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Larva migrans: conceito, causas, fisiopatologia, sinais e sintomas, diagnóstico, tratamento, prevenção e complicações

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O que é larva migrans?

A larva migrans é uma infestação1 predominantemente cutânea2, mas que pode também ser visceral. A larva migrans cutânea2, dermatite3 serpiginosa, dermatite3 pruriginosa ou, popularmente, bicho geográfico, apresenta uma série de manifestações patológicas causadas por parasita4 específico, a mais característica das quais deixa na pele5 marcas parecidas com um mapa, donde seu nome popular. A larva migrans visceral, bem mais rara, corresponde à infecção6 de vísceras pelo mesmo tipo de germe7.

Quais são as causas da larva migrans?

A maioria das larvas migrans cutânea2 é causada pelo Ancylostoma braziliense e Ancylostoma caninum e da larva migrans visceral pelos Toxocara canis, Toxocara leonina e Toxocara cati, cujos vermes adultos vivem nos tratos intestinais de seus hospedeiros, cães e gatos, que liberam grande número de ovos nas fezes. As infecções8 cutâneas9 atingem principalmente crianças abaixo de 10 anos de idade, que têm a pele5 fina e que frequentemente entram em contato com a sujeira do solo contaminado ou ingerem ovos desses parasitas. Mais raramente, larvas de certas moscas e formigas também podem provocar manifestações patológicas semelhantes. A larva migrans visceral é contraída a partir da ingestão de larvas presentes em carnes e vísceras cruas ou mal passadas, ou pela ingestão de ovos dos helmintos10. Esses ovos, se ingeridos junto com alimentos ou água, eclodem no trato gastrointestinal humano e as larvas migram para os tecidos e órgãos, provocando a doença.

Qual é a fisiopatologia11 da larva migrans?

As fêmeas da larva migrans cutânea2 põem seus ovos no intestino de cães e gatos, que os elimina juntamente com as fezes. As larvas formam-se ainda no interior do ovo12, mas depois que esses ovos eclodem, alimentam-se no ambiente de microrganismos e matéria orgânica e após uma semana, mais ou menos, tornam-se infectantes. A infecção6 de novos cães e gatos pode ocorrer pela via oral, transplacentária13 ou cutânea2. No ser humano a infecção6 é feita pelo contato da pele5 com as larvas maduras. Elas são mais comuns nas areias das praias, mas podem sobreviver em qualquer terreno que lhes garanta calor e umidade. Quando as pessoas pisam ou sentam em locais infestados, as larvas perfuram a pele5 superficial e começam a sua caminhada, abrindo verdadeiros túneis salientes na pele5 da vítima.

Quais são os principais sinais14 e sintomas15 da larva migrans?

Muitas vezes, no momento em que penetram na pele5 as larvas não causam nenhuma alteração perceptível; outras vezes, causam apenas eritema16 e prurido17 ligeiros. No local em que penetram, surge uma lesão18 eritematopapulosa, que se transforma em vesicular. A larva então caminha sob a pele5 formando um túnel linear ou tortuoso e avermelhado, acompanhado de muita coceira. As localizações mais comumente afetadas são os pés e pernas, mãos19, braços e nádegas20, regiões que mais frequentemente entram em contato com o solo. As lesões21 podem ser únicas ou múltiplas. O ato de coçar as lesões21 leva infecções8 a elas, o que dificulta o seu reconhecimento. A larva migrans visceral migra por vários tecidos do corpo, como coração22, músculos23, pulmões24, sistema nervoso25 e globo ocular26, a cada vez causando sintomas15 diferentes.

Como o médico diagnostica a larva migrans?

O diagnóstico27 da larva migrans cutânea2 é clínico, baseado na observação das lesões21 características na pele5, com coceira insistente. O diagnóstico27 da larva migrans visceral pode ser muito difícil e para confirmação dele é necessária uma biópsia28 do órgão para se visualizar as larvas. Testes sorológicos como o ELISA também são confirmatórios.

