Doenças da língua
O que são doenças da língua1?
A língua1 é um órgão muito importante do corpo humano2. É com a participação dela que é possível falar, alimentar e sentir os diversos sabores das comidas. A língua1 contém de 2000 a 8000 papilas gustativas3, distribuídas em sua superfície. São essas papilas que emprestam a ela seu aspecto rugoso. Dependendo de sua função, as papilas gustativas3 são moldadas de forma diferente e localizadas em diferentes áreas da língua1.
A língua1 é sujeita a alterações autóctones ou a outras que podem ser manifestação secundária de doenças ou de problemas sistêmicos4, alguns deles bastante sérios. Ela pode apresentar alterações de coloração, volume, forma ou aspecto. São essas alterações que constituem as chamadas doenças da língua1.
Algumas delas apresentam sintomas5 ou incômodos, como a dor, por exemplo, e outras são assintomáticas e só mostram sinais6 que têm que ser reconhecidos visualmente.
Quais são as causas das doenças da língua1?
Grande número de fatores pode levar a alterações na língua1. Identificá-los exatamente é o primeiro passo para tratá-los. As doenças da língua1 podem ser causadas por infecções7 bacterianas ou fúngicas8; por deficiências nutricionais, incluindo anemia9; traumas, como uma lesão10 ou mordida; alterações hormonais e outras condições médicas, como câncer11, distúrbios autoimunes12 e danos nos nervos que inervam a língua1.
Leia sobre "Como prevenir o câncer11", "Maneiras de lidar com o estresse" e "Limitar consumo de álcool reduz o risco de câncer11".
Quais são as características clínicas comuns das doenças da língua1?
A maioria dos problemas de língua1 não são sérios, mas suas alterações também podem ocorrer como manifestações secundárias a alguma condição subjacente que requeira tratamento médico. Os sinais6 ou sintomas5 mais comuns que uma pessoa pode experimentar relacionados à língua1 incluem:
- uma perda parcial ou completa da capacidade de sentir todos os sabores (azedos, salgados, amargos ou doces) ou sabores específicos;
- dificuldade de movimentar a língua1;
- inchaço13 da língua1;
- mudança da cor normal da língua1 (manchas brancas, pretas ou marrons; língua1 rosada brilhante; língua1 pálida ou enegrecida);
- dor em toda a língua1 ou em pontos específicos dela;
- mudança no tamanho da língua1, como no caso de inchaço13 ou numa tumoração, por exemplo;
- e uma sensação de queimação em toda a língua1 ou em certos pontos dela.
Quais são as principais doenças da língua1?
As principais e mais frequentes alterações da língua1 são:
Aftas
As aftas são pequenas feridas redondas que aparecem nos tecidos moles da boca14, incluindo a língua1. Elas geralmente são pontos amarelados e se parecem um pouco com uma espinha na boca14. São pontos dolorosos, sobretudo quando tocados pelo alimento ou outro estímulo qualquer.
Na maioria das vezes, as lesões15 têm menos de um centímetro de diâmetro e aparecem sozinhas, mas podem se apresentar como um aglomerado de feridas menores. Normalmente, não requerem tratamento e desaparecem sozinhas em cerca de uma semana.
Candidíase16 oral
A candidíase16 oral é uma infecção17 causada por fungos que pode afetar também a língua1 e que pode se caracterizar por pequenas saliências e manchas brancas na superfície da língua1. É rara em adultos saudáveis, mas muito comum em recém-nascidos (sapinhos) e adultos com outras condições médicas, incluindo diabetes18, câncer11 e sistema imunológico19 fragilizado.
O fungo20 Candida albicans ocorre naturalmente na boca14, mas quando se torna muito abundante pode causar os sintomas5 de aftas. Geralmente apresenta-se também como manchas brancas em outros lugares da boca14 e pode ser facilmente tratado com o uso de medicamentos simples.
Língua1 geográfica
A chamada língua1 geográfica é uma condição inflamatória, mas inofensiva, que afeta a superfície da língua1 e geralmente não apresenta sintomas5. Em casos raros, pode haver ligeira dor ou queimação na língua1 e ela pode tornar-se mais sensível a alimentos condimentados.
