Divertículo de Meckel
O que é divertículo1 de Meckel?
Divertículo1 de Meckel é uma pequena protuberância em forma de bolsa, de poucos centímetros (3 a 6 cm), que se forma no intestino delgado2 (geralmente no íleo3), já presente no momento do nascimento. É possivelmente o defeito congênito4 mais comum do trato digestivo, ocorrendo em cerca de 2-3% das pessoas, não causando problemas na maioria delas. Só é sintomático5 em cerca de 2% dos indivíduos portadores. As pessoas podem viver toda a vida sem nunca saber serem portadoras do divertículo1 de Meckel.
Quais são as causas do divertículo1 de Meckel?
O divertículo1 de Meckel está presente desde o nascimento, ou seja, é congênito4, e é causado pela incompleta obliteração do ducto vitelino6, um canal digestivo fetal que não foi reabsorvido adequadamente durante as semanas 5 a 8 da gestação. Consiste em uma separação congênita7 da borda antimesentérica do íleo3. A condição incide igualmente em homens e mulheres, mas as complicações são 2 ou 3 vezes mais prováveis de ocorrerem nos homens.
Veja sobre "Diverticulite8", "Diverticulose9" e "Peritonite10".
Qual é o substrato fisiopatológico do divertículo1 de Meckel?
O saco vitelino é uma estrutura que se desenvolve nos primeiros meses de gravidez11. Está localizado no exterior do embrião e ligado à abertura umbilical do meio do intestino do embrião. O ducto onfalomesentérico12 é uma estrutura embrionária que liga o saco vitelino ao intestino médio, que geralmente é reabsorvido durante a gestação. A falha de sua reabsorção pode resultar em diversas anomalias, incluindo o divertículo1 de Meckel, pólipo13 umbilical, massa umbilical hemorrágica14 e fístula15 vitelínica.
Quais são as características clínicas do divertículo1 de Meckel?
Em geral, o divertículo1 de Meckel localiza-se a cerca de 100 centímetros da válvula ileocecal e muitas vezes contém tecido16 ectópico17 gástrico ou pancreático. Na maioria das vezes, não causa sintomas18. Quando existem sintomas18, eles tipicamente aparecem antes dos dois anos de idade, mas podem ocorrer apenas na idade adulta. Os sintomas18 mais comuns são:
- sangramento gastrointestinal ou retal indolor, identificado nas fezes (que podem ser escuras ou avermelhadas);
- dor abdominal;
- cólicas19;
- sensibilidade perto do umbigo20;
- obstrução intestinal com dor, inchaço21, diarreia22 ou constipação23;
- náuseas24 e vômitos25;
- anomalias umbilicais;
- e inflamação26 (diverticulite8).
Em crianças de até 5 anos de idade, o sintoma27 mais comum é o sangramento causado por úlceras28 que se desenvolvem no intestino delgado2. Como o divertículo1 de Meckel pode conter tecido16 gástrico, ele pode secretar suco gástrico e causar úlceras28 e sangramentos.
Quando há transformação para tumor29 geralmente é uma transformação benigna (leiomioma30), apenas raramente se transformando em tumor29 carcinoide maligno.
Como o médico diagnostica o divertículo1 de Meckel?
O diagnóstico31 nem sempre é fácil, envolvendo uma varredura com rádio32 nucleotídeo e às vezes outros exames de imagens. Pode-se suspeitar de sua existência quando há sangue33 oculto nas fezes e o diagnóstico31 pode ser confirmado através de cintilografia34, gamagrafia ou tomografia computadorizada35.
Como o médico trata o divertículo1 de Meckel?
Muitas vezes, a existência do divertículo1 de Meckel nem é conhecida ou seu tratamento não é necessário. Quando há sangramento ou infecção36 persistente, o tratamento é cirúrgico, consistindo na remoção da porção afetada do intestino e sutura37 das partes saudáveis.
O tratamento do divertículo1 de Meckel assintomático é controverso: alguns aconselham que seja seguido com observação constante e outros recomendam cirurgia. Como há a possibilidade de complicações com a cirurgia (formação de abscessos38, mais sangramento ou êmbolos), o tratamento cirúrgico deve ser reservado como última opção.
Atualmente, as técnicas laparoscópicas são preferidas em relação à cirurgia aberta (laparotomia39). Quando o divertículo1 é detectado incidentalmente durante uma cirurgia abdominal, muitos cirurgiões recomendam a sua remoção.
Como evolui o divertículo1 de Meckel?
A evolução a longo prazo do divertículo1 de Meckel é muito boa. A remoção cirúrgica do divertículo1 não altera a função normal do intestino e as pessoas que passaram por uma cirurgia do divertículo1 de Meckel podem esperar uma recuperação completa.
Quais são as complicações possíveis com o divertículo1 de Meckel?
A complicação mais comum nas crianças é o sangramento retal, que pode resultar em anemia40. A complicação mais comum em adultos é a obstrução intestinal. O divertículo1 de Meckel pode também se tornar inflamado, resultando numa diverticulite8 com possibilidade de perfuração e peritonite10.
Leia também sobre "Colonoscopia41", "Dor abdominal" e "Cólicas19 viscerais".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites do NIH – National Institutes of Health e da American Academy of Family Physicians.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.