Seis doenças típicas do verão
O que são doenças típicas do verão?
As doenças ditas típicas do verão são aquelas causadas ou agravadas pelas altas temperaturas ambientais do verão e, além delas, aquelas cuja incidência1 aumenta muito no verão em razão da ativação pelo calor dos agentes patógenos ou dos vetores transmissores.
Algumas ocorrências mórbidas podem ainda surgir em razão das mudanças de comportamento das pessoas nessa estação do ano: as pessoas se expõem mais ao sol, suam em maior quantidade, mudam hábitos alimentares, saem mais de casa, viajam mais, etc.
Quais são as seis doenças típicas mais comuns do verão?
As doenças típicas mais comuns que surgem ou se agravam no verão são, de modo geral:
- A desidratação2;
- A dengue3;
- A intoxicação alimentar;
- A insolação;
- A conjuntivite4;
- As micoses de pele5.
Além disso, muitas especialidades médicas contam com enfermidades mais próprias à época do ano. Por exemplo: na dermatologia se tornam mais frequentes as fitofotodermatites, as queimaduras do sol, as micoses e as larva migrans, dentre outras; já na gastroenterologia há mais infecções6 intestinais por vírus7 e bactérias, devido à alta temperatura facilitar a proliferação de certos agentes infecciosos.
Quais são as causas das doenças típicas mais comuns do verão?
A maioria das doenças típicas do verão são devidas ao excesso de exposição ao sol, ao deficiente aporte de água ao organismo (as pessoas bebem menos água do que deviam), à ativação de agentes patógenos pelo calor e às mudanças de hábitos e comportamentos características dessa época do ano.
Também as pessoas viajam mais e experimentam mudanças nos hábitos de alimentação, sono e outros, com as respectivas repercussões sobre a saúde8.
Veja também: "Curiosidades sobre a temperatura do nosso corpo", "Cuidados úteis em casos de diarreia9" e "Soro10 caseiro".
Quais são as características clínicas das doenças típicas mais comuns do verão?
1. Desidratação2
A desidratação2 é a deficiência de água no organismo. Tal como uma planta desidratada murcha, perde sua vitalidade e acaba por morrer, algo assemelhado ocorre com o organismo humano. A água é introduzida no organismo pela ingestão do próprio líquido ou de bebidas como chás, sucos, refrigerantes, soluções salinas, etc., e até mesmo pelos alimentos sólidos que contêm elevada percentagem de água. E ela é eliminada por meio da transpiração11, da respiração, da urina12 e das fezes.
Em geral, o corpo repõe água perdida pela ingestão de dois a três litros do líquido por dia. A desidratação2 ocorre quando a perda de água é maior que a sua reposição. Geralmente, a depleção13 de água se faz acompanhar pela perda de sais minerais nela diluídos, sobretudo sódio e potássio, gerando um desequilíbrio eletrolítico.
Em casos mais extremos, pode-se desenvolver distúrbios celulares, insuficiência14 muscular, perda de apetite, entre outros problemas. A perda de água e minerais no organismo pode iniciar câimbras15, que causam dores agudas nas extremidades do corpo e fadiga16 muscular severa. Pessoas mais sensíveis, quando expostas muito tempo ao calor, podem ficar com edemas17 (inchaço18) de membros, como mãos19 e pés.
2. Dengue3
A dengue3 é uma enfermidade causada por um arbovírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. O verão é o período mais propício à proliferação desse mosquito, por causa das chuvas e do acúmulo de águas paradas, nas quais ele se reproduz. A dengue3 é a arbovirose mais comum entre os humanos, atingindo cerca de 100 milhões de pessoas/ano no mundo.
A doença produz uma viremia (derramamento de vírus7 no sangue20) que dura cerca de 7 dias. Pode ter um curso benigno, embora com sintomatologia muito incômoda, mas há também uma forma grave da doença que produz hemorragias21 generalizadas pelo corpo e pode, em 10% dos casos, levar à morte.
