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Alergia respiratória: causas, sintomas, diagnóstico, tratamento e prevenção

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O que é alergia1 respiratória?

As reações alérgicas em geral são causadas por substâncias às quais as pessoas alérgicas se tornaram sensibilizadas (alergenos2). Muitas pessoas podem ser alérgicas a alergenos2 contidos no ar respirado e, nesse caso, se fala em alergia1 respiratória. Alguns desses alergenos2 podem causar doenças respiratórias diretamente ou exacerbar condições previamente existentes em pessoas susceptíveis, como as crianças e os idosos. As alergias respiratórias mais comuns são a rinite3 alérgica (também conhecida como febre do feno4) e a asma5, que podem ocorrer juntas ou separadas.

Quais são as causas da alergia1 respiratória?

A tendência de uma pessoa para se tornar alérgica é herdada, embora a doença seja também desencadeada por fatores externos. Cerca de 50% ou mais das crianças cujos pais têm doença alérgica também desenvolvem a doença. As mudanças climáticas bruscas contribuem para o surgimento de crises alérgicas, em virtude do aumento dos casos de gripes e resfriados e dos ácaros que vêm de casacos e cobertores guardados há meses nos armários. A febre do feno4, geralmente desencadeada por pólen, é normalmente pior na primavera.

Qual é a fisiopatologia6 da alergia1 respiratória?

As doenças alérgicas se desenvolvem quando a pessoa fica exposta aos alergenos2 a que se tornou sensível, devido a uma predisposição genética. Isso ocorre quando o corpo identifica como ameaça substâncias que, em geral, são inofensivas e, ao atacá-las, o organismo produz quantidades excessivas de anticorpos7. As alergias respiratórias podem se manifestar com mais intensidade mais tarde se houver proteção exagerada contra a exposição bacteriana na primeira infância.

Na asma5, a irritabilidade dos brônquios8 é causada por inflamação9 nas paredes brônquicas, para onde se dirigem e se concentram eosinófilos10 e linfócitos. A inflamação9 causa a perda de células11 epiteliais de proteção da mucosa12, expondo as terminações nervosas sensíveis aos efeitos irritantes de poluentes químicos do ar. A predisposição para a asma5 é herdada como resultado de vários fatores genéticos. A inflamação9 alérgica prolongada nas paredes bronquiais pode conduzir a um espessamento da membrana de suporte sob o forro epitelial das vias respiratórias brônquicas e a uma perda da capacidade de responder aos fármacos.

Quais são os principais sinais13 e sintomas14 da alergia1 respiratória?

Os sintomas14 da rinite3 se devem a secreções excessivas das glândulas15 mucosas16 no nariz17, congestionamento de grandes veias18 da cavidade nasal19, causando obstrução ao fluxo aéreo nasal e irritação dos nervos sensoriais no nariz17, garganta20 e olhos21 por inflamação9. Assim, essa alergia1 nasal gera corrimentos e/ou congestionamentos nasais e espirros, tosse, aperto no peito22, chiado, falta de ar, coceira, inflamação9 de ambos os olhos21, erupções e pápulas23 cutâneas24, seios paranasais25 congestionados, dor de cabeça26, sono perturbado e falta de concentração. Esses sintomas14 são piores no início da manhã.

Os sintomas14 da asma5 são causados por secreções excessivas nos brônquios8, espasmo27 do músculo liso28 na parede brônquica e inchaço29 inflamatório da mucosa12 brônquica. Estas alterações causam obstrução ao fluxo de ar para dentro e para fora dos pulmões30. O aumento da obstrução durante a expiração31 leva à falta de ar, chiado e aprisionamento de ar no peito22. A tosse é causada por secreções aumentadas e inflamação9 das vias aéreas.

Como o médico diagnostica a alergia1 respiratória?

O diagnóstico32 precoce das alergias respiratórias nem sempre é uma tarefa fácil. Ele depende de um histórico médico detalhado do paciente, com levantamento de outras pessoas na família com histórico de alergias. É esse histórico que ajudará a determinar a natureza alérgica do problema, No caso da rinite3, podem ser feitos testes cutâneos e de sangue33. Nos casos de asma5, o médico também pode fazer a solicitação de exames específicos, como o teste de função pulmonar, como a espirometria34, por exemplo, e radiografias do tórax35 e alguns testes cutâneos, em função da forte ligação entre alergia1 e asma5.

Como o médico trata a alergia1 respiratória?

As alergias respiratórias dificilmente têm uma cura definitiva. As pessoas costumam recorrer aos descongestionantes nasais durante uma crise alérgica, no entanto, apesar do alívio momentâneo que essas medicações possam causar, elas pioram os sintomas14 quando o seu efeito passa. A indicação melhor é usar soro36 fisiológico37, em quantidades moderadas, para lavar as narinas. Os anti-histamínicos podem controlar e minimizar os sintomas14 da alergia1, mas também há a possibilidade de tratamento com vacinas que amenizam os sintomas14 das alergias.

