Duodenite - causas, sintomas, diagnóstico, tratamento e evolução
O que é duodenite?
A duodenite, também chamada bulboduodenite, consiste na inflamação1 aguda ou crônica do duodeno2. A lesão3 inflamatória comumente se localiza na porção proximal4 do órgão, o bulbo5 duodenal, donde sua denominação alternativa.
O que é o duodeno2?
O duodeno2 é a parte do aparelho digestivo6 que se segue logo depois do estômago7 e que, junto com o jejuno8 e o íleo9, duas porções que se seguem a ele, constituem o intestino delgado10. Nos seres humanos, o duodeno2 é um tubo oco que se liga ao estômago7 por sua extremidade proximal4 e ao jejuno8 por sua extremidade distal11. É a parte do intestino onde ocorre uma parte substancial do processo digestivo. A parte inicial do duodeno2, mais dilatada, é chamada de bulbo5 duodenal.
O duodeno2 recebe o quimo, produto ácido oriundo da digestão12 de alimentos no estômago7. Ao qual são misturados a bile13, oriunda do fígado14, e o suco pancreático15, produzido pelo pâncreas16, que por serem alcalinos ajudam a neutralizar a acidez vinda do estômago7 e a controlar o restante do processo digestivo e absortivo. A bile13 tem importante contribuição na digestão12 e absorção das gorduras e vitaminas e o suco pancreático15 contém enzimas digestivas que contribuem para o processo de digestão12 de proteínas17, carboidratos, triglicerídeos e ácidos nucleicos.
Veja também sobre "Diverticulite18", "Diverticulose19", "Sangue20 nas fezes" e "Colonoscopia21".
Quais são as causas da duodenite?
A causa mais comum da duodenite é a infecção22 pela bactéria23 Helicobacter pylori. Outra causa comum é o uso prolongado de anti-inflamatório não esteroide (como aspirina e ibuprofeno, por exemplo). Além disso, a duodenite pode ser ocasionada por diferentes fatores, como outros tipos de infecções24 bacterianas; infecções24 virais; hipersecreção de ácido clorídrico25 pelo estômago7; uso de certos fármacos, em especial anti-inflamatórios não esteroides; consumo de bebidas alcoólicas; estresse; doença de Crohn26; cirurgia prévia; etc.
Quais são as características clínicas da duodenite?
A duodenite nem sempre produz sinais27 ou sintomas28 e muitos pacientes nem sabem que a apresentam. Quando existem sinais27 ou sintomas28, em geral eles são inespecíficos e entre eles se contam falta de apetite, náuseas29, vômitos30, soluços, desconforto abdominal, “queimação” ou cólicas31 na região gástrica, que também podem ser sentidas nas costas32, má digestão12 e sensação de plenitude gástrica logo depois de começar a comer.
Como o médico diagnostica a duodenite?
Como a duodenite pode ser assintomática, muitas vezes o diagnóstico33 é feito com base em exames pedidos para esclarecimento de outras situações. Quando a investigação é feita diretamente para duodenite, existem vários testes que seu médico pode usar para diagnosticar a situação. O Helicobacter pylori pode ser detectado por meio de testes de sangue20, fezes ou de gases da respiração.
Outro recurso de muita utilidade é a endoscopia34 digestiva alta. Esse procedimento permite ao médico verificar se há inflamação1, sangramento e/ou tecido35 com aparência anormal. Além disso, o médico pode colher algumas pequenas amostras de tecido35 para testes adicionais (biópsia36), para auxiliar no diagnóstico33.
Como o médico trata a duodenite?
O tratamento da duodenite dependerá da sua causa. Na maioria dos casos, ela tem causas simples e desaparece sem tratamentos e complicações, especialmente quando são originadas pelo uso de medicamentos ou por escolhas indevidas de estilo de vida.
Se a causa for o Helicobacter pylori, a infecção22 será tratada com antibióticos, provavelmente por duas semanas ou mais. Além disso, deverão ser receitados medicamentos que reduzam a produção de ácido no estômago7, tais como cimetidina ou famotidina.
Os medicamentos inibidores da bomba de prótons, como o omeprazol, entre outros, são mais frequentemente usados para tratar essa condição.
Os antiácidos37 só produzem alívio temporário dos sintomas28, mas o médico pode sugeri-los como meio imediato de neutralizar o ácido do estômago7 e aliviar a dor.
Mudanças de estilo de vida podem ser essenciais, por exemplo, parar de fumar e de usar álcool regularmente e deixar de tomar medicamentos como aspirina e anti-inflamatórios não esteroides.
Como evolui o paciente com duodenite?
A reação inflamatória na maioria dos casos se estabelece gradualmente, a menos que existam fatores agravantes, como o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, em que ela pode se desenvolver mais rapidamente.
Em alguns pacientes, a duodenite evolui para úlcera duodenal38, com potencial desenvolvimento de complicações como perfuração, enquanto em outros a situação permanece estável ao longo da vida sem causar qualquer problema ou sintoma39.
Quais são as complicações possíveis com a duodenite?
A duodenite pode evoluir para uma situação de úlcera duodenal38 que, por seu turno, pode progredir para perfuração e obstrução do lúmen40 intestinal, duas complicações bastante graves.
Leia sobre "Doença de Crohn26", "Síndrome41 do intestino irritável" e "Colite42 ulcerativa".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites do Hospital 9 de julho – São Paulo e do NIH - National Institutes of Health.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.