Inseminação artificial: o que é? Como é realizada? Quem deve fazer? Quais são as complicações possíveis?
O que é inseminação artificial?
A inseminação artificial é um método muito antigo de tentar facilitar a gravidez1 para aqueles casais com dificuldades de conseguir uma gravidez1 natural e ainda é muito usada com animais.
Naturalmente, a inseminação humana se dá através de uma relação sexual em que o homem deposita na vagina2 da mulher certa porção de espermatozoides3, os quais posteriormente atravessam o colo do útero4 e a luz uterina atingindo as trompas e continuam migrando no interior delas à busca de um óvulo5. Se a mulher estiver em período fértil e tiver ovulado recentemente, um óvulo5 parte no sentido contrário procurando encontrar um espermatozoide6 e, se ambos se encontram, dá-se a fertilização7 e a formação de um ovo8 que, alojando-se no útero9, irá gerar um novo ser. Algumas vezes acontece que por defeitos quantitativos ou qualitativos os espermatozoides3 do parceiro sexual masculino não conseguem cumprir todo esse percurso e a inseminação deles no útero9 da mulher tem de ser feita por meios artificiais, depois que os espermatozoides3 sejam selecionados ou que seja melhorada a concentração deles no sêmen10, o que é feito em um laboratório.
Como se realiza a inseminação artificial?
Como preparação para o exame o homem deve ficar em abstinência sexual de dois a cinco dias, para garantir a qualidade e maior concentração dos espermatozoides3. É importante também que ele, nesse tempo, evite estresse, calor excessivo na região genital, consumo exagerado de álcool e de fumo. Já para a mulher, é importante que ela esteja em boas condições de saúde11 para gestar e passe a tomar uma suplementação12 de ácido fólico. Inicialmente, o homem deve coletar certa porção de sêmen10, por meio de masturbação13. As amostras assim obtidas são selecionadas em laboratório e delas são retirados os espermatozoides3 de pouca mobilidade, as células14 imaturas e os restos celulares. Se o parceiro sexual masculino não produz espermatozoides3 ou se eles são de quantidade insuficiente eles podem ser obtidos em um banco de sêmen10, de um doador anônimo.
Por seu turno, a mulher pode tomar medicamentos que induzam a ovulação15. Durante esse processo devem ser realizadas ultrassonografias seriadas para acompanhar o crescimento dos folículos ovarianos. Assim que eles estejam prontos para liberar os óvulos devem ser administrados medicamentos que facilitem essa liberação. Quando a mulher estiver ovulando deve ser feita a colocação dos espermatozoides3 dentro do útero9, visando a união dos gametas16 para a formação do embrião. A inseminação artificial é um procedimento que deve ser realizado em uma clínica de reprodução17 humana. Um cateter fino é inserido na vagina2 e corretamente posicionado por meio da ultrassonografia18, por ele são injetados os espermatozoides3. Geralmente os espermatozoides3 são depositados no colo do útero4 ou mais próximos às trompas e depois de doze dias desse procedimento pode-se fazer um teste de gravidez1 que indique se ele foi bem sucedido ou não.
Quem deve fazer inseminação artificial?
A inseminação artificial normalmente é indicada para casais que desejam ter um filho e em que os espermatozoides3 do homem sejam poucos, lentos ou tenham dificuldades de movimentação ou em que a mulher sofra alteração do útero9, como uma endometriose19 leve ou mesmo quando não há uma razão aparente para a infertilidade20. A inseminação artificial também pode ser feita com espermatozoides3 doados em casos em que o parceiro da mulher não os possui no seu sêmen10 ou no caso de casais homoafetivos. A taxa de sucesso do procedimento por ciclo ovulatório não é muito alta (cerca de 20%) e quanto maior a idade da mulher, menores são as chances dela engravidar, sendo que essa chance é muito remota após os 35 anos. Se a primeira tentativa falhar, devem ser feitas até duas novas tentativas, após as quais o método deve ser abandonado e outras opções devem ser adotadas.
Quais são as complicações possíveis da inseminação artificial?
Com esse método há uma chance de 15% de gravidez1 gemelar. Isso não chega a ser uma complicação, mas é um resultado inesperado e naturalmente envolve riscos maiores que uma gravidez1 simples.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.