Fevereiro Roxo e Laranja: mês de conscientização sobre Lúpus, Alzheimer, Fibromialgia e Leucemia
A campanha Fevereiro Roxo e Laranja é voltada para a conscientização e tratamento de algumas doenças. A cor roxa conscientiza sobre Lúpus1, Alzheimer2 e Fibromialgia3. Já a cor laranja alerta sobre a Leucemia4.
As cores laranja e roxo têm significados importantes, como o alerta, cuidado e conscientização, e por isso são usadas para chamar atenção para essas doenças que a população não tem muito conhecimento sobre os sintomas5 e consequências.
Apesar das quatro doenças serem distintas, elas apresentam em comum o fato de não possuírem cura e não serem transmissíveis. Entretanto, há tratamento qualificado e prolongado para cada uma delas, sendo importante que após o diagnóstico6, o tratamento seja seguido de imediato, visto que as doenças podem ser controladas e, assim, proporcionar maior conforto e bem-estar possível aos portadores.
Leia sobre "Prevenção em saúde7: sete sinais8 e sintomas5 que não devem ser ignorados".
Confira a seguir mais informações sobre cada uma dessas condições.
Lúpus1
O lúpus1 eritematoso9 sistêmico10 (LES ou lúpus1, simplesmente) é uma doença autoimune11 de causa desconhecida, que pode afetar qualquer parte do corpo e que resulta em inflamação12 e dano tecidual.
A doença é bem mais frequente em mulheres do que em homens (9 para 1) e surge geralmente entre os 15 e os 50 anos de idade, sendo mais comum na raça negra. Predomina nos países tropicais, onde a luz solar é mais forte.
Há duas formas da doença: a discoide e a sistêmica. A forma discoide sempre é limitada à pele13 e a forma sistêmica pode afetar também órgãos internos e, por isso, costuma ser mais grave. Em alguns casos (cerca de 10%), o lúpus1 discoide pode evoluir para o lúpus1 sistêmico10.
O lúpus1 cursa com períodos de inatividade, que podem durar anos. Ele não é transmissível de uma pessoa para outra. Suas manifestações variam muito em diferentes doentes. Há casos simples, que exigem intervenções médicas mínimas, e outros graves, com danos a órgãos vitais.
Os sinais8 e sintomas5 do lúpus1 eritematoso9 são muito variáveis e dependem da gravidade e localização das lesões14. Em geral, eles são intermitentes15, o que dificulta o diagnóstico6 precoce. Os sintomas5 mais comuns são febre16, mal-estar, inflamação12 nas articulações17, nos pulmões18 e nos gânglios linfáticos19, dores pelo corpo, manchas avermelhadas na pele13 e aftas.
Cerca de 30% dos pacientes sofrem de sintomas5 dermatológicos permanentes, enquanto 65% deles apenas sentem estas manifestações em momentos determinados. Alguns pacientes apresentam espessamento da pele13 ou manchas vermelhas. A mancha que atinge o nariz20 e as bochechas, em forma de asa de borboleta, é típica do lúpus1.
O lúpus1 eritematoso9 não tem cura, mas seus sintomas5 podem ser controlados ou diminuídos por intermédio de medicações. É possível também tratar as complicações da doença. As infecções21 podem requerer antibióticos, a febre16 isolada pode ser tratada com aspirina ou anti-inflamatórios não-hormonais. Corticoides e imunossupressores podem ser indicados nos casos mais graves ou em fases de recrudescimento22 da doença. No caso de lesões14 cutâneas23 disseminadas é recomendado o uso de antimaláricos24 como a cloroquina.
Leia mais sobre o lúpus1
Alzheimer2
O mal de Alzheimer2 (ou doença de Alzheimer25) é uma doença degenerativa26, no momento ainda incurável, embora os tratamentos usados para tratá-la possam minorar os sintomas5 e melhorar a saúde7, retardando o declínio cognitivo27 e controlando as alterações do comportamento.
