Taquicardia ventricular
O que é taquicardia1 ventricular?
A taquicardia1 ventricular é um tipo de arritmia2 cardíaca em que ocorrem batimentos cardíacos rápidos e irregulares que surgem nos ventrículos do coração3. É chamada de "taquicardia1" porque a frequência cardíaca é acelerada, ou seja, superior a 100 batimentos por minuto. Já o termo "ventricular" refere-se ao fato de a origem dos batimentos irregulares estar nos ventrículos do coração3, que são as câmaras inferiores responsáveis por bombear o sangue4 para todo o corpo.
Um coração5 sadio bate entre 60 e 100 vezes por minuto. Uma frequência acima disso é considerada taquicardia1. A taquicardia1 ventricular com frequência de 100 a 120 batimentos por minuto é chamada de taquicardia1 ventricular “lenta”. A taquicardia1 ventricular com frequência maior que 250 batimentos por minuto é chamada de flutter (vibração) ventricular.
Quais são as causas da taquicardia1 ventricular?
A taquicardia1 ventricular é um problema do ritmo cardíaco (arritmia2) causado por uma anomalia dos sinais6 elétricos que comandam os batimentos cardíacos, localizada nos ventrículos. A taquicardia1 ventricular pode ser desencadeada por diversas causas, incluindo:
- problemas cardíacos estruturais, como doença arterial coronariana ou miocardiopatia7;
- doenças cardíacas congênitas8;
- distúrbios eletrolíticos (sódio, potássio, cálcio, magnésio, etc.);
- intoxicação por medicamentos ou drogas;
- entre outros fatores.
Por vezes, a causa da taquicardia1 ventricular continua desconhecida e é dita “taquicardia ventricular idiopática”.
Qual é o substrato fisiopatológico da taquicardia1 ventricular?
O batimento cardíaco normal começa com um impulso elétrico do nodo sinusal9, uma pequena área no átrio direito10 do coração5 (câmara superior direita). A taquicardia1 ventricular inicia-se nas câmaras inferiores (ventrículos) e tem um ritmo bastante mais rápido que o normal. Quando dura apenas alguns segundos, a taquicardia1 ventricular pode não causar problemas, mas quando mantida por um tempo maior, ela pode diminuir a pressão sanguínea, resultando em síncope11 (desmaio) ou, no mínimo, tontura12. A taquicardia1 ventricular também pode levar à fibrilação ventricular, um tipo de arritmia2 cardíaca com risco de vida por parada cardíaca.
Leia sobre "Sete passos para um coração5 saudável", "Saúde13 cardiovascular ideal na infância" e "Sinais6 de doenças cardíacas em mulheres".
Quais são as características clínicas da taquicardia1 ventricular?
Por vezes, o batimento rápido do coração5 não permite aos ventrículos se encherem completamente e, com isso, eles não são capazes de bombear a quantidade de sangue4 necessária para a periferia do corpo que, assim, não recebe o oxigênio requerido. Se isso acontecer, a pessoa pode sentir falta de ar, tonteira ou perda da consciência.
Em alguns casos, os episódios de taquicardia1 podem ser breves e não durar mais do que uns 30 segundos, não causando alarme. Porém, se a taquicardia1 durar mais do que isso, pode ser ameaçadora para a vida, porque pode levar a uma fibrilação ventricular e parada cardíaca. Nesse caso, a taquicardia1 ventricular requer atenção médica imediata.
Outros sintomas14 da taquicardia1 ventricular incluem dor no peito15 (angina16), tontura12, palpitações17 e falta de ar. Episódios mais duradouros podem causar desmaios, perda da consciência e morte súbita. A conversão em fibrilação ventricular e morte é encontrada em cerca de 7% das pessoas com taquicardia1 ventricular.
Como o médico diagnostica a taquicardia1 ventricular?
Para diagnosticar a taquicardia1 ventricular, o médico deve colher a história médica do paciente, ouvir sobre seus sintomas14, proceder a um exame físico que inclua a tomada de sua pulsação e a ausculta18 cardíaca através do estetoscópio e solicitar outros exames. Entre eles, são de relevante importância:
- o eletrocardiograma19;
- o monitor Holter20, que registra os batimentos cardíacos por um longo período ininterrupto;
- estudos de eletrofisiologia cardíaca;
- teste de esforço;
- e exames de sangue4.
No hospital, a taquicardia1 ventricular pode ser diagnosticada pelo monitoramento contínuo do coração5, num procedimento chamado telemetria. Pequenos aparelhos de gravação, do tamanho de um dedo mínimo, podem ser implantados sob a pele21 e registram os batimentos cardíacos por até 3 anos, permitindo ao médico uma melhor análise deles.
Como o médico trata a taquicardia1 ventricular?
O tratamento para a taquicardia1 ventricular depende dos sintomas14 que o paciente esteja tendo. Se ele não tiver outra doença subjacente e se não estiver tendo sintomas14 especialmente incômodos ou episódios de taquicardia1 de maior duração, nenhum tratamento é necessário.
Para os casos de taquicardia1 ventricular sustentada, pode ser usado um pequeno aparelho chamado desfibrilador cardíaco implantável (DCI). Esse aparelho é implantado no tórax22 do paciente e conectado ao coração5 através de fios. Quando ocorre um batimento cardíaco anormal, o DCI pode enviar um choque23 elétrico para restaurar os batimentos cardíacos normais.
Algumas vezes, a taquicardia1 ventricular pode ser tratada por ablação24 por cateter, usando energia de radiofrequência ou o frio extremo para destruir o tecido25 cardíaco anormal.
Como evolui a taquicardia1 ventricular?
O prognóstico26 da taquicardia1 ventricular depende se o paciente tem ou não um problema cardíaco adicional e do grau de gravidade desse problema. O prognóstico26 é pior se o ventrículo esquerdo não funciona bem.
Para algumas pessoas, a ablação24 por cateter de radiofrequência ou frio cura completamente o ritmo anormal e nenhum outro tratamento é necessário. Os desfibriladores implantáveis, embora não sejam uma cura, são altamente eficazes no tratamento de taquicardia1 ventricular com risco de vida, fornecendo estimulação rápida ou choque23 para restaurar o ritmo normal.
Veja também sobre "Cardiomiopatia hipertrófica", "Taquicardia1" e "Fibrilação ventricular".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente do site da Mayo Clinic.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.