Taquicardia sinusal inapropriada
O que é taquicardia1 sinusal inapropriada?
A taquicardia1 sinusal inapropriada (TSI) é um tipo de arritmia2 cardíaca incluída dentro da categoria de taquicardias supraventriculares, condições em que o coração3 bate mais rápido do que o normal em repouso, sem uma causa aparente ou mediante estímulos mínimos. Essa taquicardia1 é chamada de "inapropriada" porque a frequência cardíaca não guarda relação ou proporção com nenhum estímulo físico ou emocional específico.
Ela não é considerada uma ameaça à saúde4, mas em alguns casos pode ser um sintoma5 de uma condição médica subjacente mais grave, como doença cardíaca, problemas de tireoide6, anemia7 ou uso excessivo de estimulantes.
Quais são as causas da taquicardia1 sinusal inapropriada?
A TSI pode ser causada pelo fato de o próprio nódulo sinusal8 ter uma estrutura ou função anormal, ou pode ser parte de um problema chamado disautonomia ou disfunção autonômica, uma condição em que o sistema nervoso autônomo9 não funciona bem.
A TSI incide em cerca de 1% da população de meia-idade (dos 15 aos 45 anos de idade) e predomina nas mulheres em relação aos homens, na proporção de 4:1. Mais raramente, os pacientes idosos também podem apresentar TSI.
Embora alguns dados relacionem a TSI a alterações hormonais associadas à idade, gravidez10 e menstruação11, associações claras entre ela e esses fatores nunca foram estabelecidas com segurança.
Leia sobre "Taquicardia1", "Bradicardia12", "Taquicardia1 sinusal" e "Taquicardia1 supraventricular".
Qual é o substrato fisiopatológico da taquicardia1 sinusal inapropriada?
A fisiopatologia13 da TSI ainda não está elucidada, mas acredita-se que possa estar relacionada a alterações no sistema nervoso autônomo9, especialmente uma maior atividade do sistema nervoso14 simpático15. Além disso, algumas condições, como ansiedade e estresse, consumo de cafeína, uso de drogas, distúrbios endócrinos, desidratação16, doenças pulmonares e cardíacas e efeito colateral17 de certos medicamentos, também podem contribuir para o desenvolvimento da TSI.
Evidências recentes revelaram uma forma familiar de TSI associada a uma mutação18 de ganho de função no canal do marcapasso19 do gene HCN4, causando aumento da sensibilidade e levando ao aumento do impulso simpático15.
Quais são as características clínicas da taquicardia1 sinusal inapropriada?
A TSI é uma condição em que a frequência cardíaca em repouso é anormalmente alta, geralmente acima de 100 batimentos por minuto (com média de 24 horas maior do que 90 bpm), sem uma causa óbvia, podendo chegar a 150 bpm em adultos e 180 bpm em crianças.
Algumas características clínicas da taquicardia1 sinusal inapropriada incluem, além da frequência cardíaca elevada:
- palpitações20;
- dores no peito21;
- dores de cabeça22;
- fadiga23 e falta de energia;
- intolerância ao exercício;
- falta de ar;
- tontura24;
- parestesias25;
- câimbras26;
- sintomas27 associados ao sistema nervoso autônomo9;
- desmaios;
- e sudorese28.
No entanto, nem todas as pessoas com taquicardia1 sinusal inapropriada apresentam todos esses sintomas27 e algumas são, na verdade, assintomáticas. Além disso, esses sintomas27 também podem ser causados por outras condições médicas, por isso, é importante procurar um médico para estabelecer um diagnóstico29 adequado.
Como o médico diagnostica a taquicardia1 sinusal inapropriada?
Para realizar o diagnóstico29 da taquicardia1 sinusal inapropriada, o médico deve partir de:
- Análise do histórico clínico (anamnese30) do paciente, que inclui, entre outras coisas, seus sintomas27, sua idade, condições de saúde4 preexistentes, medicamentos que esteja tomando, etc.
- Exame físico, para verificar sua frequência cardíaca, pressão arterial31 e avaliar qualquer outro sintoma5 que esteja apresentando.
- Eletrocardiograma32 (ECG), que registrará a atividade elétrica do coração3 e que pode detectar a taquicardia1 sinusal inapropriada e descartar outras condições cardíacas.
- Monitoramento Holter33, usado para gravar a atividade elétrica do coração3 por 24 horas seguidas ou mais.
- Teste de esforço, que pode verificar se a taquicardia1 sinusal inapropriada é desencadeada pelo exercício.
Outros exames podem ser solicitados na dependência das peculiaridades de cada caso. Os dados diagnósticos clínicos mais característicos são: taquicardia1 sinusal paroxística ou persistente inexplicável, com exclusão de outras causas de taquicardia1 sinusal ou de taquicardias supraventriculares; onda P normal no ECG; taquicardia1 sinusal em repouso; queda noturna do ritmo cardíaco; resposta anômala ao exercício; e hipotensão34.
Como o médico trata a taquicardia1 sinusal inapropriada?
Como a TSI, por si só, não é nociva, o não tratamento é uma opção escolhida por muitas pessoas que não apresentam sintomas27 ou que só apresentam sintomas27 mínimos. Algumas estratégias gerais que podem ajudar a tratar ou minorar a TSI são:
- Identificar os gatilhos, para poder evitá-los ou minimizar seus efeitos.
- Reduzir a ingestão de cafeína (café, chá, bebidas energéticas e refrigerantes).
- Evitar álcool e tabaco ou reduzir seu consumo.
- Praticar técnicas de relaxamento que podem diminuir a frequência cardíaca em pessoas com TSI.
- Usar os medicamentos prescritos pelo médico nos casos em que sejam necessários.
- Às vezes, pode ser necessário tratar a causa subjacente da TSI.
Quando se optar pelo tratamento, ele pode ser feito por meio de fármacos ou de forma invasiva, com vários graus de sucesso. Alguns tipos de medicamentos testados são, entre outros, betabloqueadores, bloqueadores dos canais de cálcio e agentes antiarrítmicos.
Os tratamentos invasivos incluem formas de ablação35 por cateter, como modificação do nódulo sinusal8 ou ablação35 completa do nódulo sinusal8, com implantação associada de marca-passo36 artificial permanente. Mas essas intervenções podem até mesmo piorar os sintomas27.
Como evolui a taquicardia1 sinusal inapropriada?
O prognóstico37 da TSI não é uniforme e nem sempre é previsível. O risco de cardiomiopatia induzida pela taquicardia1 é considerado muito baixo. Há poucos relatos sobre os resultados da TSI a longo prazo, embora haja relatos de morte.
A TSI não resolvida tem sido sugerida como um fator predisponente à hipertensão arterial38 sistêmica. Apesar do tratamento, a maioria dos sintomas27 sistêmicos39 parece persistir, mesmo com a diminuição da frequência cardíaca.
Veja também: "Sete passos para um coração3 saudável" e "Sinais40 de doenças cardíacas em mulheres".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites do Journal of the American College of Cardiology e da Dysautonomia International.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.