Os corticosteroides tópicos têm desempenhado um papel importante no tratamento das alergias respiratórias, assim como os imunomoduladores, quando bem indicados por um médico especializado.

Como prevenir a alergia1 respiratória?

Os pacientes devem evitar o tempo seco e a poluição, que pioram as alergias respiratórias. As estações frias do ano podem aumentar o risco de complicações respiratórias, como a rinite3 e a asma5, porque os alergenos2 permanecem suspensos no ar durante mais tempo, devido ao clima seco. Uma boa maneira de evitar as alergias é garantir para o bebê o aleitamento materno38 e evitar a exposição de crianças de até um ano a pelos de animais e outros agentes alergênicos. Também devem ser evitadas a poeira doméstica, peles mortas de pessoas e animais, fibras de tapetes, mofos, pelos de animais, esporos39 de fungos e ácaros. Algumas medidas práticas podem ser colocar capas nas almofadas e colchões, manter a casa limpa e sem poeira, ventilar diariamente os cômodos da casa, evitar locais com fumaça, mofo e cheiros fortes e beber, pelo menos, dois litros de água por dia.

ABCMED, 2015. Alergia respiratória: causas, sintomas, diagnóstico, tratamento e prevenção. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/798464/alergia-respiratoria-causas-sintomas-diagnostico-tratamento-e-prevencao.htm>. Acesso em: 25 nov. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Alergia: Reação inflamatória anormal, perante substâncias (alérgenos) que habitualmente não deveriam produzi-la. Entre estas substâncias encontram-se poeiras ambientais, medicamentos, alimentos etc.
2 Alérgenos: Substância capaz de provocar reação alérgica em certos indivíduos.
3 Rinite: Inflamação da mucosa nasal, produzida por uma infecção viral ou reação alérgica. Manifesta-se por secreção aquosa e obstrução das fossas nasais.
4 Febre do Feno: Doença polínica, polinose, rinite alérgica estacional ou febre do feno. Deve-se à sensibilização aos componentes de polens, sendo que os alérgenos de pólen provocam sintomas clínicos quando em contato com a mucosa do aparelho respiratório e a conjuntiva de indivíduos previamente sensibilizados.
5 Asma: Doença das vias aéreas inferiores (brônquios), caracterizada por uma diminuição aguda do calibre bronquial em resposta a um estímulo ambiental. Isto produz obstrução e dificuldade respiratória que pode ser revertida de forma espontânea ou com tratamento médico.
6 Fisiopatologia: Estudo do conjunto de alterações fisiológicas que acontecem no organismo e estão associadas a uma doença.
7 Anticorpos: Proteínas produzidas pelo organismo para se proteger de substâncias estranhas como bactérias ou vírus. As pessoas que têm diabetes tipo 1 produzem anticorpos que destroem as células beta produtoras de insulina do próprio organismo.
8 Brônquios: A maior passagem que leva ar aos pulmões originando-se na bifurcação terminal da traquéia. Sinônimos: Bronquíolos
9 Inflamação: Conjunto de processos que se desenvolvem em um tecido em resposta a uma agressão externa. Incluem fenômenos vasculares como vasodilatação, edema, desencadeamento da resposta imunológica, ativação do sistema de coagulação, etc.Quando se produz em um tecido superficial (pele, tecido celular subcutâneo) pode apresentar tumefação, aumento da temperatura local, coloração avermelhada e dor (tétrade de Celso, o cientista que primeiro descreveu as características clínicas da inflamação).
10 Eosinófilos: Eosinófilos ou granulócitos eosinófilos são células sanguíneas responsáveis pela defesa do organismo contra parasitas e agentes infecciosos. Também participam de processos inflamatórios em doenças alérgicas e asma.
11 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
12 Mucosa: Tipo de membrana, umidificada por secreções glandulares, que recobre cavidades orgânicas em contato direto ou indireto com o meio exterior.
13 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
14 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
15 Glândulas: Grupo de células que secreta substâncias. As glândulas endócrinas secretam hormônios e as glândulas exócrinas secretam saliva, enzimas e água.
16 Mucosas: Tipo de membranas, umidificadas por secreções glandulares, que recobrem cavidades orgânicas em contato direto ou indireto com o meio exterior.
17 Nariz: Estrutura especializada que funciona como um órgão do sentido do olfato e que também pertence ao sistema respiratório; o termo inclui tanto o nariz externo como a cavidade nasal.
