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Seis doenças típicas do inverno

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Quais são as doenças típicas do inverno?

As doenças ditas “típicas do inverno” são aquelas causadas ou agravadas pelas baixas temperaturas ambientais do inverno e, além delas, aquelas cuja incidência1 aumenta muito no inverno em razão de ativação pelo frio dos agentes patógenos.

Algumas ocorrências mórbidas podem ainda surgir ou serem agravadas em razão das mudanças de comportamento das pessoas nessa estação do ano: as pessoas tendem a se aglomerar mais em ambientes fechados, se expõem menos ao sol, suam menos e, em consequência, urinam mais, mudam hábitos alimentares, saem menos de casa, viajam menos, etc.

A maioria das doenças típicas do inverno são doenças infecciosas da árvore respiratória, causadas por vírus2 ou bactérias. Geralmente são simples e algumas são, inclusive, autorresolutivas, embora possam ocorrer também episódios de maior gravidade, especialmente em idosos.

Quais são as seis doenças típicas mais comuns no inverno?

As doenças típicas mais comuns que surgem ou se agravam no inverno, quase todas relacionadas com a árvore respiratória, são:

  1. A gripe3;
  2. A asma4;
  3. A pneumonia5;
  4. A sinusite6;
  5. A rinite7 alérgica;
  6. A otite8.

Quais são as causas das seis doenças típicas mais comuns no inverno?

O ar frio atua como irritante das vias aéreas, o que contribui para acarretar sintomas9. Além disso, há uma circulação10 maior de vírus2 como o da gripe3 e do resfriado, que influenciam diretamente no aumento de doenças do aparelho respiratório11.

Nesse período, é comum a baixa umidade do ar, as alterações bruscas de temperatura e o aumento da poluição atmosférica, fatores que contribuem para o surgimento ou agravamento das doenças respiratórias típicas do inverno.

Tem-se ainda que, nos dias frios, as pessoas costumam ficar mais tempo em ambientes fechados, com pouca ventilação12, o que favorece o desencadear de doenças respiratórias e o contágio13 das doenças respiratórias infecciosas.

Leia sobre "Vacina14 da gripe3",  "Vacinas - como funcionam e prós e contras" e "Por que vacinar"

Quais são as características clínicas das seis doenças típicas mais comuns no inverno?

1. Gripe3

gripe3 é a doença mais comum do inverno. Em geral, é causada pelo vírus2 influenza15. Apesar das campanhas de vacinação ao redor do mundo, milhares de pessoas (principalmente idosos) morrem todos os anos em função de complicações secundárias, sobretudo pneumonias. Quando evolui bem, a gripe3 é autolimitada e encerra seu ciclo dentro de sete dias.

Para prevenir-se da gripe3, o paciente deve evitar lugares onde há aglomeração de pessoas, lavar bem as mãos16, manter os ambientes sempre arejados e limpos, não compartilhar objetos com pessoas doentes e cobrir o rosto sempre que tossir ou espirrar.

2. Asma4

asma4 não surge no inverno, mas, mesmo assim, é considerada uma doença sazonal porque as mudanças bruscas de temperatura e os hábitos pessoais próprios do inverno podem agravá-la. A disfunção ocasionada pela asma4 é uma inflamação17 nas vias respiratórias que provoca constrição18 brônquica, resultando em chiados no peito19, tosse e falta de ar. A asma4 é uma doença crônica desencadeada pela combinação de fatores ambientais e predisposição genética.

O tratamento envolve o uso da famosa bombinha aliada à nebulização20, prática que mantém as vias aéreas limpas e hidratadas, facilitando a respiração. A prevenção possível se dá principalmente pelas mudanças no hábito de vida dos acometidos, já que a asma4 tem um componente genético onde não se pode atuar.

3. Pneumonia5

pneumonia5 é, na maioria das vezes, causada por bactérias que se instalam nos alvéolos pulmonares21. Muitas vezes, mas nem sempre, é uma complicação da gripe3. Os sintomas9 incluem febre22 alta, tosse seca ou com catarro esverdeado ou amarelado e uma grande dificuldade de respirar.

pneumonia5 exige muita atenção e cuidados médicos, especialmente quando o paciente é uma criança ou um idoso, devido ao sistema imunológico23 ser ainda imaturo ou já debilitado. Em relação a ela, devem ser tomados os mesmos cuidados preventivos adotados contra a gripe3.