Como o médico trata a larva migrans?

Em alguns casos não é necessário utilizar qualquer medicamento para tratar a larva migrans cutânea2 e as lesões21 se curam por si mesmas. Nos casos mais brandos, o tratamento é feito com pomadas locais de tiabendazol por 10 a 15 dias. As lesões21 mais extensas podem requerer a administração oral de tiabendazol. O prurido17 pode ser aliviado pela realização de compressas de gelo no local. Se o paciente tiver alergia29 às medicações, pode-se utilizar alternativamente a neve carbônica ou cloretila, que mata a larva pela baixa temperatura. A larva migrans visceral pode ser tratada com o albendazol ou o mebendazol oral ou outros vermífugos de uso humano. As lesões21 provocadas pela migração das larvas muitas vezes requerem o uso de anti-inflamatórios e antibióticos.

Como prevenir a larva migrans?

A profilaxia da larva migrans cutânea2 consiste em evitar o contato direto com areia ou terra, utilizando-se proteções como chinelos, sapatos, toalhas, etc. Os tanques de areia de parques ou escolas devem ser protegidos contra dejetos de cães e gatos. Para evitar a larva migrans visceral deve-se dar vermífugo aos animais domésticos regularmente e não consumir carnes cruas ou mal passadas.

Quais são as complicações possíveis da larva migrans?

Como complicação da larva migrans cutânea2 pode ocorrer infecção6 e formação de eczemas30. As substâncias tóxicas que as larvas eliminam podem causar alergia29, tosse e falta de ar, parecendo um quadro de asma31.

