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Hemorragia pré-parto

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O que é hemorragia1 pré-parto?

A hemorragia1 pré-parto refere-se a qualquer sangramento vaginal significativo que ocorre durante a gravidez2, geralmente após a 20ª semana de gestação e antes do início do trabalho de parto. Algumas hemorragias3 pré-parto são potencialmente fatais tanto para a mãe quanto para o feto4. Quase sempre trata-se pelo menos de um acontecimento sério e preocupante que ocorre em cerca de 5% das gestações, requerendo pronta atenção médica.

Quais são as possíveis causas da hemorragia1 pré-parto?

A hemorragia1 dita pré-parto pode ocorrer durante a gravidez2, antes do início do trabalho de parto ou mesmo durante o parto. Ela pode partir (1) da placenta, (2) do útero5, (3) do colo do útero6 ou (4) da vagina7 ou da vulva8.

A partir da placenta pode ocorrer por descolamento prematuro, em que a placenta se separa parcial ou totalmente da parede uterina antes do parto; por placenta prévia, quando a placenta se localiza anteriormente ao feto4 e cobre total ou parcialmente o colo do útero6; e pela condição chamada vasa prévia, em que os vasos fetais atravessam o orifício cervical interno, ficando mais facilmente acessíveis, o que pode levar a sangramento quando do toque vaginal.

A partir do útero5, pode ocorrer por ruptura do órgão. Do colo do útero6, pode partir de uma cervicite9, de pólipos10 ou de tumor11 (câncer12?) com manifestações hemorrágicas13. A partir da vagina7 e da vulva8, o sangramento pode dever-se a varizes14, lacerações ou carcinomas.

Além disso, infecções15 ou trauma do trato reprodutivo, bem como algumas condições médicas sistêmicas, como distúrbios de coagulação16 sanguínea, por exemplo, podem aumentar o risco de hemorragia1 pré-parto.

Qual é o substrato fisiopatológico da hemorragia1 pré-parto?

Durante as contrações uterinas no decurso do parto, a placenta pode se desprender da parede uterina, de forma inadequada, antes do nascimento do bebê, com rompimento de vasos sanguíneos17, causando hemorragia1. Geralmente, isso envolve também a formação de um hematoma18 retroplacentário que interrompe o suprimento sanguíneo adequado para a placenta.

A ruptura do útero5 é uma complicação grave para a mãe e para o bebê que pode ocorrer durante o trabalho de parto, especialmente em mulheres que tiveram cirurgias uterinas prévias, como cesarianas, por exemplo. A ruptura uterina pode igualmente resultar em hemorragia1 profusa devido à abertura do útero5, levando à exposição de grandes vasos sanguíneos17. Isso acontece mais comumente onde há fragilidade da parede uterina, em casos de cicatrizes19 uterinas antigas, ou outras condições que enfraquecem o útero5.

Os distúrbios que afetam a capacidade do sangue20 de coagular21 podem contribuir para a hemorragia1 pré-parto.

Quais são as características clínicas da hemorragia1 pré-parto?

A hemorragia1 pré-parto é uma das principais causas de morbidade22 e mortalidade23 materna em todo o mundo. Os sintomas24 da hemorragia1 pré-parto podem incluir:

  • sangramento vaginal de cor vermelho brilhante, de moderado a grave;
  • dor abdominal ou cólicas25 intensas;
  • sensação de pressão pélvica26;
  • desconforto ou dor no útero5;
  • contrações uterinas prematuras;
  • batimentos cardíacos rápidos e/ou fracos;
  • tonturas27 ou desmaios devido à perda de sangue20;
  • e palidez da pele28, lábios ou unhas29.
Leia sobre "É possível menstruar durante a gravidez2?", "Sangramentos na primeira metade da gravidez2" e "Sangramentos na segunda metade da gravidez2".

Como o médico diagnostica a hemorragia1 pré-parto?

Apenas um profissional de saúde30 qualificado pode realizar um diagnóstico31 preciso com base na avaliação clínica da paciente. O sinal32 mais evidente é o sangramento vaginal, que pode variar de leve a severo e ser contínuo ou intermitente33. Algumas mulheres experimentam dor abdominal intensa, especialmente se houver uma causa subjacente, como descolamento prematuro da placenta, por exemplo.

É frequente haver a presença de contrações uterinas anormais e/ou persistentes e alterações nos batimentos cardíacos do feto4 devido a um comprometimento do suprimento de oxigênio. A hemorragia1 pode levar a uma diminuição da pressão arterial34 da mãe e a um aumento da sua frequência cardíaca em resposta ao choque hipovolêmico35, que pode ocorrer devido à perda de sangue20 significativa.

A paciente pode apresentar palidez na pele28 e sudorese36 excessiva devido à perda de sangue20 e, em casos graves, pode ficar desorientada, confusa ou perder a consciência.

