Exames laboratoriais básicos de sangue
O que são exames laboratoriais básicos de sangue1?
Os exames laboratoriais de sangue1 destinados a diagnosticar ou monitorar a evolução de cada enfermidade são de quantidade praticamente inabarcável. Exames específicos para uma determinada patologia2 só são solicitados diante de uma suspeita clínica fundamentada ou para acompanhamento de uma doença já estabelecida. Afinal, não se pede exame de sangue1 (ou qualquer outro) sem uma razão plausível.
No entanto, certos exames são solicitados quase que de rotina para todas as pessoas que procuram médicos. Em geral, eles fazem parte de um check-up que procura levantar as condições de saúde3 geral de uma pessoa e visam as alterações mais comuns, além de terem uma função preventiva.
Quaisquer que sejam os resultados dos exames de sangue1, eles não devem ser tomados como critério absoluto de diagnósticos, e sim devem ser analisados pelo médico em relação com o quadro clínico do paciente.
Quais são os exames laboratoriais básicos de sangue1?
Os exames básicos de sangue1 mais comumente solicitados são:
1. Hemograma
Este é, entre todos, o exame de sangue1 mais solicitado e realizado. Mede o número de células4 no sangue1, incluindo glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas5. Também permite conhecer eventuais alterações morfológicas dessas células4. Este exame é usado para determinar o estado geral de saúde3, rastrear transtornos e avaliar o estado nutricional. Pode ajudar a avaliar sintomas6 como fraqueza, fadiga7 e manchas negras na pele8 e pode ajudar a diagnosticar condições como anemia9, leucemia10, malária e infecções11.
Leia sobre "Hemograma", "Anemia9" e "Leucemia10"..
2. Colesterol12
Sempre que um teste de colesterol12 é feito, há muitos fatores a considerar para uma interpretação individualizada. Estes fatores incluem sexo, idade, histórico de tabagismo, diabetes mellitus13, hipertensão arterial14, doenças cardiovasculares15 e histórico de saúde3 da família. A medida do colesterol12 total reflete a soma de todas as partes do perfil lipídico16.
Nem toda fração do colesterol12 é ruim. O HDL17 representa o “bom” colesterol12 e, assim, quanto maior a taxa sanguínea desse colesterol12, melhor. Ele é produzido pelo corpo e não é afetado pela dieta. O LDL18 reflete os níveis do colesterol12 “ruim”, embora, em geral, para qualquer LDL18 abaixo de 190, nenhum medicamento é necessário, a menos que a pessoa tenha outros fatores de risco cardiovascular.
3. Triglicerídeos
Os triglicerídeos são um componente do colesterol12 envolvido no armazenamento de açúcar19 e gordura20 no fígado21. Os triglicerídeos altos contribuem para um aumento do risco de ataque cardíaco, derrame22 cerebral e outros problemas de saúde3. Os níveis sanguíneos de triglicerídeos sofrem uma grande influência da dieta, exercício e genética.
Saiba mais sobre "Colesterol12", "Como reduzir o colesterol12", "HDL17", "LDL18" e "Triglicerídeos".
4. Glicemia de jejum23
A glicemia de jejum23 é importante para o diagnóstico24 ou controle do tratamento do diabetes mellitus13. Ela deve ser medida após um jejum mínimo de 8 horas. Valores menores que 100 mg/dl25 são normais. Valores entre 100 e 125 mg/dl25 são considerados indicadores de pré-diabetes26. Valores acima de 126 mg/dl25 são compatíveis com diabetes27. Há outras medidas, mais sofisticadas e mais precisas, que complementam a avaliação e o estudo do comportamento da glicose sanguínea28, tais como curva glicêmica29, glicemia pós-prandial30 e hemoglobina glicosilada31.
Veja sobre "Glicemia de jejum23" e "Diabetes mellitus13".
5. Ureia32 e creatinina33
A análise da ureia32 e da creatinina33, quase sempre medidas juntas, avalia a função dos rins34. Os valores obtidos são usados para cálculos do volume de sangue1 filtrado pelos rins34 a cada minuto ou “taxa de filtração glomerular”. Os valores aumentados de ureia32 e creatinina33 indicam diminuição da filtração pelo rim35 e, se menores que 60 ml/minuto, indicam insuficiência renal36.
6. Ácido úrico
O ácido úrico é um produto da degradação metabólica da purina e é um componente normal da urina37. Concentrações sanguíneas elevadas de ácido úrico podem levar à gota38 e estão associadas a outras condições médicas, incluindo diabetes27 e formação de cálculos renais de urato de amônio e ácido. A faixa de concentração normal de ácido úrico no sangue1 humano é de 25 a 80 mg/L para homens e de 15 a 60 mg/L para mulheres. Em humanos, cerca de 70% da eliminação diária de ácido úrico ocorre pelos rins34 e, em 5 a 25% dos seres humanos, a excreção renal39 prejudicada leva à hiperuricemia.
7. TGO e TGP
A TGO (transaminase glutâmico oxalacético) e a TGP (transaminase glutâmico pirúvica), chamadas também simplesmente de transaminases, são exames utilizados para avaliar as funções do fígado21. A gama normal de valores para a TGO é de 5 a 40 unidades por litro de soro40 e para a TGP é de 7 a 56 unidades por litro de soro40. Valores elevados indicam lesão41 das células4 hepáticas42 e traduzem algum tipo de hepatite43, seja medicamentosa, isquêmica ou viral.
Leia mais sobre "Análise da função renal39", "Ácido úrico" e "Provas de função hepática44".
8. Eletrólitos45
Os eletrólitos45 como o sódio, cálcio, potássio e fósforo são essenciais à vida em taxas normais. Valores elevados ou diminuídos devem ser investigados e tratados, pois podem trazer risco de morte se estiverem muito alterados. As alterações dos eletrólitos45 do sangue1 podem resultar em diarreia46, vômitos47, desidratação48 e insuficiência renal36.
9. TSH e T4
O TSH (Thyroid Stimulating Hormone) e o T4 (hormônio49 tiroxina), também usualmente medidos ao mesmo tempo, são análises solicitadas para avaliar o funcionamento da tireoide50, um pequeno órgão que se encontra na região anterior do pescoço51 e controla o metabolismo52. É através desses dois exames que o hipertireoidismo53 e o hipotireodismo são diagnosticados e controlados. Os valores normais de TSH variam de 0,4 a 4,5 mU/L (miliunidades por litro) e do T4 livre de 0,7 a 1,8 ng/dl (nanogramas por decilitro).
Saiba mais sobre "Hipertireoidismo53" e "Hipotireodismo".
10. PSA (Prostatic Specific Antigen)
O PSA é uma proteína que costuma estar elevada nos casos de câncer54 da próstata55 ou prostatites. O aumento do tamanho da próstata55 provocada pela idade, chamada de hiperplasia56 benigna da próstata55, também pode elevar o PSA, mas não nos níveis da neoplasia57. Geralmente quando o câncer54 de próstata55 está presente, o nível do PSA está acima de 4 ng/ml. Entretanto, um nível mais alto pode não indicar câncer54, da mesma forma que um valor abaixo do valor normal não significa que o câncer54 não exista.
Veja também sobre "Antígeno58 prostático específico", "Câncer54 de próstata55" e "Velocidade de hemosssedimentação" e "Coagulograma".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas em parte dos sites do U. S. National Institute of Health, da Johns Hopkins Medicine e do Kaiser Permanente.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.