O mal de Alzheimer2 é a principal causa de demência28 no Brasil em pessoas idosas. Atinge 1% dos idosos entre 65 e 70 anos, 6% aos 70 anos, 30% aos 80 anos e mais de 60% depois dos 90 anos.
Caracteriza-se por um curso inevitavelmente progressivo de perda das funções cognitivas e grandes alterações do comportamento, sobressaindo uma perda gradual da memória, que pode chegar a ser total.
Em cada caso o mal de Alzheimer2 tem características singulares, embora haja pontos comuns entre todos eles.
O sintoma29 inicial mais nítido é a perda da memória de curto prazo (dificuldade em lembrar fatos recentes), à qual se seguem a diminuição da capacidade de atenção, diminuição da flexibilidade do pensamento e a perda da memória de longo prazo.
Inicialmente os sintomas5 costumam ser confundidos com os problemas naturais do envelhecimento, mas com a progressão da doença surgem sintomas5 mais específicos como confusão mental, irritabilidade, agressividade, alterações de humor, falhas na linguagem e desligamento da realidade.
Sintomas5 bastante comuns, já presentes em uma primeira fase, são a apatia30 e a desorientação no tempo e no espaço. A pessoa pode não saber onde se encontra, nem o dia, mês ou ano em que está. Com o passar dos anos, aumenta a dificuldade em reconhecer objetos e executar os movimentos apropriados para manejá-los. Muitas vezes pode saber o nome deles, mas não saber utilizá-los ou, ao contrário, pode saber usá-los sem conseguir dizer o nome deles.
Aos poucos vai ocorrendo uma diminuição do vocabulário e maior dificuldade na fala, com empobrecimento da linguagem, resumindo-se a frases curtas, palavras isoladas ou até mesmo deixando de existir. Progressivamente, o paciente perde a capacidade de ler e escrever.
Os problemas de memória pioram com o tempo e os pacientes podem deixar de reconhecer as pessoas que lhes são familiares. Aos poucos perdem a memória de longo prazo, as alterações do comportamento se tornam cada vez mais graves e começam as manifestações de irritabilidade, instabilidade emocional e de ataques inesperados de agressividade.
Em alguns pacientes pode surgir incontinência urinária31.
Ainda não há uma cura conhecida para o mal de Alzheimer2. Os tratamentos disponíveis até o momento visam desacelerar o curso da doença, assim mesmo sem muito sucesso. Alguns dos tratamentos sintomáticos utilizados estão voltados principalmente para a manutenção das funções intelectuais, qualidade de vida e atividade física.
Alguns sintomas5 secundários como a ansiedade, a depressão e os sintomas5 psicóticos, também devem ser tratados sintomaticamente com as medicações apropriadas. Além de seus efeitos próprios, os antidepressivos parecem retardar a evolução das demências.
Leia mais sobre o Alzheimer2
Fibromialgia3
A fibromialgia3 é caracterizada por dor músculoesquelética generalizada acompanhada de fadiga32, prejuízo do sono e problemas de humor e de memória. Acredita-se que esta condição amplifica as sensações dolorosas, afetando a maneira como o cérebro33 processa os sinais8 de dor. As mulheres são muito mais propensas a desenvolver a patologia34 que os homens.
Os sintomas5 começam às vezes após um trauma físico, cirurgia, infecção35 ou estresse psicológico. Em outros casos, surgem gradualmente e se acumulam ao longo do tempo sem ter um evento desencadeante.
Embora não haja cura, uma variedade de medicamentos pode ajudar a controlar os sintomas5. Exercícios físicos regulares, técnicas de relaxamento e redução do estresse também podem colaborar.
A dor é descrita como constante e parece acometer todo o corpo. Há uma dor adicional quando exerce-se uma pressão firme em áreas específicas, os chamados “pontos sensíveis” ou “pontos fibromiálgicos”. São 18 pontos simétricos.
As localizações incluem:
- Região suboccipital (atrás da cabeça36).
- No músculo trapézio37 (em cima do ombro e nas costas38).
