Olhos coçando? Pode ser alergia ocular!
O que são alergias oculares?
Alergias oculares são respostas exageradas do sistema de defesa do corpo (sistema imunológico) a uma determinada substância, que é chamada de alérgeno1. Elas acometem os olhos2 ou as estruturas próximas a eles, como as pálpebras.
Quais são as causas das alergias oculares?
Um grande número de substâncias é capaz de produzir reações alérgicas, as quais são chamadas de alergenos3. Quase sempre as alergias são desencadeadas por poeira, fumaça, pólen, ácaros, alimentos (camarão, lagosta e outros frutos do mar), medicamentos, produtos de beleza, tintas, solventes, agrotóxicos e inseticidas, por exemplo.
Quando essas reações afetam exclusiva ou predominantemente os olhos2, são ditas alergias oculares. As alergias oculares podem afetar qualquer pessoa, mas os portadores de rinite4 alérgica, asma5 ou alergias de pele6 apresentam mais chances de ter o problema.
Saiba mais sobre "Rinite4", "Asma5" e "Dermatite7 Atópica".
Quais são as principais características clínicas das alergias oculares?
A Alergia8 ocular é a principal causa de coceira nos olhos2. Embora na maioria das vezes a coceira nos olhos2 seja leve, em outras vezes ela pode ser muito intensa e incomodativa e até causar lesões9 na córnea10 que atrapalham a visão11. As alergias oculares mais frequentes são as conjuntivites12 alérgicas, devidas à exposição a um alergeno1.
Os sintomas13 mais comuns das alergias oculares são olhos2 vermelhos, coceira, lacrimejamento, ardência, fotofobia14 (sensibilidade exagerada à luz) e edema15 das pálpebras. A conjuntivite16 alérgica difere da conjuntivite16 infecciosa, apresenta coceira mais intensa, menos secreção, não é contagiosa17 e tem uma duração maior que a forma infecciosa. Além disso, a conjuntivite16 alérgica causa uma reação inflamatória no olho18 diferente da conjuntivite16 infecciosa em que há formação de folículos, só visualizados pelo oftalmologista19 através do microscópio.
As conjuntivites12 alérgicas são de quatro tipos:
- Conjuntivite16 sazonal: é o tipo mais frequente, associada a fatores como poeira e pólen e à rinite4 ou asma5. Costuma ter uma intensidade de leve a moderada e ao exame clínico pode-se encontrar edema15 da conjuntiva20, hiperemia21 e reação papilar, sem envolvimento da córnea10.
- Ceratoconjuntivite atópica: associada à dermatite7 atópica.
- Conjuntivite16 primaveril (ou vernal): é um quadro mais grave de alergia8 ocular, sendo mais acentuada nos meses da primavera e do verão. Além de afetar a conjuntiva20, acomete também a córnea. Geralmente ocorre em meninos dos 5 aos 15 anos.
- Conjuntivite16 papilar gigante: caracterizada pela presença de papilas gigantes na conjuntiva20. Ela pode estar associada ao uso crônico22 de lentes de contato, principalmente as gelatinosas, ou a traumas mecânicos na superfície ocular. A presença de suturas23 também pode desencadear esta forma de conjuntivite16.
Leia sobre "Olhos2 vermelhos", "Conjuntivite16" e "Dermatite7 atópica".
Como o médico diagnostica as alergias oculares?
As alergias oculares são diagnosticadas a partir dos sintomas13, da história médica do paciente e do exame clínico. Às vezes, é necessário o uso do microscópio oftalmológico para determinar o tipo de alergia8.
Como o médico trata as alergias oculares?
Todos os tipos de conjuntivite16 alérgica obedecem a um mesmo tratamento básico, com colírios e medicações sistêmicas, embora possa haver especificidades para cada tipo e para cada configuração clínica. O mais importante é evitar o contato com o alergeno1, se ele for conhecido.
O tratamento da conjuntivite16 sazonal é realizado com colírios antialérgicos, associados a lágrimas artificiais. A conjuntivite16 primaveril ou vernal pode ser tratada de modo semelhante ao empregado nas conjuntivites12 sazonais. Já nos casos moderados a severos, especialmente nos períodos de crises, o tratamento dessa forma de conjuntivite16 requer o uso de corticoides tópicos, além das demais medicações.
O tratamento da conjuntivite16 atópica é realizado com anti-histamínicos tópicos, sendo frequente também a necessidade de usar corticoides. Algumas vezes, além das medicações tópicas, é necessário associar anti-histamínicos ou imunomoduladores sistêmicos24. O tratamento da conjuntivite16 papilar gigante é feito com anti-histamínicos e corticoides tópicos e com a suspensão temporária das lentes de contato por alguns dias ou semanas. Em alguns casos, além do tratamento clínico pode ser necessário remover cirurgicamente as papilas.
Quais são as complicações possíveis das alergias oculares?
Os portadores de conjuntivite16 atópica apresentam maior risco para o desenvolvimento de ceratocone e catarata25. A cerato-conjuntivite16 vernal, se não tratada adequadamente, pode prejudicar muito a visão do paciente. Casos mais graves, persistentes por longo tempo, podem gerar lesões9 na córnea10, as quais podem comprometer de forma irreversível a visão11 da pessoa.
Veja também sobre "Ceratocone", "Catarata25", "Lentes de contato" e "Testes alérgicos".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.