4. Sinusite6

A sinusite6 é uma inflamação17 dos seios paranasais24, muitas vezes associada à infecção25 por vírus2, bactérias ou fungos, mas que também pode estar associada  alergia26 ou à inalação de poluentes. Sua frequência é muito maior no inverno que em outras épocas do ano. Frequentemente está associada a outras infecções27 das vias aéreas superiores, como rinite7, bronquite, asma4, amigdalite e faringite28. Seus sintomas9 mais comuns são dor de cabeça29 forte, obstrução nasal, febre22coriza30 e espirros.

Para evitar a sinusite6, deve-se lavar o nariz31 com uma solução salina ou soro32 fisiológico33, manter as cavidades aéreas bem ventiladas, beber bastante água, o que ajuda a manter os mucos mais fluidos e mais fáceis de serem eliminados, e evitar possíveis agentes alergênicos que ajudam a desencadear a sinusite6.

5. Rinite7

A rinite7 é uma inflamação17 alérgica da mucosa34 do nariz31 que ocorre de forma repetida. A causa mais comum é a sensibilização aos alérgenos35 inalados, em especial à poeira domiciliar e aos ácaros. A rinite7 pode também ser infecciosa e não alérgica, agravada pelo frio.

A pessoa apresenta espirros repetidos; coriza30 líquida, clara e abundante; coceira no nariz31, nos olhos36, nos ouvidos, no céu da boca37 e na garganta38; nariz31 entupido e congestionado; olhos36 vermelhos, irritados, lacrimejando e coçando; secreção escorrendo da parte de trás do nariz31 para a garganta38; diminuição do olfato e do paladar39; tosse crônica noturna; e infecções27 respiratórias de repetição.

6. Otite8

A otite8 é uma inflamação17 do ouvido bastante comum em crianças pequenas. Ela pode ser (1) externa, quando ocorre por inflamação17 da pele40 do conduto auditivo, ou (2) interna, por inflamação17 da cavidade do ouvido médio41 (otite média42). A otite8 externa costuma ser causada por umidade excessiva e/ou traumatismos por objetos inseridos no ouvido.

Secreções nasais infectadas podem passar pela tuba auditiva43 e chegar ao ouvido médio41, gerando inflamação17. Por isso, este tipo de otite8 ocorre após gripes, resfriados, infecções27 na garganta38 ou outras infecções27 respiratórias. Os sintomas9 mais comuns da otite média42 são: dor muito forte no ouvido, febre22 alta, diminuição da audição e do apetite e secreção local. Quase todos os sintomas9 são devidos à pressão exercida pelo acúmulo de pus44.

Como prevenir-se das seis doenças típicas mais comuns no inverno?

Algumas medidas simples podem ajudar a evitar a transmissão das doenças respiratórias próprias do inverno, como evitar ambientes fechados e sem ventilação12, lavar bem as mãos16, proteger a boca37 ao tossir, beber bastante água e evitar o acúmulo de poeira.

As blusas, mantas e cobertores guardados por muito tempo devem ser lavados e colocados para secar ao sol. Também é recomendada a lavagem nasal com solução fisiológica45 para aliviar a irritação.

Para algumas doenças típicas do inverno, como gripe3, por exemplo, existem vacinas que as evitam ou as tornam muito mais brandas.

Saiba mais sobre "Doenças respiratórias", "Gripe3", "Resfriado", "Pneumonia5 em adultos" e "Pneumonia5 em crianças".

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites do Hospital Alemão Oswaldo Cruz – SP, da Prefeitura da Cidade de São Paulo e do Hospital Proncor – MS.

