Como é a síndrome antifosfolipídica?
O que é a síndrome1 antifosfolipídica?
A síndrome1 antifosfolipídica, também conhecida como síndrome1 de Hughes, é um distúrbio do sistema imunológico2 que afeta a coagulabilidade do sangue3, aumentando o potencial de coagulação4. Ela ocorre quando o sistema cria, por engano, anticorpos5 antifosfolipídeos que atacam erroneamente certas proteínas6 que se ligam aos fosfolipídios e que aumentam o risco de coágulos sanguíneos.
Isso significa que as pessoas com essa síndrome1 têm maior risco de desenvolver coágulos sanguíneos intravasculares7, geralmente nas pernas, e sofrer uma trombose venosa profunda8, bem como complicações relacionadas à gravidez9.
Quais são as causas da síndrome1 antifosfolipídica?
A razão pela qual os anticorpos5 atacam as proteínas6 e o processo pelo qual eles causam a formação de coágulos sanguíneos não é conhecida até o momento. Acredita-se, contudo, que a genética desempenhe um papel fundamental no desenvolvimento dessa síndrome1.
Veja também sobre "Isquemia10 cerebral transitória", "Acidente vascular cerebral11" e "Demência12 vascular13". "
Qual é o substrato fisiológico14 da síndrome1 antifosfolipídica?
Os fosfolipídios são um componente importante das membranas celulares. A síndrome1 antifosfolipídica é uma doença autoimune15 na qual anticorpos5 antifosfolipídicos, como a anticardiolipina e o anticoagulante16 lúpico, reagem contra proteínas6 que se ligam a fosfolipídios. Isso está associados à trombose17 e à doença vascular13.
A síndrome1 pode ser dividida em forma primária, sem uma doença subjacente, e forma secundária, quando há a presença de uma doença subjacente. Como muitas outras doenças autoimunes18, é mais comum em mulheres do que em homens.
Quais são as características clínicas da síndrome1 antifosfolipídica?
A síndrome1 antifosfolipídica primária ocorre na ausência de qualquer outra doença acompanhante. A síndrome1 secundária ocorre em conjunção com outras doenças autoimunes18, como o lúpus19 eritematoso20 sistêmico21, por exemplo. Em casos raros, a síndrome1 antifosfolipídica leva à falência rápida de vários órgãos devido à trombose17 generalizada e é então denominada “síndrome antifosfolipídica catastrófica", associada a um alto risco de morte.
No geral, a síndrome1 antifosfolipídica causa coágulos sanguíneos perigosos nas pernas, rins22, pulmões23 e cérebro24. Em grávidas, a síndrome1 antifosfolipídica também pode resultar em aborto espontâneo e feto25 natimorto.
Os sinais26 e sintomas27 mais chamativos da síndrome1 antifosfolipídica incluem:
- coágulos sanguíneos nas pernas, gerando uma trombose venosa profunda8 com dor, inchaço28 e vermelhidão e que podem migrar até os pulmões23, resultando numa embolia29 pulmonar;
- abortos espontâneos ou fetos natimortos de forma repetida;
- complicações da gravidez9, incluindo pressão arterial30 perigosamente alta (pré-eclâmpsia31) e parto prematuro;
- acidente vascular cerebral11 sem outros fatores de risco conhecidos;
- ataque isquêmico32 transitório que dura apenas alguns minutos e não causa danos permanentes;
- irritação na pele33, com algumas pessoas desenvolvendo uma erupção34 vermelha na pele33 com um padrão rendado em forma de rede.
Além desses, há sinais26 e sintomas27 menos comuns:
- sintomas27 neurológicos, como dores de cabeça35 crônicas, demência12 e convulsões;
- doença cardiovascular e/ou danos às válvulas cardíacas;
- sangramento, principalmente do nariz36 e das gengivas, pois algumas pessoas apresentam diminuição das células sanguíneas37 necessárias para a coagulação4.
A pessoa pode ter anticorpos5 antifosfolipídeos e não ter os sinais26 ou sintomas27 da síndrome1 antifosfolipídica. Mesmo assim, eles aumentam o risco de desenvolver coágulos sanguíneos, especialmente se a pessoa engravidar, ficar imóvel por muito tempo (como, por exemplo, ficar acamado ou sentado durante um voo longo), fumar cigarros, tomar anticoncepcionais orais, fizer terapia de reposição hormonal para a menopausa38 ou tiver níveis elevados de colesterol39 e triglicerídeos.
Como o médico diagnostica a síndrome1 antifosfolipídica?
O diagnóstico40 pode ser suspeitado em casos de coagulabilidade alterada ou alterações ou interrupção da gravidez9 que não sejam explicáveis por problemas de saúde41 conhecidos. Os critérios de diagnóstico40 requerem que haja um evento clínico (trombose17 ou complicação na gravidez9) e dois resultados de teste de sangue3 positivos, com intervalo de pelo menos três meses, que detectam anticoagulante16 lúpico, anticorpos5 anticardiolipina ou antiapolipoproteína. O diagnóstico40 da síndrome1 antifosfolipídica é feito apenas quando esses anticorpos5 causam problemas de saúde41 e não quando simplesmente estão presentes, mas não causam sintomas27.
Como o médico trata a síndrome1 antifosfolipídica?
O tratamento inicial padrão envolve uma combinação de medicamentos para “afinar” o sangue3 (anticoagulantes42). No entanto, os anticoagulantes42 aumentam o risco de episódios hemorrágicos43, o que requer uma vigilância sistemática. O médico deve, então, monitorar a sua dosagem com análises do sangue3 para se certificar de que o sangue3 é capaz de coagular44 o suficiente para parar o sangramento de um corte ou o sangramento sob a pele33 de uma contusão45. Em seguida, devem ser tratadas as complicações, se houver.
Quais são as complicações com a síndrome1 antifosfolipídica?
As complicações da síndrome1 antifosfolipídica não tratada dependerão do órgão afetado e da gravidade da obstrução ao fluxo sanguíneo, e podem causar danos permanentes ao órgão ou mesmo morte. Embora seja raro, uma pessoa pode ter eventos de hipercoagulação repetidos em um curto espaço de tempo e em diferentes órgãos, levando a danos concomitantes em vários deles.
Leia sobre "Pílulas anticoncepcionais", "Terapia de Reposição Hormonal" e "Menopausa38".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Sociedade Brasileira de Reumatologia, da Mayo Clinic e da NORD – National Organization for Rare Disorders.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.