil e confortável respirar o medicamento dessa forma.

Em geral, não há contraindicações às nebulizações, mas existem alguns efeitos colaterais19 dependentes das medicações utilizadas que podem ocorrer em certos indivíduos que se submetem à nebulização1.

Os efeitos colaterais19 mais comuns dos tratamentos que usam o nebulizador são taquicardia20, nervosismo e ansiedade. Os efeitos colaterais19 menos frequentes podem incluir dor de cabeça21, náuseas22, vômitos23 ou irritação da garganta24. Reações mais graves, como dor no peito25, erupção26 na pele27, urticária28, inchaço29 ou dificuldade em engolir, embora raras, são também possíveis e devem ser relatadas imediatamente ao médico prescritor.

Veja também sobre "Taquipneia30 e Bradipneia", "Doenças respiratórias" e "Oxigenoterapia".

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Cleveland Clinic e da U.S. National Library of Medicine.

ABCMED, 2021. Nebulização - quais são as suas aplicações? Como ela é feita?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/exames-e-procedimentos/1403125/nebulizacao-quais-sao-as-suas-aplicacoes-como-ela-e-feita.htm>. Acesso em: 6 out. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Nebulização: Método utilizado para administração de fármacos ou fluidificação de secreções respiratórias. Utiliza um mecanismo vaporizador através do qual se favorece a penetração de água ou medicamentos na atmosfera bronquial.
2 Pulmões: Órgãos do sistema respiratório situados na cavidade torácica e responsáveis pelas trocas gasosas entre o ambiente e o sangue. São em número de dois, possuem forma piramidal, têm consistência esponjosa e medem cerca de 25 cm de comprimento. Os pulmões humanos são divididos em segmentos denominados lobos. O pulmão esquerdo possui dois lobos e o direito possui três. Os pulmões são compostos de brônquios que se dividem em bronquíolos e alvéolos pulmonares. Nos alvéolos se dão as trocas gasosas ou hematose pulmonar entre o meio ambiente e o corpo, com a entrada de oxigênio na hemoglobina do sangue (formando a oxiemoglobina) e saída do gás carbônico ou dióxido de carbono (que vem da célula como carboemoglobina) dos capilares para o alvéolo.
3 Fígado: Órgão que transforma alimento em energia, remove álcool e toxinas do sangue e fabrica bile. A bile, produzida pelo fígado, é importante na digestão, especialmente das gorduras. Após secretada pelas células hepáticas ela é recolhida por canalículos progressivamente maiores que a levam para dois canais que se juntam na saída do fígado e a conduzem intermitentemente até o duodeno, que é a primeira porção do intestino delgado. Com esse canal biliar comum, chamado ducto hepático, comunica-se a vesícula biliar através de um canal sinuoso, chamado ducto cístico. Quando recebe esse canal de drenagem da vesícula biliar, o canal hepático comum muda de nome para colédoco. Este, ao entrar na parede do duodeno, tem um músculo circular, designado esfíncter de Oddi, que controla o seu esvaziamento para o intestino.
4 Asma: Doença das vias aéreas inferiores (brônquios), caracterizada por uma diminuição aguda do calibre bronquial em resposta a um estímulo ambiental. Isto produz obstrução e dificuldade respiratória que pode ser revertida de forma espontânea ou com tratamento médico.
5 Alergia: Reação inflamatória anormal, perante substâncias (alérgenos) que habitualmente não deveriam produzi-la. Entre estas substâncias encontram-se poeiras ambientais, medicamentos, alimentos etc.
6 Coriza: Inflamação da mucosa das fossas nasais; rinite, defluxo.
7 Alvéolos: Pequenas bolsas poliédricas localizadas ao longo das paredes dos sacos alveolares, ductos alveolares e bronquíolos terminais. A troca gasosa entre o ar alveolar e o sangue capilar pulmonar ocorre através das suas paredes. DF
8 Desinfecção: Eliminação de microorganismos de uma superfície contaminada. Em geral utilizam-se diferentes compostos químicos (álcool, clorexidina), ou lavagem com escovas especiais.