- Na região supraespinhal.
- No pescoço39.
- Na articulação40 condrocostal (onde a segunda costela se insere no osso esterno41).
- Nos joelhos (principalmente na parte de trás dos joelhos).
- Na região onde o fêmur42 se encaixa na bacia.
- Na região glútea43.
- Do lado do cotovelo.
Pessoas com fibromialgia3 frequentemente acordam cansadas, apesar de terem dormido por longos períodos de tempo. O sono é interrompido pela dor e muitos pacientes apresentam outros distúrbios do sono, como a síndrome44 das pernas inquietas e a apneia45 do sono.
Muitos pacientes que têm fibromialgia3 também pode ter:
- Fadiga32
- Ansiedade
- Depressão
- Endometriose46
- Dores de cabeça36 tensionais
- Síndrome44 do intestino irritável
- Distúrbios da articulação temporomandibular47 (ATM)
Em geral, os tratamentos para a fibromialgia3 incluem medicação para reduzir a dor e melhorar o sono. A ênfase está em minimizar os sintomas5 e melhorar a saúde7 geral. Podem ser usados analgésicos48 como o paracetamol e o tramadol, ou drogas antiinflamatórias não-esteroides (AINEs) como o ibuprofeno ou o naproxeno sódico.
Às vezes são necessários antidepressivos como duloxetina, amitriptilina ou fluoxetina. Consulte um médico. Só ele pode orientá-lo sobre o melhor tratamento para a sua condição.
Leia mais sobre a fibromialgia3
Leucemia4
A leucemia4 é um câncer49 que afeta a medula óssea50, produtora de glóbulos sanguíneos51, afetando as células brancas do sangue52. As células53 anormais jovens passam a ser produzidas em tal profusão e com tal velocidade que podem suprimir a produção de células53 normais.
Há dois tipos clínicos de leucemias, classificados de acordo com as linhagens de glóbulos brancos afetados - as linfoides54 e as mieloides.
As leucemias linfoides54 afetam as células da medula óssea55 que originam linfócitos. São chamadas de leucemia4 linfoide56, linfocítica ou linfoblástica.
As leucemias mieloides afetam as células53 que dão origem às plaquetas57, eritrócitos58 e outros elementos encontrados do sangue59. São chamadas mieloide ou mieloblástica.
Qualquer uma das duas pode ser aguda, caracterizada pela rápida proliferação de células53 imaturas do sangue59 e com quadro clínico que se agrava rapidamente; ou crônica, na qual os sintomas5 são brandos e vão se agravando gradualmente.
Os sintomas5 das leucemias são extremamente variáveis. Suas manifestações dependem da infiltração de células sanguíneas60 imaturas nos tecidos do organismo (como amígdalas61, linfonodos62, pele13, baço63, rins64, sistema nervoso65 etc) e a ocupação da medula óssea50 com essas células sanguíneas60 imaturas, o que pode causar:
- Uma síndrome44 anêmica (por diminuição das hemácias66).
- Uma síndrome44 hemorrágica67 (em virtude de uma trombocitopenia68).
- Uma síndrome44 leucopênica (diminuição de leucócitos69 normais).
Os sintomas5 experimentados pelo indivíduo serão, portanto, em graus e associações variáveis, próprios de cada uma dessas síndromes.
O tratamento das leucemias tem o objetivo de destruir as células53 neoplásicas70, para que a medula óssea50 volte a produzir células53 normais. Isso é feito através de medicamentos quimioterápicos e, eventualmente, radioterapia71.
Deve ser feito o controle das complicações infecciosas e hemorrágicas72 e a prevenção ou combate à afetação do sistema nervoso central73. Durante o tratamento o paciente recebe frequentes transfusões de hemácias66 e plaquetas57. Mesmo depois de normalizada a contagem de células53, o tratamento deve continuar por um ou dois anos para destruir completamente as células53 anormais residuais. Em alguns casos, um transplante de medula74 é necessário.
Leia mais sobre as leucemias
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As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.