Febres hemorrágicas
O que são febres hemorrágicas1?
As febres hemorrágicas1 fazem parte de diversas síndromes zoonóticas (transmitidas de animais para o ser humano) e apresentam como sintomas2 marcantes o surgimento de febre3 alta e manifestações hemorrágicas1 diversas.
Várias doenças muito conhecidas no Brasil comportam-se como febre3 hemorrágica4, sendo algumas delas: malária, febre amarela5, febre3 hemorrágica4 brasileira e dengue6. Outras, menos conhecidas por aqui, são Ebola, Marburg e Lassa, incidentes7 no continente africano.
Quais são as causas das febres hemorrágicas1?
Os vírus8 são os principais causadores das febres hemorrágicas1, principalmente os das famílias de vírus8 de RNA: Arenaviridae, Filoviridae, Bunyaviridae e Flaviviridae. Mas as febres hemorrágicas1 podem ser causadas também por bactérias e protozoários9.
Os agentes causais se espalham para as pessoas quando uma pessoa encontra um animal infectado ou um inseto hospedeiro. Após a disseminação inicial na população humana, alguns deles podem continuar a se espalhar de pessoa para pessoa.
Leia sobre "Hemorragias10", "Coagulograma", "Coagulação11 sanguínea", "Choque hipovolêmico12".
Qual é o substrato biológico do espalhamento das febres hemorrágicas1?
Em geral, os agentes causadores das febres hemorrágicas1 são vírus8 transmitidos por insetos (geralmente mosquitos), mas que também podem ser transmitidos por outros vetores (carrapatos) e de pessoa para pessoa. Embora várias famílias de vírus8 possam causar a doença, esses vírus8 compartilham algumas características comuns.
São vírus8 de RNA que possuem ácido ribonucleico como material genético. Eles são a causa mais comum de doenças novas porque sofrem mutações com o tempo em uma alta velocidade. Eles são envoltos por uma camada externa de lipoproteína, o que facilita a destruição deles por meios físicos (calor, luz solar, raios gama, etc.) e químicos (lixívia, detergentes, solventes, etc.). Existem naturalmente em hospedeiros animais ou insetos e geralmente são restritos às áreas geográficas onde vivem as espécies hospedeiras.
Surtos desses vírus8 em pessoas podem ser difíceis de prevenir, pois podem ocorrer esporadicamente e não podem ser facilmente previstos. Eventualmente podem se transformar em uma pandemia13.
Os patógenos implicados nas febres hemorrágicas1 virais são capazes de se replicar dentro de macrófagos14 e células dendríticas15, permitindo uma rápida disseminação dentro do hospedeiro. Os macrófagos14 são acionados para liberar citocinas16 e quimocinas (mediadores da inflamação17), que causam aumento da permeabilidade18 vascular19 e um estado pró-coagulante. Assim, podem facilmente desencadear mecanismos que resultam em coagulação11 intravascular20 disseminada. As células dendríticas15 infectadas são prejudicadas e a perda de sua função apropriada pode levá-las à apoptose21 (morte celular).
Quais são as características clínicas das febres hemorrágicas1?
As febres hemorrágicas1 apresentam febre3 alta e manifestações hemorrágicas1 disseminadas que podem apresentar extrema gravidade e alta letalidade. Elas podem afetar muitos órgãos ao mesmo tempo, além dos vasos sanguíneos22, comprometendo a habilidade do corpo para se autorregular.
O defeito primário em pacientes com febre3 hemorrágica4 viral é o aumento da permeabilidade18 vascular19. Os vírus8 da febre3 hemorrágica4 têm afinidade pelo sistema vascular19, levando inicialmente a sinais23 como rubor, hiperemia24 conjuntival e hemorragias10 petequiais, geralmente associadas a febre3 e mialgias25. Mais tarde, pode ocorrer franca hemorragia26 nas membranas mucosas27, acompanhada de hipotensão arterial28, choque29 e colapso30 circulatório. Outros sinais23 e sintomas2 iniciais são dores musculares, dores de cabeça31 e fadiga32 extrema.
Como o médico diagnostica as febres hemorrágicas1?
O diagnóstico33 da febre3 hemorrágica4, especialmente se de etiologia34 viral, pode ser difícil nos primeiros dias porque os sinais23 e sintomas2 iniciais são comuns a muitas outras doenças. Além dos sinais23 e sintomas2, o médico deve colher também a história clínica do paciente, suas possíveis viagens e a data delas, sua exposição a mosquitos e roedores e os eventuais contatos com pessoas infectadas.
Os testes de laboratório geralmente partem de uma amostra de sangue35, mas como a enfermidade é altamente contagiosa36 este exame deve ser feito em laboratórios que mantenham um estrito controle sobre a possibilidade de contaminações.
Diagnósticos rápidos e precisos são vitais durante os surtos, mas laboratórios subdesenvolvidos podem não diagnosticar e confirmar a doença rapidamente, levando a atrasos no isolamento de pessoas infectadas.
Como o médico trata as febres hemorrágicas1?
Não há tratamento específico para as febres hemorrágicas1. As terapias de suporte devem ser a marca dominante dos tratamentos.
Certos antivirais podem tornar mais rápido o curso das infecções37 e prevenir complicações. Enquanto isso, o tratamento de suporte deve visar prevenir a desidratação38 e o desequilíbrio hidroeletrolítico39.
Alguns pacientes podem precisar de diálise peritoneal40 para remover resíduos metabólicos do organismo.
Como evoluem as febres hemorrágicas1?
O número de vírus8 conhecidos por causar doenças em humanos em todo o mundo está aumentando cada vez mais e os já conhecidos estão sofrendo novas mutações. Além disso, a maneira como se espalham vem sendo facilitada devido à globalização, viagens internacionais e mudanças climáticas.
Como prevenir as febres hemorrágicas1?
Os surtos de febres hemorrágicas1 são de difícil prevenção porque eles ocorrem esporádica e irregularmente. A prevenção é mais difícil quando o hospedeiro animal é desconhecido ou difícil de controlar (como roedores ou carrapatos, por exemplo). São necessários focos na evitação dos transmissores e dos agentes causais da transmissão e nas medidas de prevenção da contaminação.
O risco para viajantes é baixo, mas a pessoa deve evitar visitar áreas em que estejam ocorrendo surtos porque não há tratamentos efetivos para certas infecções37 virais.
Veja também: "Por que temos febre3", "Diátese hemorrágica4" e "Desidratação38".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Mayo Clinic e do CDC - Centers for Disease Control and Prevention.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.