Pílulas anticoncepcionais - como agem? Quais os tipos disponíveis?
O que são pílulas anticoncepcionais?
Pílulas anticoncepcionais são comprimidos que geralmente combinam os hormônios estrogênio e progesterona sintéticos, os quais inibem a ovulação1 e modificam o muco cervical, tornando-o hostil ao espermatozoide2. O uso dessas pílulas deve ser prescrito pelo médico, pois como existem vários tipos de pílulas, somente ele é capaz de indicar qual pílula é mais adequada para cada paciente. Esses hormônios, sintetizados a partir de várias matérias primas, têm estrutura química idêntica aos produzidos naturalmente pelo organismo, podendo, pois, substituí-los no controle do ciclo menstrual e do metabolismo3, no tratamento da menopausa4 e como um método contraceptivo.
Qual é o mecanismo de atuação das pílulas anticoncepcionais?
Os anticoncepcionais orais presentes têm quatro mecanismos de ação que atuam simultaneamente: (1) produzem a suspensão da ovulação1 e, consequentemente, a fecundação5; (2) alteram o estado do muco cervical dificultando a passagem dos espermatozoides6; (3) determinam mudanças no endométrio7 (parede interna do útero8) impedindo a nidação9 do embrião e (4) alteram a movimentação do óvulo10 nas trompas.
Tipos de pílulas anticoncepcionais
Pílula monofásica:
A pílula monofásica possui em sua fórmula estrogênio e progesterona com a mesma dosagem. É o comprimido anticoncepcional mais conhecido e utilizado pelas mulheres.
Pílula multifásica:
A pílula multifásica contém uma combinação de hormônios com diferentes dosagens, para ser tomada conforme a fase do ciclo reprodutivo em que a mulher esteja no momento.
Minipílula:
A minipílula é uma pílula sem estrogênio, que possui em sua base somente progesterona.
Mais recentemente foi lançada no Brasil a pílula anticoncepcional que contém em sua fórmula drospirenona e etinilestradiol, que causa menores sintomas11 físicos e emocionais que os causados pelos hormônios femininos.
Há, ainda, a “pílula do dia seguinte”, que deve ser usada somente em situação de emergência12, quando a mulher manteve uma relação sexual desprotegida em seu período fértil, se ela não deseja engravidar. Este tipo de contracepção13 não deve ser usado de rotina.
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Quem deve usar pílulas anticoncepcionais?
Classicamente, as pílulas anticoncepcionais são usadas durante o período fértil das mulheres que mantêm uma vida sexual ativa, mas não desejam engravidar naquele momento. Na prevenção da gravidez14 o índice de falha das pílulas anticoncepcionais é de 0,1%. A minipílula é indicada para mulheres que estão amamentando e querem evitar uma nova gravidez14. Para essas mulheres, a pílula deve ser tomada todos os dias, sem interrupção. Os contraceptivos são usados também para o tratamento de sangramentos irregulares, cólicas15 menstruais, tensão pré-menstrual, diminuição do fluxo menstrual, síndrome16 dos ovários17 policísticos, acne18, hirsutismo19 (aumento de pelos nas mulheres) e endometriose20.
Como usar pílulas anticoncepcionais?
A pílula monofásica (a mais comum) deve ser iniciada entre o primeiro e o quinto dia da menstruação21 e interrompida 21 dias depois, quando a cartela acabar. É necessário fazer um intervalo de sete dias antes de iniciar nova série. As pílulas multifásicas possuem cores diferentes, para diferenciar a dosagem e o ciclo. A ordem da cartela deve ser rigorosamente respeitada. A minipílula deve ser tomada todos os dias, sem interrupção. A pílula contendo drospirenona e etinilestradiol deve ser tomada durante 24 dias e interrompida por 4 dias de intervalo.
Em alguns casos, têm-se adotado um regime contínuo, quando a mulher não para de usar o anticoncepcional, ou um regime estendido, quando ela o usa por períodos prolongados, geralmente por 84 dias seguidos de 7 dias de pausa. O primeiro comprimido da “pílula do dia seguinte” deve ser tomado até 72 horas depois da relação sexual desprotegida. O segundo, 12 horas após o primeiro. Também existem versões em dose única.
Quais são as complicações possíveis das pílulas anticoncepcionais?
Os hormônios sintéticos podem gerar mais efeitos colaterais22 que os hormônios naturais bioidênticos. Um dos efeitos colaterais22 do uso do anticoncepcional é a perda de sangue23 em pequena quantidade durante todo o mês, conhecida como “escape” ou “sangramento em borra de café”; mas também existem outros efeitos indesejáveis, tais como, distúrbios circulatórios, câncer24 de mama25, câncer24 cervical, tumores hepáticos, malformação26 fetal, etc.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.