Meningite
O que é meningite1?
A meningite1 é uma infecção2 grave e pode ser fatal. Entretanto, o diagnóstico3 e o tratamento precoces podem permitir a cura, sem deixar seqüelas.
Meninges4 são membranas que envolvem o encéfalo5 (cérebro6, bulbo7 e cerebelo8) e a medula espinhal9. Entre as meninges4 circula um líquido claro com aspecto de água, chamado líquor10 ou líquido cefalorraquidiano11 (LCR), que tem a função de absorver choques e proteger o cérebro6 e a medula espinhal9 contra danos. Quando uma bactéria12 ou um vírus13 consegue vencer as barreiras de proteção do organismo e instalar-se nas meninges4, estas se inflamam e infeccionam, dando origem à meningite1.
O cérebro6 e a medula espinhal9 são os centros de comando do organismo, que permitem funções como fala, audição, visão14, locomoção, compreensão, etc.
Quais são as causas?
Bactérias, vírus13 e fungos são organismos que podem infectar as meninges4 e o líquor10 e causar meningite1. Quando ela é causada por um vírus13, é chamada meningite1 viral. Quando a causa da infecção2 é uma bactéria12, é chamada meningite1 bacteriana. E quando a causa é um fungo15, acontece a meningite1 fúngica16, a qual é rara. A infecção2 também pode ocorrer após um traumatismo17 crânio18-encefálico ou ser resultado de um distúrbio do sistema imune19.
A meningite1 viral é geralmente menos severa, enquanto que a meningite1 bacteriana pode ser grave e resultar em danos ao cérebro6, surdez e dificuldade de aprendizado, se não tratada precocemente.
Estabelecer a causa da meningite1 é fundamental para um tratamento correto. A meningite1 viral pode não precisar de tratamento específico, enquanto que na bacteriana é importante saber qual a bactéria12 que está causando a infecção2 para que o tratamento apropriado seja estabelecido o mais precocemente possível.
Três espécies de bactérias são responsáveis por mais de 80% de todos os casos de meningite1: Neisseria meningitidis, Haemophilus influenzae e Streptococcus pneumoniae.
A meningite1 é mais comum em crianças com idades entre 1 mês e 2 anos, assim como em pessoas idosas, pelo comprometimento do sistema imune19.
O que sente uma pessoa com meningite1?
Os sintomas20 mais comuns são: febre21 alta, dor de cabeça22 e rigidez da nuca. Outros sintomas20 podem estar presentes como
náuseas23, vômitos24, fotofobia25, confusão mental, delírio26, apatia27, rash28 cutâneo29 (erupção30 avermelhada em qualquer parte do corpo) e sonolência.
Em recém-nascidos e crianças menores de dois anos, o quadro clínico é mais inespecífico e os sintomas20 citados acima podem não estar presentes. Geralmente observa-se inatividade, irritabilidade, vômitos24 freqüentes, recusa alimentar e choro estridente.
Freqüentemente, as pessoas infectadas não apresentam todos os sinais31 e sintomas20 descritos. A doença pode evoluir em horas ou levar dias. O tipo principal de meningite1 geralmente se instala e progride rapidamente, mas existem algumas formas da doença em que a evolução é lenta.
Com a evolução da meningite1, os pacientes de qualquer idade podem ter convulsões. Uma convulsão32 é a contração repentina, violenta e involuntária33 dos músculos34. Ela pode também se manifestar como uma crise de ausência, ou seja, uma perda repentina e breve de contato por alguns minutos.
Qual a importância do diagnóstico3 precoce?
O diagnóstico3 precoce e o tratamento da meningite1 são muito importantes para evitar ou limitar as possíveis complicações. Na presença de sintomas20, os pacientes devem procurar imediatamente um médico.
Quanto mais precoce o diagnóstico3 e o tratamento são, menos provável ocorrer algum tipo de complicação da doença.
Um médico suspeita do diagnóstico3 de meningite1 depois de obter uma história clínica detalhada e fazer um exame físico. Dor de cabeça22, rigidez de nuca e sonolência são sinais31 comuns de meningite1. Uma amostra de líquor10 deve ser enviada para análise em laboratório para o diagnóstico3 final.
Quais exames precisam ser realizados em uma pessoa com suspeita de meningite1?