9 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
10 Espasmos: 1. Contrações involuntárias, não ritmadas, de um ou vários músculos, podendo ocorrer isolada ou continuamente, sendo dolorosas ou não. 2. Qualquer contração muscular anormal. 3. Sentido figurado: arrebatamento, exaltação, espanto.
11 Expectoração: Ato ou efeito de expectorar. Em patologia, é a expulsão, por meio da tosse, de secreções provenientes da traqueia, brônquios e pulmões; escarro.
12 Fibrose cística: Doença genética autossômica recessiva que promove alteração de glândulas exócrinas do organismo. Caracterizada por infecções crônicas das vias aéreas, que leva ao desenvolvimento de bronquiectasias, insuficiência pancreática exócrina, disfunções intestinais, anormalidades das glândulas sudoríparas e disfunção genitourinária.
13 Bronquiectasia: Sinônimo de “dilatação dos brônquios”. Há uma dilatação anormal e permanente dos brônquios cartilaginosos de médio calibre, da quinta à décima divisão brônquica. A dilatação está associada a uma destruição inflamatória dos tecidos musculares e elásticos das paredes brônquicas.
14 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
15 Broncodilatadores: São substâncias farmacologicamente ativas que promovem a dilatação dos brônquios.
16 Soro: Chama-se assim qualquer líquido de características cristalinas e incolor.
17 Fisiológico: Relativo à fisiologia. A fisiologia é estudo das funções e do funcionamento normal dos seres vivos, especialmente dos processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos sadios.
18 Bebês: Lactentes. Inclui o período neonatal e se estende até 1 ano de idade (12 meses).
19 Efeitos colaterais: 1. Ação não esperada de um medicamento. Ou seja, significa a ação sobre alguma parte do organismo diferente daquela que precisa ser tratada pelo medicamento. 2. Possível reação que pode ocorrer durante o uso do medicamento, podendo ser benéfica ou maléfica.
20 Taquicardia: Aumento da frequência cardíaca. Pode ser devido a causas fisiológicas (durante o exercício físico ou gravidez) ou por diversas doenças como sepse, hipertireoidismo e anemia. Pode ser assintomática ou provocar palpitações.
21 Cabeça:
22 Náuseas: Vontade de vomitar. Forma parte do mecanismo complexo do vômito e pode ser acompanhada de sudorese, sialorréia (salivação excessiva), vertigem, etc .
23 Vômitos: São a expulsão ativa do conteúdo gástrico pela boca. Podem ser classificados em: alimentar, fecalóide, biliar, em jato, pós-prandial. Sinônimo de êmese. Os medicamentos que agem neste sintoma são chamados de antieméticos.
24 Garganta: Tubo fibromuscular em forma de funil, que leva os alimentos ao ESÔFAGO e o ar à LARINGE e PULMÕES. Situa-se posteriormente à CAVIDADE NASAL, à CAVIDADE ORAL e à LARINGE, extendendo-se da BASE DO CRÂNIO à borda inferior da CARTILAGEM CRICÓIDE (anteriormente) e à borda inferior da vértebra C6 (posteriormente). É dividida em NASOFARINGE, OROFARINGE e HIPOFARINGE (laringofaringe).
25 Peito: Parte superior do tronco entre o PESCOÇO e o ABDOME; contém os principais órgãos dos sistemas circulatório e respiratório. (Tradução livre do original
26 Erupção: 1. Ato, processo ou efeito de irromper. 2. Aumento rápido do brilho de uma estrela ou de pequena região da atmosfera solar. 3. Aparecimento de lesões de natureza inflamatória ou infecciosa, geralmente múltiplas, na pele e mucosas, provocadas por vírus, bactérias, intoxicações, etc. 4. Emissão de materiais magmáticos por um vulcão (lava, cinzas etc.).
27 Pele: Camada externa do corpo, que o protege do meio ambiente. Composta por DERME e EPIDERME.
28 Urticária: Reação alérgica manifestada na pele como elevações pruriginosas, acompanhadas de vermelhidão da mesma. Pode afetar uma parte ou a totalidade da pele. Em geral é autolimitada e cede em pouco tempo, podendo apresentar períodos de melhora e piora ao longo de vários dias.
29 Inchaço: Inchação, edema.
30 Taquipneia: Aceleração do ritmo respiratório.
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