ABCMED, 2015. Larva migrans: conceito, causas, fisiopatologia, sinais e sintomas, diagnóstico, tratamento, prevenção e complicações. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/pele-saudavel/748477/larva-migrans-conceito-causas-fisiopatologia-sinais-e-sintomas-diagnostico-tratamento-prevencao-e-complicacoes.htm>. Acesso em: 23 nov. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Infestação: Infecção produzida por parasitas. Exemplos de infestações são sarna (escabiose), pediculose (piolhos), infecção por parasitas intestinais, etc.
2 Cutânea: Que diz respeito à pele, à cútis.
3 Dermatite: Inflamação das camadas superficiais da pele, que pode apresentar-se de formas variadas (dermatite seborreica, dermatite de contato...) e é produzida pela agressão direta de microorganismos, substância tóxica ou por uma resposta imunológica inadequada (alergias, doenças auto-imunes).
4 Parasita: Organismo uni ou multicelular que vive às custas de outro, denominado hospedeiro. A presença de parasitos em um hospedeiro pode produzir diferentes doenças dependendo do tipo de afecção produzida, do estado geral de saúde do hospedeiro, de mecanismos imunológicos envolvidos, etc. São exemplos de parasitas: a sarna, os piolhos, os áscaris (lombrigas), as tênias (solitárias), etc.
5 Pele: Camada externa do corpo, que o protege do meio ambiente. Composta por DERME e EPIDERME.
6 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
7 Germe: Organismo microscópico (vírus, bactérias, parasitas unicelulares, fungos) capaz de produzir doenças no homem e outros animais.
8 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
9 Cutâneas: Que dizem respeito à pele, à cútis.
10 Helmintos: Designação comum a diversas espécies de vermes endoparasitas, pertencentes aos filos dos platelmintos, asquelmintos e outros de afinidade taxonômica incerta; verme.
11 Fisiopatologia: Estudo do conjunto de alterações fisiológicas que acontecem no organismo e estão associadas a uma doença.
12 Ovo: 1. Célula germinativa feminina (haploide e madura) expelida pelo OVÁRIO durante a OVULAÇÃO. 2. Em alguns animais, como aves, répteis e peixes, é a estrutura expelida do corpo da mãe, que consiste no óvulo fecundado, com as reservas alimentares e os envoltórios protetores.
13 Transplacentária: Que atravessa a placenta ou que se processa através dela, por exemplo, as infecções transplacentárias.
14 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
15 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
16 Eritema: Vermelhidão da pele, difusa ou salpicada, que desaparece à pressão.
17 Prurido: 1.    Na dermatologia, o prurido significa uma sensação incômoda na pele ou nas mucosas que leva a coçar, devido à liberação pelo organismo de substâncias químicas, como a histamina, que irritam algum nervo periférico. 2.    Comichão, coceira. 3.    No sentido figurado, prurido é um estado de hesitação ou dor na consciência; escrúpulo, preocupação, pudor. Também pode significar um forte desejo, impaciência, inquietação.
18 Lesão: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
19 Mãos: Articulação entre os ossos do metacarpo e as falanges.
20 Nádegas:
21 Lesões: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
22 Coração: Órgão muscular, oco, que mantém a circulação sangüínea.
23 Músculos: Tecidos contráteis que produzem movimentos nos animais.
24 Pulmões: Órgãos do sistema respiratório situados na cavidade torácica e responsáveis pelas trocas gasosas entre o ambiente e o sangue. São em número de dois, possuem forma piramidal, têm consistência esponjosa e medem cerca de 25 cm de comprimento. Os pulmões humanos são divididos em segmentos denominados lobos. O pulmão esquerdo possui dois lobos e o direito possui três. Os pulmões são compostos de brônquios que se dividem em bronquíolos e alvéolos pulmonares. Nos alvéolos se dão as trocas gasosas ou hematose pulmonar entre o meio ambiente e o corpo, com a entrada de oxigênio na hemoglobina do sangue (formando a oxiemoglobina) e saída do gás carbônico ou dióxido de carbono (que vem da célula como carboemoglobina) dos capilares para o alvéolo.
25 Sistema nervoso: O sistema nervoso é dividido em sistema nervoso central (SNC) e o sistema nervoso periférico (SNP). O SNC é formado pelo encéfalo e pela medula espinhal e a porção periférica está constituída pelos nervos cranianos e espinhais, pelos gânglios e pelas terminações nervosas.
26 Globo ocular: O globo ocular recebe este nome por ter a forma de um globo, que por sua vez fica acondicionado dentro de uma cavidade óssea e protegido pelas pálpebras. Ele possui em seu exterior seis músculos, que são responsáveis pelos movimentos oculares, e por três camadas concêntricas aderidas entre si com a função de visão, nutrição e proteção. A camada externa (protetora) é constituída pela córnea e a esclera. A camada média (vascular) é formada pela íris, a coroide e o corpo ciliar. A camada interna (nervosa) é constituída pela retina.
27 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
28 Biópsia: 1. Retirada de material celular ou de um fragmento de tecido de um ser vivo para determinação de um diagnóstico. 2. Exame histológico e histoquímico. 3. Por metonímia, é o próprio material retirado para exame.
29 Alergia: Reação inflamatória anormal, perante substâncias (alérgenos) que habitualmente não deveriam produzi-la. Entre estas substâncias encontram-se poeiras ambientais, medicamentos, alimentos etc.
30 Eczemas: Afecções alérgicas da pele, elas podem ser agudas ou crônicas, caracterizadas por uma reação inflamatória com formação de vesículas, desenvolvimento de escamas e prurido.
31 Asma: Doença das vias aéreas inferiores (brônquios), caracterizada por uma diminuição aguda do calibre bronquial em resposta a um estímulo ambiental. Isto produz obstrução e dificuldade respiratória que pode ser revertida de forma espontânea ou com tratamento médico.
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Comentários

11/04/2016 - Comentário feito por Silva
Obrigada. Me ajudou.
Obrigada. Me ajudou.

16/02/2016 - Comentário feito por Rociclé
gostei muito e me ajudou bastante.
obigada
gostei muito e me ajudou bastante.
obigada

02/02/2016 - Comentário feito por ana
eu gostei me ajudou a medica ja tinha passado ...
eu gostei me ajudou a medica ja tinha passado um dos medicamentos citados obrigada.

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