O primeiro exame a ser feito é o estudo do líquor10. A coleta desta amostra envolve a colocação de uma agulha próxima à medula espinhal9 para retirada de líquor10 para análise. É um exame delicado, que deve ser realizado por médico treinado e habilidoso, contando com a colaboração do paciente.
Pode levar um ou dois dias para o crescimento de bactérias no líquor10. Neste meio tempo, outros testes ajudam o médico a saber se o paciente está ou não com meningite1 e se ela é causada por bactéria12, vírus13 ou fungo15.
Alguns exames que o médico pode solicitar incluem contagem do número de células35 no líquor10, verificação dos níveis de glicose36 e proteína ou técnicas de coloração para visualização de bactérias no microscópio.
A identificação do tipo de bactéria12 que está causando a infecção2 é importante para que os médicos saibam qual o antibiótico mais indicado para o tratamento específico.
Uma amostra de sangue37 também pode ser necessária.
Eventualmente, uma tomografia computadorizada38 pode ser solicitada para fazer um diagnóstico3 diferencial entre os sintomas20 de meningite1 e de outras doenças, como tumores cerebrais, hemorragias39 intracranianas ou abscesso40 cerebral.
Como é o tratamento?
Há vários antibióticos para tratar a meningite1 bacteriana. Entretanto é muito importante que o tratamento se inicie precocemente (no início da infecção2).
O tratamento antibiótico para a maioria dos tipos de meningite1 bacteriana reduz o risco de morrer em cerca de 15%, entretanto, este risco é mais elevado em pacientes idosos.
Os antibióticos são de uso intravenoso e devem ser iniciados assim que o diagnóstico3 é feito. Uma vez que a bactéria12 que causa a infecção2 é identificada, o antibiótico pode ser mudado em caso de necessidade.
Os pacientes também recebem fluidos intravenosos para hidratação e são mantidos em monitorização contínua.
Uma nova coleta de líquor10 pode ser necessária para se ter certeza que o tratamento estabelecido está tendo sucesso (ou que a meningite1 está sendo tratada com sucesso).
As meningites41 virais são geralmente menos graves que as meningites41 bacterianas. Não requerem o uso de antibióticos ou de medicações antivirais. O paciente na maioria das vezes é tratado com fluidos intravenosos, repouso e observação rigorosa.
Quais são as complicações da meningite1?
As meningites41 bacterianas tendem a complicar mais do que as meningites41 virais.
Elas podem afetar o nervo acústico e causar surdez permanente, danificar o cérebro6, levar a dificuldades de aprendizagem e até a morte. Felizmente, o diagnóstico3 precoce e o tratamento adequado ajudam muito na recuperação do paciente.
A meningite1 é uma doença contagiosa42?
Algumas formas de meningites41 são contagiosas, significando que podem passar de uma pessoa à outra. A transmissão é feita pelo contato direto com secreções da garganta43 ou do nariz44 de pessoas portadoras ou convalescentes, o que pode ocorrer durante tosse, espirro ou beijo.
Felizmente, a bactéria12 que causa a meningite1 não é tão contagiosa42 quanto o vírus13 que causa a gripe45 ou o resfriado e também não se espalha por contato casual, como respirar o mesmo ar de ambientes em que há pessoas com meningite1. Ela também não sobrevive por muito tempo fora do organismo.
As pessoas que são consideradas de risco aumentado para adquirir meningite1 são:
- Membros da mesma família, que vivem no mesmo domicílio.
- Pessoas que vivem em instituições de cuidados como creches, asilos, enfermarias, etc.
- Qualquer pessoa que tenha contato com secreções orais de outra pessoa contaminada, como namorados(as).
As pessoas que têm contato íntimo com alguém infectado por alguns tipos de meningite1 bacteriana devem receber antibióticos para evitar serem infectados.
Todos os casos de meningite1 devem ser notificados a autoridades competentes para assegurar a prevenção da disseminação da infecção2.
Pessoas que viajam para outros países devem verificar se a vacinação contra meningite1 é recomendada.
Existe vacina46 contra meningite1?
Existem vacinas contra alguns tipos de bactérias que causam a meningite1, mas não para todos os tipos. Elas são seguras e eficazes. Aqueles que vão viajar para áreas em que há epidemia de meningite1 devem ser vacinados pelo menos uma semana antes da viagem.
Pergunte ao seu médico se você deve ser vacinado contra meningite1.
Fontes:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.