Pancolite - O que é? Como fazer o diagnóstico e o tratamento? Tem prevenção?
O que é pancolite?
A pancolite, também conhecida com os nomes de pancolite ulcerativa, colite1 extensiva ou colite1 universal, é uma forma que podem assumir 20% das colites ulcerativas, na qual o intestino grosso2 (cólon3) está afetado em toda a sua extensão.
A colite1 ulcerativa, por seu turno, afeta apenas partes do intestino grosso2, intercaladas por partes sadias. A colite1 ulcerativa e a pancolite pertencem ao grupo das chamadas doenças inflamatórias intestinais. Elas atingem a mucosa4 do intestino grosso2 e podem ser acompanhadas de úlceras5 em partes ou em todo o cólon3.
Quais são as causas da pancolite?
Pancolite é um subtipo da colite1 ulcerativa que atinge o cólon3 em toda a sua extensão. A causa exata da colite1 ulcerativa não é conhecida, mas os cientistas acreditam que uma combinação de fatores pode levar ao desenvolvimento ou ao agravamento da doença:
- Uma predisposição genética, ou seja, algo com o qual a pessoa nasce.
- Uma reação anormal do sistema digestivo6 a bactérias no intestino.
- Estresse, dieta muito gordurosa ou o uso de anti-inflamatórios e certos antibióticos.
- Gatilhos desconhecidos, como vírus7, bactérias, etc.
- Uma resposta imune anormal (autoimune8), o que significa que o sistema imunológico9 ataca tecidos saudáveis do próprio indivíduo localizados no intestino grosso2.
Além disso, um indivíduo também pode desenvolver pancolite se a colite1 ulcerativa de apenas uma pequena porção do cólon3 for deixada sem tratamento.
A pancolite pode se desenvolver em igualdade de proporções entre homens e mulheres e, embora possa se manifestar em pessoas de qualquer idade, é mais frequentemente diagnosticada entre 15 e 25 anos de idade.
Veja sobre "Flatulência ou excesso de gases", "Sangue10 nas fezes", "Íleo paralítico11" e "Obstrução intestinal".
Quais são as características clínicas da pancolite?
A pancolite começa gradualmente e piora com o passar do tempo. As manifestações da pancolite podem variar de leves a graves. A maioria das pessoas tem períodos de remissão, com suspensão dos sintomas12, que podem desaparecer por semanas ou anos.
Os sintomas12 típicos da pancolite incluem:
- dores e cólicas13 abdominais;
- diarreia14 com sangue10, muco e/ou pus15;
- urgência16 em esvaziar os intestinos17;
- tenesmo18 (vontade de evacuar mesmo com o intestino vazio);
- fadiga19;
- perda de peso;
- febre20;
- suores noturnos; etc.
Como o médico diagnostica a pancolite?
O diagnóstico21 deve começar por uma história clínica, na qual o médico perguntará pelos sintomas12. Em seguida, deve fazer um exame físico para ter uma ideia do estado da saúde22 geral do paciente. Então, o médico pode solicitar um exame de fezes e/ou um exame de sangue10 para descartar outras causas dos sintomas12, como infecções23 bacterianas ou virais, por exemplo.
Provavelmente também será solicitado que o paciente faça uma colonoscopia24, para examinar o revestimento interno do intestino grosso2 à procura de úlceras5 ou de qualquer outro tecido25 anormal. A colonoscopia24 também pode permitir que o médico encontre e remova quaisquer pólipos26 que possam estar presentes no cólon3. Ainda durante uma colonoscopia24, o médico pode coletar uma amostra de tecido25 do cólon3 para biopsiá-lo quanto a outras infecções23 ou doenças.
Amostras de tecido25 e remoção de pólipos26 podem ser necessárias se o médico acreditar que o tecido25 do cólon3 pode se tornar cancerígeno.
Leia sobre "Doença de Crohn27" e "Pólipos26 intestinais podem virar câncer28?"
Como o médico trata a pancolite?
Os tratamentos para pancolite dependem da gravidade das úlceras5 no cólon3. O tratamento também pode variar de um paciente para outro, caso tenham alguma condição subjacente que tenha causado a pancolite ou se ela tiver provocado alguma complicação mais grave.
No que se refere a medicamentos, os mais comumente usados são os anti-inflamatórios, incluindo os aminossalicilatos orais, corticosteroides e supressores do sistema imunológico9. Essas medicações podem ter efeitos colaterais29 importantes e por isso devem ser controladas pelo médico.
A cirurgia é a única cura radical para a pancolite e deve ficar reservada para casos muito graves em que possa ser necessário remover o cólon3, em uma cirurgia conhecida como colectomia. Neste procedimento, será necessário também novo caminho para que os resíduos corporais saiam do corpo.
É muito importante também fazer mudanças no estilo de vida que podem ajudar a aliviar os sintomas12: comer menos laticínios, evitar bebidas carbonatadas, reduzir a ingestão de fibras insolúveis, evitar bebidas com cafeína e álcool e fazer uso de multivitaminas.
Como evolui a pancolite?
A pancolite não tem uma cura definitiva, a não ser pela remoção integral do cólon3. Ela é uma doença crônica e os sintomas12 variam ao longo do tempo. Contudo, em cerca de metade dos casos, os sintomas12 são leves e os sintomas12 mais graves respondem bem às medicações.
O curso da doença é oscilante e a pessoa pode ter períodos de interrupção ou agravamento dos sintomas12. Com o passar do tempo, o risco de câncer28 do cólon3 vai aumentando gradativamente. Além disso, a pancolite não tratada pode levar à perfuração do intestino ou ao megacólon30 tóxico.
Quais são as complicações possíveis com a pancolite?
As pessoas com pancolite estão sujeitas a várias complicações como:
- Maior risco de desenvolver câncer28 de intestino, principalmente se sofrem da doença há vários anos.
- Incidência31 maior de colectomia (remoção cirúrgica de todo ou parte do cólon3).
- Megacólon30 tóxico, em que o cólon3 pode dilatar agudamente quando a inflamação32 se torna muito grave.
- Anemia33, devido à perda de sangue10 dos intestinos17 inflamados.
- Colite1 fulminante, uma forma rara, mas grave, de pancolite.
Saiba mais: "Probióticos34 e Prebióticos", "Disbiose35", "Exame parasitológico de fezes" e "Transplante de fezes ou terapia bacteriana".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Mayo Clinic e da Cleveland Clinic.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.