Alguns conceitos ligados à reprodução humana
O que são fertilidade, infertilidade1, fecundidade e esterilidade2?
Fertilidade
É a capacidade do indivíduo ou do casal de gerar um outro ser humano. Quando os aparelhos reprodutores são saudáveis, normalmente as pessoas são férteis e, no caso dos casais heterossexuais, isso possibilita que consigam engravidar de maneira natural. As mulheres têm um período de fertilidade entre a puberdade e a menopausa3, em que produzem óvulos, seguido por outro de infertilidade1 em que já não os produzem mais. Um casal fértil em geral produz uma gravidez4 dentro de um período de 12 meses de tentativas regulares.
Infertilidade1
A infertilidade1 é a diminuição da capacidade reprodutiva de uma pessoa, o que dificulta o êxito das tentativas de gravidez4. Segundo a ONU, são ditas inférteis aquelas pessoas que não conseguem conceber filhos depois de 12 meses de tentativas regulares. Na maioria dos casos, a infertilidade1 é algo transitório ou é possível que pessoas consideradas inférteis engravidem com ou sem o auxílio da Medicina. Há ainda casais que engravidam espontaneamente depois de tentarem por dois ou três anos. Nesses casos, existem médicos que preferem falar em subfertilidade.
Fecundidade
A fecundidade é o potencial de reprodução5 de uma pessoa ou uma determinada população. Mais do que na Medicina, esse tema é relevante em estudos de demografia humana, bem como em estudos de biologia. A fecundidade é semelhante à fertilidade, ou seja, à capacidade natural de produzir descendentes. A principal diferença entre elas reside no fato de que a falta de fertilidade é chamada infertilidade1, enquanto que a falta de fecundidade seria chamada de esterilidade2.
Em nível social, costuma-se falar em taxa de fecundidade para se referir à taxa de crescimento de uma determinada população ou à média de filhos por casal. Assim, por exemplo, os Estados Unidos apresentam taxas de fecundidade de 2,02; o Uruguai 1,9; o Brasil 1,7; a Tailândia 1,6 e alguns países da África mais de 4,0. Há uma tendência mundial de queda das taxas de fecundidade, mas os países subdesenvolvidos costumam possuir taxas de fertilidade consideradas elevadas, mais altas que as dos países desenvolvidos. Isso acontece por diversos motivos: o acesso a contraceptivos é mais difícil; há maior adesão às crenças religiosas que não permitem o uso de métodos contraceptivos; as pessoas possuem menos esclarecimento quanto ao planejamento familiar; há menores taxas de emprego para mulheres e em países mais rurais é comum que as famílias tenham muitos filhos para que eles possam auxiliar no trabalho no campo.
Esterilidade2
Diz-se que uma pessoa é estéril quando ela é impossibilitada de produzir gametas6 (óvulos ou espermatozoide7) ou fazer com que eles se encontrem e que, por isso, é incapaz de gerar filhos. O indivíduo estéril não consegue gerar uma nova vida a partir de relações sexuais e nem com tratamento médico. Somente uma pequena parcela da população é considerada estéril. Também usa-se dizer que há esterilidade2 numa mulher que tenha ultrapassado o período fértil e esteja na pós-menopausa3.
Leia também "Sintomas8 Precoces de Gravidez4", "Diagnóstico9 precoce de gravidez4", "Azoospermia10" e "Inseminação artificial".
Quais são as causas da infertilidade1 e da esterilidade2?
Os fatores causais da infertilidade1, tanto feminina quanto masculina, são vários e grande parte deles pode ser tratada.
- Em 30% dos casos as causas são masculinas: alterações no âmbito testicular, obstrução de dutos, patologias na próstata11, alterações na ejaculação12 ou ereção13 e alterações no esperma14;
- em 30% as causas são femininas: menopausa3 precoce, endometriose15, obstruções ou lesões16 das trompas de Falópio, anomalias uterinas e cervicais ou problemas da ovulação17;
- em 20% as causas são mistas, nas quais os dois membros do casal são responsáveis;
- e em 20% não é possível identificar a causa.
A esterilidade2 se verifica em determinadas situações biológicas ou quando a pessoa possui malformação18 ou algum tipo de distúrbio que a torna irreversivelmente incapaz de se reproduzir. Ela pode acontecer naturalmente ou ser artificialmente provocada, por procedimentos como a laqueadura das trompas, histerectomia19 ou vasectomia.
Nas mulheres, a esterilidade2 frequentemente está associada a problemas hormonais ou a questões anatômicas (lesões16 ou malformações20 no útero21, inflamações22, obstrução das trompas uterinas), miomas e pólipos23.
Nos homens, pode estar relacionada à produção, transporte e capacidade de fertilização24 dos espermatozoides25, que pode ocorrer em virtude de processos infecciosos, hormonais ou genéticos, exposição a toxinas26 e disfunções como a varicocele27, por exemplo.
Como o médico trata a infertilidade1 e a esterilidade2?
O tratamento da infertilidade1 depende da sua causa, de quanto tempo ela já dura, da idade do(a) paciente e das preferências pessoais do(a) paciente. Algumas causas de infertilidade1 não podem ser corrigidas (esterilidade2).
O tratamento para homens com problemas sexuais gerais ou falta de espermatozoides25 saudáveis pode incluir mudança de estilo de vida e medicamentos que aumentem a produção do esperma14 e melhore a qualidade dele. Para algumas condições de bloqueio da circulação28 normal do esperma14, a cirurgia pode ser indicada. Em outros casos, o reparo cirúrgico de condições como uma varicocele27, por exemplo, pode melhorar as chances gerais de gravidez4.
Para as mulheres com infertilidade1 devido a distúrbios da ovulação17, o principal tratamento consiste em estimular a ovulação17 com medicamentos. A cirurgia pode ser usada para restaurar a fertilidade em casos de problemas uterinos, como pólipos23 endometriais, septo uterino, tecido29 cicatricial intrauterino e alguns miomas, por exemplo.
Em casos raros, os problemas de fertilidade masculina não podem ser tratados e é impossível para um homem ter um filho (esterilidade2). O médico pode sugerir que o(a) paciente e sua/seu parceiro considerem o uso de esperma14 de um doador ou a adoção de uma criança. Mas, mesmo em muitos casos em que a gravidez4 espontânea não pode ocorrer, os casais muitas vezes ainda podem conseguir uma gravidez4 através do uso de tecnologia de reprodução5 assistida.
O tratamento da infertilidade1 pode envolver compromissos financeiros, físicos, psicológicos e de tempo significativamente volumosos. E o casal pode precisar de um acompanhamento multidisciplinar para lidar melhor com essa condição.
Veja mais sobre "Reprodução5 assistida", "Fertilização24 in vitro", "Infertilidade1 masculina", "Infertilidade1 feminina" e "O desejo de maternidade e de paternidade".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Mayo Clinic e da Cleveland Clinic.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.