O período de incubação22 da dengue3 dura de três a quinze dias e durante ele a pessoa é assintomática. Os sintomas23 a seguir são febre24 alta, mal-estar, falta de apetite, dores de cabeça25, dores musculares e dores nos olhos26.
No caso da dengue3 hemorrágica27, pode haver sangramentos das gengivas e do nariz28, hemorragias21 internas e coagulação29 do sangue20 no interior dos vasos. Pode ocorrer ainda hepatite30, choque31, petéquias32 (manchas vermelhas na pele5) e dores agudas nas costas33.
A infecção34 por esse vírus7 confere imunidade35 total e permanente.
3. Intoxicação alimentar
A intoxicação alimentar se dá por meio da ingestão de alimentos ou água contaminados, o que ocorre com mais frequência no verão. A intoxicação alimentar quase sempre ocasiona uma gastroenterite36 aguda e sintomas23 na área digestiva.
A intoxicação alimentar é a ingestão de alimentos ou água contaminados com certos tipos de bactérias, parasitas, vírus7 ou fungos. Os sinais37 e sintomas23 da intoxicação alimentar, independentemente do agente causal, são basicamente os mesmos: dores no estômago38, cólicas39 abdominais, dores de cabeça25, febre24, calafrios40, diarreia9, vômitos41 e fraqueza.
4. Insolação
A insolação é o acidente mais frequentemente provocado pela exposição direta e prolongada ao sol, mas pode ocorrer também pela permanência em um ambiente excessivamente quente e seco.
Ela causa um distúrbio no mecanismo de controle da temperatura do corpo e pode provocar febre24 alta, pele5 seca e avermelhada, pulsação acelerada, dor de cabeça25, falta de ar, enjoos, vômitos41, tontura42, mal-estar e desmaios. Além disso, ocorre desidratação2 severa e queimaduras graves da pele5, com formação de bolhas.
5. Conjuntivite4
A conjuntivite4 é uma inflamação43 da conjuntiva44, a membrana transparente e fina que reveste o branco dos olhos26 e o interior das pálpebras45. Pode atacar um só ou ambos os olhos26 ao mesmo tempo, dura de três a quinze dias e, normalmente, cura sem deixar sequelas46. Pode ser causada por fatores alérgicos, irritativos ou infecciosos.
Quando infecciosa, a conjuntivite4 é altamente contagiante. Durante um episódio de conjuntivite4, o olho47 torna-se avermelhado, edematoso, lacrimejante, pruriginoso e às vezes com secreção. A pessoa tem a sensação de que há um corpo estranho no olho47. A conjuntivite4 por infecção34 começa por um dos olhos26, podendo, em seguida, afetar também o outro.
6. Micoses de pele5
As micoses superficiais da pele5 e de seus anexos48 são infecções6 que podem atingir a pele5, as unhas49 e os cabelos. São particularmente frequentes nos trópicos e se exacerbam no verão, onde existem condições ideais de calor e umidade necessárias para o desenvolvimento dos fungos causadores.
Os tipos principais de micoses superficiais da pele5 e seus anexos48 são a pitiríase versicolor; as tineas ou impingem; a candidíase50, que pode afetar mucosas51 internas como vagina52, boca53, esôfago54, etc.; e as onicomicoses, micoses que afetam as unhas49.
Como se proteger das doenças típicas mais comuns do verão?
Cada uma das doenças típicas do verão exige medidas próprias de proteção, mas há algumas normas de ordem geral:
- usar protetor solar;
- usar chapéus e outros meios de evitar a exposição direta ao sol;
- aplicar repelente de insetos na pele5;
- beber bastante água;
- evitar deixar alimentos fora da geladeira;
- consumir alimentos frescos e de boa procedência, sempre bem lavados;
- manter a pele5 seca e limpa.
Leia sobre "Como evitar os vermes", "Tomar água em jejum - é mesmo benéfico?" e "Os perigos das enchentes para a saúde8".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Mayo Clinic e da BRK Ambiental.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.