18 Veias: Vasos sangüíneos que levam o sangue ao coração.
19 Cavidade Nasal: Porção proximal da passagem respiratória em cada lado do septo nasal, revestida por uma mucosa ciliada extendendo-se das narinas até a faringe.
20 Garganta: Tubo fibromuscular em forma de funil, que leva os alimentos ao ESÔFAGO e o ar à LARINGE e PULMÕES. Situa-se posteriormente à CAVIDADE NASAL, à CAVIDADE ORAL e à LARINGE, extendendo-se da BASE DO CRÂNIO à borda inferior da CARTILAGEM CRICÓIDE (anteriormente) e à borda inferior da vértebra C6 (posteriormente). É dividida em NASOFARINGE, OROFARINGE e HIPOFARINGE (laringofaringe).
21 Olhos:
22 Peito: Parte superior do tronco entre o PESCOÇO e o ABDOME; contém os principais órgãos dos sistemas circulatório e respiratório. (Tradução livre do original
23 Pápulas: Lesões firmes e elevadas, com bordas nítidas e diâmetro que varia de 1 a 5 milímetros (até 1 centímetro, segundo alguns autores).
24 Cutâneas: Que dizem respeito à pele, à cútis.
25 Seios paranasais: Seios paranasais são cavidades preenchidas de ar localizadas no interior dos ossos do crânio e da face, que se comunicam com a cavidade nasal.
26 Cabeça:
27 Espasmo: 1. Contração involuntária, não ritmada, de um ou vários músculos, podendo ocorrer isolada ou continuamente, sendo dolorosa ou não. 2. Qualquer contração muscular anormal. 3. Sentido figurado: arrebatamento, exaltação, espanto.
28 Músculo Liso: Um dos músculos dos órgãos internos, vasos sanguíneos, folículos pilosos etc.; os elementos contráteis são alongados, em geral células fusiformes com núcleos de localização central e comprimento de 20 a 200 mü-m, ou ainda maior no útero grávido; embora faltem as estrias traversas, ocorrem miofibrilas espessas e delgadas; encontram-se fibras musculares lisas juntamente com camadas ou feixes de fibras reticulares e, freqüentemente, também são abundantes os ninhos de fibras elásticas. (Stedman, 25ª ed)
29 Inchaço: Inchação, edema.
30 Pulmões: Órgãos do sistema respiratório situados na cavidade torácica e responsáveis pelas trocas gasosas entre o ambiente e o sangue. São em número de dois, possuem forma piramidal, têm consistência esponjosa e medem cerca de 25 cm de comprimento. Os pulmões humanos são divididos em segmentos denominados lobos. O pulmão esquerdo possui dois lobos e o direito possui três. Os pulmões são compostos de brônquios que se dividem em bronquíolos e alvéolos pulmonares. Nos alvéolos se dão as trocas gasosas ou hematose pulmonar entre o meio ambiente e o corpo, com a entrada de oxigênio na hemoglobina do sangue (formando a oxiemoglobina) e saída do gás carbônico ou dióxido de carbono (que vem da célula como carboemoglobina) dos capilares para o alvéolo.
31 Expiração: 1. Ato ou efeito de expirar. 2. Expulsão, pelas vias respiratórias, do ar dos pulmões. 3. Fim ou termo de prazo estipulado ou convencionado.
32 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
33 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
34 Espirometria: Exame que permite aferir o fluxo de ar nas vias aéreas ou brônquios, comparando os resultados com os obtidos por pessoas saudáveis com a mesma idade e altura. Serve para a investigação de sintomas respiratórios; diagnóstico e avaliação de asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) ou bronquite causada pelo cigarro; incapacidade funcional; avaliação pós-operatória e avaliação e diagnóstico de doenças respiratórias relacionadas ao trabalho. O exame têm duração média de 30 minutos.
35 Tórax: Parte superior do tronco entre o PESCOÇO e o ABDOME; contém os principais órgãos dos sistemas circulatório e respiratório. (Tradução livre do original Sinônimos: Peito; Caixa Torácica
36 Soro: Chama-se assim qualquer líquido de características cristalinas e incolor.
37 Fisiológico: Relativo à fisiologia. A fisiologia é estudo das funções e do funcionamento normal dos seres vivos, especialmente dos processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos sadios.
38 Aleitamento Materno: Compreende todas as formas do lactente receber leite humano ou materno e o movimento social para a promoção, proteção e apoio à esta cultura. Toda mulher após o parto tem produção de leite - lactação; mas, infelizmente nem todas amamentam.
39 Esporos: Estruturas unicelulares e uninucleares, resistentes ao calor e à dessecação, capazes de germinar em determinadas condições e reproduzirem assexuadamente o indivíduo que as originou.

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