Demência vascular
O que é demência1 vascular2?
Demência1 vascular2 é um termo geral que descreve qualquer demência1 na qual a principal causa tenha sido uma doença vascular2 encefálica3 que diminuiu o aporte de oxigênio para o cérebro4. Depois da demência1 de Alzheimer5, a demência1 vascular2 é a segunda em frequência entre as demências. Mais comumente, ela é o resultado de pequenos infartos cerebrais repetitivos devidos à doença hipertensiva. Afeta cerca de 30% dos idosos com mais de 85 anos, sendo mais comum em homens que em mulheres.
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Quais são as causas da demência1 vascular2?
A demência1 vascular2 é o resultado de obstruções parciais ou totais de vasos sanguíneos8 que bloqueiam a passagem de sangue9 no cérebro4. Condições comuns que podem levar à demência1 vascular2 incluem o acidente vascular cerebral10 (AVC). Alguns mini derrames não causam sintomas11 neurológicos perceptíveis, mas aumentam o risco de demência1.
Fatores como doença cardíaca, idade avançada, arterioesclerose12, colesterol13 alto, diabetes mellitus14, tabagismo, obesidade15, fibrilação atrial e vasos sanguíneos8 cerebrais estreitados ou cronicamente danificados também aumentam o risco de demência1 vascular2.
Qual é o mecanismo fisiológico16 da demência1 vascular2?
O exame macroscópico do cérebro4 revela lesões17 e danos visíveis nos vasos sanguíneos8. Microscopicamente, aparecem o acúmulo de várias substâncias, como lipídios e sangue9 coagulado. A substância branca é mais afetada, com atrofia18 perceptível, além de calcificação19 das artérias20. Microinfartos, em grande número, às vezes podem estar presentes na substância cinzenta. Além de ateroma nas principais artérias20 cerebrais, vasos menores e arteríolas21 são principalmente afetados.
Quais são as principais características clínicas da demência1 vascular2?
A demência1 vascular2 pode ter início agudo22, seguida por uma sucessão de acidentes vasculares23 cerebrais por trombose24, embolia25 ou hemorragia26. A demência1 vascular2 também pode ter início gradual, seguindo-se a numerosos episódios isquêmicos que produzem um acúmulo de infartos no parênquima27 cerebral, caracterizando a demência1 por infartos múltiplos.
Os sintomas11 da demência1 vascular2 variam muito, dependendo do local comprometido do cérebro4. Eles podem ser mais evidentes quando ocorrem subitamente após um derrame28. Por vezes, os sintomas11 de demência1 vascular2 seguem-se a uma série de mini derrames cerebrais que podem passar desapercebidos. Nesse padrão, as mudanças deficitárias nos processos de pensamento ocorrem em pequenos episódios agudos. Mas, a demência1 vascular2 também pode se desenvolver muito gradualmente, tal como ocorre com a doença de Alzheimer7.
Leia sobre "Acidente vascular cerebral10", "Arterioesclerose12", "Reduzir colesterol13" e "Diabetes Mellitus14".
Os sinais29 e sintomas11 da demência1 vascular2 são cognitivos30, motores, comportamentais e, para muitos pacientes, também afetivos. Pessoas com demência1 vascular2 apresentam comprometimento cognitivo31 progressivo, frequentemente por etapas, após múltiplos eventos cerebrovasculares. Algumas pessoas podem parecer melhorar entre os eventos e declinar depois de acidentes silenciosos.
Os sintomas11 mais comuns da doença incluem confusão mental, dificuldade de prestar atenção e concentrar-se, reduzida capacidade de organizar pensamentos ou ações, deterioração da capacidade de analisar uma situação, dificuldade para decidir, problemas com memória, inquietação e agitação, marcha instável, necessidade súbita e frequente de urinar e/ou incapacidade de controlar a urina32 e depressão.
Os sinais29 neurológicos que podem ser observados são hemiparesia33, bradicinesia34, hiperreflexia35, reflexos extensores plantares, ataxia36, paralisia37 pseudobulbar e dificuldades de marcha e deglutição38. Pode haver também problemas específicos de fala, denominados disartrias e afasias. A apatia39 no início da doença é mais sugestiva de demência1 vascular2 do que outras formas de demência1.
Como o médico diagnostica a demência1 vascular2?
O diagnóstico40 da demência1 vascular2 implica em reconhecer um quadro demencial e em diferenciá-lo de outras demências. Fazer a diferenciação entre as diferentes síndromes demenciais pode ser um desafio, devido às características clínicas frequentemente sobrepostas e à patologia41 subjacente relacionada a elas. Distúrbios genéticos que resultam em lesões17 vasculares23 no cérebro4 têm padrões de apresentação diferentes daqueles da demência1 vascular2.
As investigações recomendadas incluem: exames de sangue9, radiografia de tórax42, eletrocardiograma43, tomografia computadorizada44 ou ressonância magnética45 e tomografia por emissão de pósitrons. A demência1 é dita mista quando as pessoas têm evidências de doença de Alzheimer7 e doença vascular2, seja clinicamente ou com base em evidências de neuroimagem de lesões17 isquêmicas.
Como o médico trata a demência1 vascular2?
Não há como curar a demência1 vascular2 ou deter completamente o seu curso. O principal objetivo do tratamento é controlar os sintomas11 que ela gera. O tratamento costuma variar de acordo com a causa subjacente dos sintomas11. Alguns medicamentos podem ser usados para controlar os problemas comportamentais causados pela perda da capacidade de julgamento, maior impulsividade, confusão mental e outros que podem ser usados para evitar a piora rápida dos sintomas11. No entanto, o benefício trazido por essas drogas é pequeno e os pacientes e suas famílias podem não perceber muita diferença.
Como prevenir a demência1 vascular2?
O diagnóstico40 precoce é muito importante, pois a demência1 vascular2 é pelo menos parcialmente evitável e seu curso pode ser significativamente retardado. As alterações neurológicas já estabelecidas são irreversíveis, mas o paciente com demência1 vascular2 pode demonstrar períodos de estabilidade ou mesmo de leve melhora.
O objetivo da prevenção é evitar novos derrames e instituir medidas que possam reduzir o risco de demência1 vascular2: manter a pressão arterial46 na faixa normal, manter o colesterol13 sob controle, prevenir ou controlar o diabetes mellitus14, se fumante, parar de fumar e fazer exercícios físicos regularmente.
Veja também sobre "Atividade física", "Exercite seu cérebro4", "Parar de fumar" e "Sintomas11 da hipertensão arterial6".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.