ABCMED, 2022. Seis doenças típicas do inverno. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/1422005/seis-doencas-tipicas-do-inverno.htm>. Acesso em: 29 mar. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Incidência: Medida da freqüência em que uma doença ocorre. Número de casos novos de uma doença em um certo grupo de pessoas por um certo período de tempo.
2 Vírus: Pequeno microorganismo capaz de infectar uma célula de um organismo superior e replicar-se utilizando os elementos celulares do hospedeiro. São capazes de causar múltiplas doenças, desde um resfriado comum até a AIDS.
3 Gripe: Doença viral adquirida através do contágio interpessoal que se caracteriza por faringite, febre, dores musculares generalizadas, náuseas, etc. Sua duração é de aproximadamente cinco a sete dias e tem uma maior incidência nos meses frios. Em geral desaparece naturalmente sem tratamento, apenas com medidas de controle geral (repouso relativo, ingestão de líquidos, etc.). Os antibióticos não funcionam na gripe e não devem ser utilizados de rotina.
4 Asma: Doença das vias aéreas inferiores (brônquios), caracterizada por uma diminuição aguda do calibre bronquial em resposta a um estímulo ambiental. Isto produz obstrução e dificuldade respiratória que pode ser revertida de forma espontânea ou com tratamento médico.
5 Pneumonia: Inflamação do parênquima pulmonar. Sua causa mais freqüente é a infecção bacteriana, apesar de que pode ser produzida por outros microorganismos. Manifesta-se por febre, tosse, expectoração e dor torácica. Em pacientes idosos ou imunodeprimidos pode ser uma doença fatal.
6 Sinusite: Infecção aguda ou crônica dos seios paranasais. Podem complicar o curso normal de um resfriado comum, acompanhando-se de febre e dor retro-ocular.
7 Rinite: Inflamação da mucosa nasal, produzida por uma infecção viral ou reação alérgica. Manifesta-se por secreção aquosa e obstrução das fossas nasais.
8 Otite: Toda infecção do ouvido é chamada de otite.
9 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
10 Circulação: 1. Ato ou efeito de circular. 2. Facilidade de se mover usando as vias de comunicação; giro, curso, trânsito. 3. Movimento do sangue, fluxo de sangue através dos vasos sanguíneos do corpo e do coração.
11 Aparelho respiratório: O aparelho respiratório transporta o ar do meio externo aos pulmões e vice-versa e promove a troca de gases entre o sangue e o ar.
12 Ventilação: 1. Ação ou efeito de ventilar, passagem contínua de ar fresco e renovado, num espaço ou recinto. 2. Agitação ou movimentação do ar, natural ou provocada para estabelecer sua circulação dentro de um ambiente. 3. Em fisiologia, é o movimento de ar nos pulmões. Perfusão Em medicina, é a introdução de substância líquida nos tecidos por meio de injeção em vasos sanguíneos.
13 Contágio: 1. Em infectologia, é a transmissão de doença de uma pessoa a outra, por contato direto ou indireto. 2. Na história da medicina, aplica-se a qualquer doença contagiosa. 3. No sentido figurado, é a transmissão de características negativas, de vícios, etc. ou então a reprodução involuntária de reação alheia.
14 Vacina: Tratamento à base de bactérias, vírus vivos atenuados ou seus produtos celulares, que têm o objetivo de produzir uma imunização ativa no organismo para uma determinada infecção.
15 Influenza: Doença infecciosa, aguda, de origem viral que acomete o trato respiratório, ocorrendo em epidemias ou pandemias e frequentemente se complicando pela associação com outras infecções bacterianas.
16 Mãos: Articulação entre os ossos do metacarpo e as falanges.
17 Inflamação: Conjunto de processos que se desenvolvem em um tecido em resposta a uma agressão externa. Incluem fenômenos vasculares como vasodilatação, edema, desencadeamento da resposta imunológica, ativação do sistema de coagulação, etc.Quando se produz em um tecido superficial (pele, tecido celular subcutâneo) pode apresentar tumefação, aumento da temperatura local, coloração avermelhada e dor (tétrade de Celso, o cientista que primeiro descreveu as características clínicas da inflamação).
18 Constrição: 1. Ação ou efeito de constringir, mesmo que constrangimento (ato ou efeito de reduzir). 2. Pressão circular que faz diminuir o diâmetro de um objeto; estreitamento. 3. Em medicina, é o estreitamento patológico de qualquer canal ou esfíncter; estenose.