Como o médico trata a hemorragia1 pré-parto?

Se uma hemorragia1 pré-parto for suspeitada, é crucial procurar ajuda médica imediatamente. A gestante deve ser levada a uma unidade hospitalar, onde será feito o tratamento adequado. O manejo eficaz da situação pode requerer uma abordagem multidisciplinar envolvendo obstetras, anestesistas, hematologistas e outros profissionais de saúde30.

O tratamento dependerá da causa subjacente e, conforme o caso, pode envolver medidas como repouso, administração de fluidos intravenosos, transfusões sanguíneas, medicamentos para estimular a contração uterina, medicamentos para induzir a maturidade pulmonar fetal (caso seja necessário um parto prematuro) e, em casos extremos, procedimentos cirúrgicos de emergência37 para interromper a fonte de hemorragia1 ou uma cesariana.

O diagnóstico31 e tratamento precoces são essenciais para minimizar os riscos tanto para a mãe quanto para o feto4.

Quais são as complicações possíveis com a hemorragia1 pré-parto?

A hemorragia1 pré-parto já é uma complicação que pode ocorrer durante a gravidez2, mas algumas das complicações adicionais associadas a ela podem ocorrer de imediato ou a longo prazo e incluem:

  • o choque hipovolêmico35, devido à perda significativa de sangue20;
  • anemia38, com fadiga39, fraqueza e outros sintomas24 associados à falta de oxigênio nos tecidos;
  • coagulopatias, levando a distúrbios da coagulação16;
  • hipóxia40 fetal, que pode ter consequências sérias para o desenvolvimento do bebê;
  • e necessidade de transfusões sanguíneas para restaurar o volume sanguíneo e os componentes sanguíneos necessários.

Em alguns casos, a hemorragia1 pré-parto pode estar associada a complicações a longo prazo, como a formação de aderências no útero5 ou problemas de cicatrização após uma cesariana de emergência37.

Veja também sobre "Sintomas24 precoces de gravidez2", "Guia de exercícios físicos durante a gravidez2" e "Dieta saudável na gravidez2".

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente do site da U.S. National Library of Medicine.

