Cólicas viscerais - O que são? Quais são as causas? O que podemos fazer?
O que são cólicas1 viscerais?
Uma cólica (do grego: kolikós = relativo a cólon2) é uma dor que ocorre em órgãos ocos, especialmente estômago3, intestino e útero4 (vísceras). Caracteriza-se por ciclos de dor intensa, com aumento gradual da intensidade até um pico, depois do qual ocorre lentamente uma melhora acentuada. Cerca de 25% de todas as pessoas alegam ter sofrido cólicas1 viscerais em algum momento de suas vidas e as pessoas com 65 anos ou mais costumam apresentar seis ou mais episódios de dor ou desconforto abdominal por ano.
Quais são as causas das cólicas1 viscerais?
As cólicas1 podem ocorrer por infecção5, trauma, doença, tumor6, sangramento ou qualquer motivo que cause pressão, inflamação7 ou lesão8 nos órgãos internos.
Leia sobre "Cólicas1 menstruais", "Síndrome9 do intestino irritável"e "Cálculo10 renal11".
Qual é o substrato fisiológico12 das cólicas1 viscerais?
A dor visceral resulta da ativação de nociceptores (receptores da dor) das vísceras torácicas, pélvicas13 e abdominais. As vísceras são altamente sensíveis à distensão, isquemia14 e inflamação7, mas relativamente insensíveis a outros estímulos que em outras estruturas normalmente evocam dor, como corte ou queimação. A dor visceral é difusa, de difícil localização e frequentemente referida a uma estrutura distante.
Só em parte as lesões15 estruturais ou as anormalidades bioquímicas explicam esse tipo de dor. Algumas pessoas podem sentir dores viscerais ocasionais, sem qualquer evidência de razão estrutural, bioquímica ou histopatológica para tais sintomas16, sendo essas dores em geral agrupadas sob a denominação vaga de “distúrbios gastrointestinais funcionais”.
Quais são as características clínicas das cólicas1 viscerais?
A cólica visceral é uma sensação difusa e mal definida, na maioria dos casos percebida no abdômen. As cólicas1 mais comuns são as cólicas1 menstruais e as da síndrome9 do intestino irritável. Outros tipos frequentes de cólicas1 são as cólicas1 dos lactentes17, cólica renal11 e cólica biliar.
A dor proveniente de diferentes órgãos viscerais pode ter diferentes áreas de projeção. A proveniente da bexiga18, por exemplo, se manifesta na área perineal, a vinda do coração19 se projeta para o braço e/ou ombro esquerdo e pescoço20, as originadas no ureter21 esquerdo para o quadrante inferior esquerdo e região lombar22. Sendo uma dor referida às estruturas somáticas, a dor visceral nem sempre é de fácil diferenciação da dor de origem somática incidente23 na área de projeção. Algumas cólicas1 viscerais podem ser de pequena intensidade, mas outras são de grande intensidade como, por exemplo, aquelas devidas a cálculos renais ou biliares.
As dores viscerais variam nas diferentes fases da patologia24 que as exibe e podem ser acompanhadas de sintomas16 como náuseas25 e vômitos26, de alterações nos sinais vitais27 e de manifestações emocionais. A dor costuma ser descrita como nauseante, profunda, opressora e maçante. Geralmente, essas dores estão associadas a fenômenos autonômicos como palidez, sudorese28 profusa, náuseas25, distúrbios gastrointestinais e mudanças na temperatura corporal, pressão arterial29 e frequência cardíaca.
Como o médico diagnostica as cólicas1 viscerais?
O médico deverá fazer um histórico clínico para saber como a dor se relaciona com certos desempenhos fisiológicos como engolir, comer ou caminhar. Fará também um exame físico durante o qual inspecionará a área dolorida e a apalpará cuidadosamente para verificar se há caroços, calor, sensibilidade ou rigidez, e pedirá exames de imagem, como radiografia, tomografia computadorizada30 ou ultrassonografia31 das áreas doloridas e áreas próximas.
Como o médico trata as cólicas1 viscerais?
A dor visceral pode responder a medicamentos orais ou injetáveis, mas há alguns casos em que uma abordagem mais agressiva se torna necessária. Nos casos menores podem ser administrados analgésicos32, anti-inflamatórios e anti-espasmódicos comuns. Em casos mais sérios, os opioides podem ser usados por períodos breves.
Algumas causas de dor visceral abdominal, como a apendicite33, por exemplo, podem ser fatais e requerem cirurgia de emergência34. Além disso, é importante tratar a causa da dor, sempre que ela tenha sido reconhecida.
Como evoluem as cólicas1 viscerais?
As características clínicas das cólicas1 viscerais variam nas diferentes fases da patologia24 causadora. Os cursos clínicos também variam segundo a etiologia35. As infecções36 podem se apresentar e melhorar rapidamente, conforme a fonte seja tratada. A dor pós-cirúrgica tem um início súbito, mas pode piorar após a cirurgia devido à afetação do tecido37 peri-cirúrgico. A dor provocada pela invasão de um tumor6 comumente se apresenta de forma insidiosa e piora gradualmente com o crescimento do tumor6.
Quais são as complicações possíveis com as cólicas1 viscerais?
As cólicas1 viscerais, especialmente as mais intensas, se acompanham de palidez, transpiração38 intensa, mudanças na temperatura corporal, hipotensão arterial39 e taquicardia40.
Veja também sobre "Cólicas1 do Recém-nascido", "Dor abdominal" e "Apendicite33".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Science Direct, da Australian Pain Management Association da International Association for the Study of Pain.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.