19 Peito: Parte superior do tronco entre o PESCOÇO e o ABDOME; contém os principais órgãos dos sistemas circulatório e respiratório. (Tradução livre do original
20 Nebulização: Método utilizado para administração de fármacos ou fluidificação de secreções respiratórias. Utiliza um mecanismo vaporizador através do qual se favorece a penetração de água ou medicamentos na atmosfera bronquial.
21 Alvéolos Pulmonares: Pequenas bolsas poliédricas localizadas ao longo das paredes dos sacos alveolares, ductos alveolares e bronquíolos terminais. A troca gasosa entre o ar alveolar e o sangue capilar pulmonar ocorre através das suas paredes. DF
22 Febre: É a elevação da temperatura do corpo acima dos valores normais para o indivíduo. São aceitos como valores de referência indicativos de febre: temperatura axilar ou oral acima de 37,5°C e temperatura retal acima de 38°C. A febre é uma reação do corpo contra patógenos.
23 Sistema imunológico: Sistema de defesa do organismo contra infecções e outros ataques de micro-organismos que enfraquecem o nosso corpo.
24 Seios paranasais: Seios paranasais são cavidades preenchidas de ar localizadas no interior dos ossos do crânio e da face, que se comunicam com a cavidade nasal.
25 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
26 Alergia: Reação inflamatória anormal, perante substâncias (alérgenos) que habitualmente não deveriam produzi-la. Entre estas substâncias encontram-se poeiras ambientais, medicamentos, alimentos etc.
27 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
28 Faringite: Inflamação da mucosa faríngea em geral de causa bacteriana ou viral. Caracteriza-se por dor, dificuldade para engolir e vermelhidão da mucosa, acompanhada de exsudatos ou não.
29 Cabeça:
30 Coriza: Inflamação da mucosa das fossas nasais; rinite, defluxo.
31 Nariz: Estrutura especializada que funciona como um órgão do sentido do olfato e que também pertence ao sistema respiratório; o termo inclui tanto o nariz externo como a cavidade nasal.
32 Soro: Chama-se assim qualquer líquido de características cristalinas e incolor.
33 Fisiológico: Relativo à fisiologia. A fisiologia é estudo das funções e do funcionamento normal dos seres vivos, especialmente dos processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos sadios.
34 Mucosa: Tipo de membrana, umidificada por secreções glandulares, que recobre cavidades orgânicas em contato direto ou indireto com o meio exterior.
35 Alérgenos: Substância capaz de provocar reação alérgica em certos indivíduos.
36 Olhos:
37 Boca: Cavidade oral ovalada (localizada no ápice do trato digestivo) composta de duas partes
38 Garganta: Tubo fibromuscular em forma de funil, que leva os alimentos ao ESÔFAGO e o ar à LARINGE e PULMÕES. Situa-se posteriormente à CAVIDADE NASAL, à CAVIDADE ORAL e à LARINGE, extendendo-se da BASE DO CRÂNIO à borda inferior da CARTILAGEM CRICÓIDE (anteriormente) e à borda inferior da vértebra C6 (posteriormente). É dividida em NASOFARINGE, OROFARINGE e HIPOFARINGE (laringofaringe).
39 Paladar: Paladar ou sabor. Em fisiologia, é a função sensorial que permite a percepção dos sabores pela língua e sua transmissão, através do nervo gustativo ao cérebro, onde são recebidos e analisados.
40 Pele: Camada externa do corpo, que o protege do meio ambiente. Composta por DERME e EPIDERME.
41 Ouvido médio: Atualmente denominado orelha média, é constituído pela membrana timpânica, cavidade timpânica, células mastoides, antro mastoide e tuba auditiva. Separa-se da orelha externa através da membrana timpânica e se comunica com a orelha interna através das janelas oval e redonda.
42 Otite média: Infecção na orelha média.
43 Tuba Auditiva: Passagem estreita que liga a parte superior da garganta à CAVIDADE TIMPÂNICA. Sinônimos: Trompa de Eustáquio; Tuba Auditória; Tuba Faringotimpânica
44 Pus: Secreção amarelada, freqüentemente mal cheirosa, produzida como conseqüência de uma infecção bacteriana e formada por leucócitos em processo de degeneração, plasma, bactérias, proteínas, etc.
45 Fisiológica: Relativo à fisiologia. A fisiologia é estudo das funções e do funcionamento normal dos seres vivos, especialmente dos processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos sadios.
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