ABCMED, 2024. Hemorragia pré-parto. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/gravidez/1463747/hemorragia-pre-parto.htm>. Acesso em: 4 nov. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Hemorragia: Saída de sangue dos vasos sanguíneos ou do coração para o exterior, para o interstício ou para cavidades pré-formadas do organismo.
2 Gravidez: Condição de ter um embrião ou feto em desenvolvimento no trato reprodutivo feminino após a união de ovo e espermatozóide.
3 Hemorragias: Saída de sangue dos vasos sanguíneos ou do coração para o exterior, para o interstício ou para cavidades pré-formadas do organismo.
4 Feto: Filhote por nascer de um mamífero vivíparo no período pós-embrionário, depois que as principais estruturas foram delineadas. Em humanos, do filhote por nascer vai do final da oitava semana após a CONCEPÇÃO até o NASCIMENTO, diferente do EMBRIÃO DE MAMÍFERO prematuro.
5 Útero: Orgão muscular oco (de paredes espessas), na pelve feminina. Constituído pelo fundo (corpo), local de IMPLANTAÇÃO DO EMBRIÃO e DESENVOLVIMENTO FETAL. Além do istmo (na extremidade perineal do fundo), encontra-se o COLO DO ÚTERO (pescoço), que se abre para a VAGINA. Além dos istmos (na extremidade abdominal superior do fundo), encontram-se as TUBAS UTERINAS.
6 Colo do útero: Porção compreendendo o pescoço do ÚTERO (entre o ístmo inferior e a VAGINA), que forma o canal cervical.
7 Vagina: Canal genital, na mulher, que se estende do ÚTERO à VULVA. (Tradução livre do original
8 Vulva: Genitália externa da mulher, compreendendo o CLITÓRIS, os lábios, o vestíbulo e suas glândulas.
9 Cervicite: Inflamação infecciosa do colo uterino.Pode não apresentar sintomas ou pode manifestar-se por dor no baixo ventre, secreção vaginal purulenta, dor ou “pontadas” associadas ao coito (dispareunia).
10 Pólipos: 1. Em patologia, é o crescimento de tecido pediculado que se desenvolve em uma membrana mucosa (por exemplo, no nariz, bexiga, reto, etc.) em resultado da hipertrofia desta membrana ou como um tumor verdadeiro. 2. Em celenterologia, forma individual, séssil, típica dos cnidários, que se caracteriza pelo corpo formado por um tubo ou cilindro, cuja extremidade oral, dotada de boca e tentáculos, é dirigida para cima, e a extremidade oposta, ou aboral, é fixa.
11 Tumor: Termo que literalmente significa massa ou formação de tecido. É utilizado em geral para referir-se a uma formação neoplásica.
12 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
13 Hemorrágicas: Relativo à hemorragia, ou seja, ao escoamento de sangue para fora dos vasos sanguíneos.
14 Varizes: Dilatação anormal de uma veia. Podem ser dolorosas ou causar problemas estéticos quando são superficiais como nas pernas. Podem também ser sede de trombose, devido à estase sangüínea.
15 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
16 Coagulação: Ato ou efeito de coagular(-se), passando do estado líquido ao sólido.
17 Vasos Sanguíneos: Qualquer vaso tubular que transporta o sangue (artérias, arteríolas, capilares, vênulas e veias).
18 Hematoma: Acúmulo de sangue em um órgão ou tecido após uma hemorragia.
19 Cicatrizes: Formação de um novo tecido durante o processo de cicatrização de um ferimento.
20 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
21 Coagular: Promover a coagulação ou solidificação; perder a fluidez, transformar-se em massa ou sólido.
22 Morbidade: Morbidade ou morbilidade é a taxa de portadores de determinada doença em relação à população total estudada, em determinado local e em determinado momento.
23 Mortalidade: A taxa de mortalidade ou coeficiente de mortalidade é um dado demográfico do número de óbitos, geralmente para cada mil habitantes em uma dada região, em um determinado período de tempo.
24 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
25 Cólicas: Dor aguda, produzida pela dilatação ou contração de uma víscera oca (intestino, vesícula biliar, ureter, etc.). Pode ser de início súbito, com exacerbações e períodos de melhora parcial ou total, nos quais o paciente pode estar sentindo-se bem ou apresentar dor leve.
26 Pélvica: Relativo a ou próprio de pelve. A pelve é a cavidade no extremo inferior do tronco, formada pelos dois ossos do quadril (ilíacos), sacro e cóccix; bacia. Ou também é qualquer cavidade em forma de bacia ou taça (por exemplo, a pelve renal).
27 Tonturas: O indivíduo tem a sensação de desequilíbrio, de instabilidade, de pisar no vazio, de que vai cair.
28 Pele: Camada externa do corpo, que o protege do meio ambiente. Composta por DERME e EPIDERME.
29 Unhas: São anexos cutâneos formados por células corneificadas (queratina) que formam lâminas de consistência endurecida. Esta consistência dura, confere proteção à extremidade dos dedos das mãos e dos pés. As unhas têm também função estética. Apresentam crescimento contínuo e recebem estímulos hormonais e nutricionais diversos.
30 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
31 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
32 Sinal: 1. É uma alteração percebida ou medida por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida. 2. Som ou gesto que indica algo, indício. 3. Dinheiro que se dá para garantir um contrato.
33 Intermitente: Nos quais ou em que ocorrem interrupções; que cessa e recomeça por intervalos; intervalado, descontínuo. Em medicina, diz-se de episódios de febre alta que se alternam com intervalos de temperatura normal ou cujas pulsações têm intervalos desiguais entre si.
34 Pressão arterial: A relação que define a pressão arterial é o produto do fluxo sanguíneo pela resistência. Considerando-se a circulação como um todo, o fluxo total é denominado débito cardíaco, enquanto a resistência é denominada de resistência vascular periférica total.
35 Choque hipovolêmico: Choque é um distúrbio caracterizado pelo insuficiente suprimento de sangue para os tecidos e células do corpo. O choque hipovolêmico tem como causa principal a perda de sangue, plasma ou líquidos extracelulares. É o tipo mais comum de choque e deve-se a uma redução absoluta e geralmente súbita do volume sanguíneo circulante em relação à capacidade do sistema vascular.
36 Sudorese: Suor excessivo
37 Emergência: 1. Ato ou efeito de emergir. 2. Situação grave, perigosa, momento crítico ou fortuito. 3. Setor de uma instituição hospitalar onde são atendidos pacientes que requerem tratamento imediato; pronto-socorro. 4. Eclosão. 5. Qualquer excrescência especializada ou parcial em um ramo ou outro órgão, formada por tecido epidérmico (ou da camada cortical) e um ou mais estratos de tecido subepidérmico, e que pode originar nectários, acúleos, etc. ou não se desenvolver em um órgão definido.
38 Anemia: Condição na qual o número de células vermelhas do sangue está abaixo do considerado normal para a idade, resultando em menor oxigenação para as células do organismo.
39 Fadiga: 1. Sensação de enfraquecimento resultante de esforço físico. 2. Trabalho cansativo. 3. Redução gradual da resistência de um material ou da sensibilidade de um equipamento devido ao uso continuado.
40 Hipóxia: Estado de baixo teor de oxigênio nos tecidos orgânicos que pode ocorrer por diversos fatores, tais como mudança repentina para um ambiente com ar rarefeito (locais de grande altitude) ou por uma alteração em qualquer mecanismo de transporte de oxigênio, desde as vias respiratórias superiores até os tecidos orgânicos.
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