Hemorragia subaracnoidea
As meninges1 cerebrais
O encéfalo2 e a medula3 vertebral são envolvidos por três membranas chamadas meninges1, formadas de tecido conjuntivo4 que protegem essas estruturas e que, de fora para dentro são chamadas, respectivamente, dura-máter5, aracnoide6 e pia-máter.
A dura-máter5 é a mais externa, espessa e fibrosa das três. A aracnoide6 é uma membrana transparente, avascular, que se situa entre a dura-máter5, externamente, e a pia-máter, internamente. A pia-máter é a mais interna, mais tenra e mais vascularizada das três membranas.
Entre a dura-máter e aracnoide7 existe um espaço virtual, chamado espaço subdural, preenchido apenas por uma fina camada de líquido lubrificante. Entre a aracnoide6 e a pia-máter existe um espaço por onde circula o líquor8 (líquido cefalorraquidiano9), chamado espaço subaracnoideo.
O que é hemorragia subaracnoidea10?
Hemorragia subaracnoidea10 é o extravasamento súbito de sangue11 no interior do espaço subaracnoideo. O sangue11 extravasado se mistura ao líquor8, alterando seu aspecto, de incolor, límpido e transparente (“água de rocha”) para xantocrômico (coloração amarronzada).
Quais são as causas da hemorragia subaracnoidea10?
Em geral, o traumatismo12 cranioencefálico é uma causa comum de hemorragia subaracnoidea10. Outra causa também comum de sangramento espontâneo no espaço subaracnoideo é a ruptura de um aneurisma13. Causas menos comuns são aneurismas micóticos, malformações14 arteriovenosas e distúrbios hemorrágicos15.
Leia sobre "Meningite16", "Hipertensão17 intracraniana", "Malformações14 arteriovenosas" e "Hemorragia18 cerebral".
Qual é o substrato fisiopatológico da hemorragia subaracnoidea10?
A presença de sangue11 no espaço subaracnoideo produz uma meningite16 química, que geralmente aumenta a pressão intracraniana. Um vasoespasmo ocorre em seguida ao sangramento e pode produzir isquemia19 cerebral focal. O edema20 cerebral e o risco de vasoespasmo com infarto21 subsequente é maior entre 3 e 10 dias após o episódio inicial.
É frequente ocorrer um novo sangramento, na maioria dos casos em um período de até 7 dias. Uma hidrocefalia22 (acúmulo do líquido cefalorraquidiano9) aguda secundária também é comum.
Quais são as características clínicas da hemorragia subaracnoidea10?
A hemorragia subaracnoide23 pode ocorrer em qualquer idade, sendo mais observada entre 40 e 65 anos. Os sintomas24 da hemorragia subaracnoidea10 incluem o comprometimento ou perda da consciência. Outros sinais25 e sintomas24 mais frequentes são: cefaleia26 súbita e intensa que atinge o pico em segundos; déficits neurológicos graves que podem se tornar irreversíveis; alterações sensoriais; agitação e crises epilépticas.
Dentro de 24 horas, a meningite16 química produz um meningismo moderado a marcante, com vômito27 e, às vezes, respostas extensoras plantares bilaterais. A frequência cardíaca ou respiratória geralmente é anormal. Durante os primeiros 5 a 10 dias são comuns febre28 e confusão mental. A hidrocefalia22 subsequente pode produzir cefaleia26, obnubilação e déficits motores que persistem por semanas. Um novo sangramento pode causar sintomas24 novos ou recorrentes.
Como o médico diagnostica a hemorragia subaracnoidea10?
O diagnóstico29 da hemorragia subaracnoide23 é sugerido por sintomas24 típicos e deve ser confirmado pelos exames físico e laboratoriais o mais rapidamente possível, antes que os danos se tornem irreversíveis. Uma tomografia computadorizada30 ou uma ressonância magnética31 sem contraste pode ser feita em 6 horas após o início dos sintomas24.
Uma punção lombar mostrará inúmeros eritrócitos32, uma coloração xantocrômica (amarelo-amarronzada) do líquor8 e aumento da pressão. A punção lombar é contraindicada quando há suspeita de aumento de pressão intracraniana, pois a diminuição repentina na pressão do líquor8 pode reduzir o tamponamento de um coágulo33 de um aneurisma13 roto, causando mais sangramento posterior.
Em pacientes com hemorragia subaracnoidea10, a arteriografia cerebral convencional deve ser realizada o mais breve possível após o episódio hemorrágico34 inicial porque ela mostrará o exato local do sangramento bem como a extensão dele.
O eletrocardiograma35 (ECG) pode mostrar elevação ou depressão do segmento ST e outras possíveis anormalidades que incluem prolongamento dos intervalos QRS ou QT e ondas T hiperagudas ou de inversão simétrica e profunda.
Como o médico trata a hemorragia subaracnoidea10?
A pessoa que pode ter sofrido uma hemorragia subaracnoidea10 deve ser imediatamente hospitalizada. O tratamento da hemorragia subaracnoidea10 envolve medicamentos para aliviar a cefaleia26, medidas para tratar ou prevenir complicações e um procedimento para tratar possíveis aneurismas. Medicamentos analgésicos36 podem ser usados para aliviar a dor, desde que não seja ácido acetilsalicílico ou outros anti-inflamatórios não esteroides, que podem afetar a coagulação37 e piorar o sangramento.
Os laxantes38 são administrados para evitar esforço durante as evacuações, o que aumentaria o risco de ruptura de uma artéria39 enfraquecida. Alguma medicação deve ser administrada para prevenir o vasoespasmo e subsequente isquemia19 cerebral. O médico deve também tomar medidas para controlar a pressão arterial40, mas a hipertensão arterial41 é tratada somente se estiver muito alta.
Como evolui a hemorragia subaracnoidea10?
A recuperação após uma hemorragia subaracnoidea10 varia amplamente na dependência da causa e da extensão da lesão42 neurológica. A maioria dos pacientes requer reabilitação hospitalar após a internação, bem como terapia ambulatorial nos meses seguintes.
Como prevenir a hemorragia subaracnoidea10?
Depois que um aneurisma13 se rompe, há uma chance maior de que ele possa vir a sangrar novamente. O novo sangramento de um aneurisma13 cerebral é perigoso e pode ser fatal. A chance de que isso aconteça pode ser reduzida protegendo o aneurisma13 com medidas médicas, controlando a pressão arterial40 e corrigindo qualquer distúrbio de coagulação37 ou evitando medicamentos para afinar o sangue11.
Veja também sobre "Confusão mental", "Rompimento de um vaso sanguíneo", "Hemostasia43" e "Coagulograma".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Mayo Clinic e do National Health Service.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.