A epididimite e suas características
O que é epididimite?
Epididimite é a inflamação1 aguda ou crônica do epidídimo2, ocasionalmente acompanhada por inflamação1 dos testículos3 (orquiepididimite4). Dependendo da gravidade da infecção5, a epididimite pode causar infertilidade6 no homem.
O que é epidídimo2?
O epidídimo2 faz parte do sistema reprodutivo masculino. É uma estrutura formada por longos e finos tubos enovelados que se localizam posteriormente a cada um dos testículos3 e que, quando distendidos, medem cerca de 6 metros de comprimento. Têm como função armazenar e nutrir os espermatozoides7 jovens produzidos pelos testículos3 para amadurecê-los e posteriormente transportá-los pelo interior dos canais deferentes no instante da ejaculação8.
Quais são as causas da epididimite?
A epididimite é provocada pela contaminação por bactérias, como as que transmitem a clamídia e a gonorreia9. Por isso, infecções10 sexualmente transmissíveis são um fator de risco11 para a doença, embora não sejam as únicas formas de desenvolver a epididimite, que também pode ser causada por refluxo da urina12, traumas no local, caxumba13 e intervenções cirúrgicas que podem levar as bactérias para o interior do sistema reprodutor masculino.
Saiba mais sobre "Sexo oral", "Sexo anal", "Hepatite14 B", "Gonorreia9" e "Sífilis15".
Qual é o substrato fisiopatológico da epididimite?
A presença de bactérias no epidídimo2 desencadeia uma resposta inflamatória do sistema imunológico16. Isso envolve a liberação de substâncias inflamatórias, como as citocinas17, por exemplo, que atraem células18 do sistema imunológico16 para a área afetada.
A inflamação1 leva também à vasodilatação, causando vermelhidão, inchaço19 e aumento do fluxo sanguíneo na região do epidídimo2. Essa dilatação aumenta a permeabilidade20 dos vasos sanguíneos21 na área afetada, permitindo que células18 do sistema imunológico16, como os leucócitos22, entrem no tecido23 para combater a infecção5. Como resultado da inflamação1 e do aumento da permeabilidade20 vascular24, ocorre um acúmulo de líquido e edema25 no epidídimo2, levando ao inchaço19 e à dor.
Quais são as características clínicas da epididimite?
Epididimite é uma das causas mais comuns de infertilidade6 masculina entre jovens de 18 a 35 anos. Uma epididimite que dura mais de seis semanas ou que ocorre repetidamente deve ser considerada crônica. Ao contrário da forma aguda, os sintomas26 da epididimite crônica podem surgir lentamente e, muitas vezes, a causa da epididimite crônica não pode ser encontrada.
Os sintomas26 mais comuns de epididimite aguda podem incluir:
- um escroto27 inchado, dolorido e quente;
- dor intensa na região do epidídimo2, podendo irradiar para a virilha e o abdômen inferior do mesmo lado;
- sensibilidade nos testículos3, geralmente de um lado, a qual surge lentamente;
- dor ao urinar;
- necessidade urgente e frequente de urinar;
- secreção no pênis28;
- dor ou desconforto na parte inferior do abdômen ou região pélvica29;
- ejaculação8 sanguinolenta30;
- e febre31 (menos frequente).
Como o médico diagnostica a epididimite?
O diagnóstico32 da epididimite envolve uma combinação de história clínica, exame físico e, às vezes, exames laboratoriais. O médico deve começar tomando uma história clínica detalhada do paciente, fazendo perguntas sobre os sintomas26 que ele está experimentando e a maneira como eles evoluíram. O médico também perguntará sobre a história médica do paciente e atividades recentes que possam estar relacionadas à epididimite, como infecções10 ou atividade sexual recentes.
Em seguida, o médico realizará um exame físico, que incluirá a palpação33 do escroto27 para avaliar a presença de inchaço19, sensibilidade e outras anormalidades. Isso pode ajudar a determinar a gravidade da epididimite e excluir outras condições.
Para confirmar o diagnóstico32 e determinar a causa da epididimite, o médico pode solicitar exames laboratoriais, tais como:
- análise e cultura de urina12 para procurar células brancas do sangue34 e bactérias na urina12 e para identificar o tipo específico de bactéria35 que está causando a infecção5;
- exame de sangue36 para verificar se há sinais37 de infecção5 sistêmica;
- uma ultrassonografia38 escrotal, para ajudar a identificar a inflamação1 do epidídimo2 e excluir outras causas de dor testicular.
Dependendo da situação clínica, outros exames específicos podem ser necessários para descartar outras condições.
Como o médico trata a epididimite?
A partir do diagnóstico32, se for confirmada uma infecção5 bacteriana, o médico prescreverá antibióticos apropriados. O tratamento pode variar de 10 a 14 dias ou mais, dependendo da gravidade da infecção5. Descansar e elevar os testículos3, utilizando um suporte escrotal, pode ajudar a aliviar o desconforto e a inflamação1.
Se a epididimite tiver sido causada por uma doença sexualmente transmissível, a(o) parceira(o) sexual também deve ser tratada(o) para evitar a reinfecção. Além disso, se houver uma causa subjacente, como uma anomalia anatômica, essa condição subjacente deve ser corrigida, na medida do possível.
Em casos de dor intensa, o médico pode prescrever analgésicos39 ou anti-inflamatórios para aliviar o desconforto.
Como evolui a epididimite?
Em casos graves ou não tratados, a inflamação1 prolongada pode causar danos ao epidídimo2, levando à formação de cicatrizes40 e, em alguns casos, obstrução parcial ou total do epidídimo2, prejudicando a fertilidade.
Quais são as complicações possíveis da epididimite?
As complicações mais comuns da epididimite incluem a formação de um abscesso41 no escroto27 (infecção5 com acúmulo de pus42), acúmulo de líquido em torno do testículo43 formando uma hidrocele44, disseminação da infecção5 para o testículo43 dando origem à chamada orquiepididimite4 e, raramente, infertilidade6.
Leia mais sobre "AIDS", "HPV e verrugas genitais" e "Herpes genital".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Mayo Clinic - USA e da Rede D’or São Luís de Hospitais.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.