A língua1 geográfica apresenta manchas vermelhas na superfície, com bordas levemente elevadas, dando à língua1 uma aparência de mapa geográfico. Ela também é conhecida como glossite21 migratória benigna, porque as lesões15 cicatrizam em uma área e migram para uma parte diferente da língua1.
Pode estar relacionada, por exemplo, à psoríase22, dermatite23 atópica, alterações genéticas ou hormonais, alergias e deficiências nutricionais.
Língua1 peluda preta
A língua1 peluda preta é uma condição em que as células24 mortas se acumulam na superfície da língua1 criando uma aparência escura e peluda. Em geral, é resultado de má higiene oral e desaparece se uma higiene correta voltar a ser feita.
Glossite21
A glossite21 é uma inflamação25 ou infecção17 na língua1 que resulta em uma língua1 inchada, inflamada e/ou descolorida. A glossite21 pode ser causada por vários fatores. A principal causa pode ser um distúrbio primário, que acarreta mudanças na coloração da língua1, inchaço13 e perda das papilas gustativas3, fazendo com que a língua1 adquira um aspecto liso.
Pode ocorrer também devido a infecções7 bacterianas ou virais, irritação mecânica ou ferimentos provocados por queimaduras, produção de pouca saliva, exposição ao tabaco, álcool, ácido, pasta de dentes, refrescantes bucais e alimentos apimentados, entre outras causas. Problemas sistêmicos4 também podem causar glossite21, como anemia ferropriva26, anemia perniciosa27, aftas, sífilis28, deficiência de vitamina29 B, etc.
A glossite21 causa uma série de mudanças na aparência da língua1, além de causar dores e incômodos.
Síndrome30 da boca14 ardente
A síndrome30 da boca14 ardente é uma condição que deixa a língua1 com sensação de queimação, sem que haja alterações clínicas visíveis. Nessa síndrome30 costuma haver dor, boca14 seca e gosto metálico ou amargo na boca14. Essa síndrome30 é mais comum em mulheres entre 40 e 60 anos, mas pode acontecer em qualquer pessoa em qualquer idade.
Câncer11 de língua1
Os sintomas5 do câncer11 da língua1 incluem dor, dificuldade em movimentar a língua1 e manchas anormais. Ocorre com mais frequência em homens com mais de 40 anos, na parte visível ou não visível da língua1 e é cinco vezes mais provável de ocorrer em fumantes do que em não fumantes.
Em geral, as lesões15 cancerosas ocasionam dificuldade em engolir, sensação de nó na garganta31, dor de ouvido e sangram facilmente.
Traumas de língua1
Os traumas na língua1 podem ocorrer quando a pessoa morde a língua1 enquanto come ou durante uma convulsão32 ou uma queda, queima a língua1 com comida quente ou por acidentes. Normalmente, as lesões15 na língua1 sangram muito, mas o sangramento costuma ser autolimitado e raramente precisa de uma intervenção médica.
Uma boa solução para um corte ou uma queimadura é chupar gelo ou picolé.
Neuralgia33
A neuralgia33 é uma dor súbita no nervo que pode acontecer em qualquer parte do corpo, inclusive na língua1. A neuralgia33 do glossofaríngeo é um tipo de neuralgia33 que causa dor nos nervos da boca14, incluindo a língua1. A dor pode durar segundos ou minutos e geralmente diminui por conta própria.
Como tratamento, podem ser usados medicamentos anticonvulsivantes ou antidepressivos. Se não houver resposta adequada, o médico pode recomendar uma cirurgia para remover a pressão do nervo ou para seccionar o nervo.
Muitas outras condições mais raras podem ocasionar mudanças de aparência da língua1 como, por exemplo, anomalias vasculares34 congênitas35, infecções7, estresse, papilites, líquen plano, deficiência de vitamina29 B12, anemias, fadiga36, distúrbios autoimunes12 e alergias.
Veja também sobre "Boca14 seca ou xerostomia37", "Candidíase16 oral do bebê" e "Língua1 saburrosa".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Mayo Clinic e da Cleveland Clinic.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.