Perfuração intestinal: o que saber sobre ela?
O que é perfuração intestinal?
Perfuração intestinal é um rompimento da parede do intestino grosso1 ou delgado, geralmente com extravasamento do conteúdo intestinal2 para dentro da cavidade abdominal3. Trata-se de uma eventualidade rara, mas grave, ocorrendo apenas em 1% a 3% dos pacientes com doenças inflamatórias do intestino. A perfuração intestinal pode ser a primeira manifestação de uma doença e ocorrer antes que o paciente saiba que a tem.
Quais são as causas da perfuração intestinal?
A perfuração intestinal pode ser causada por muitas doenças diferentes, tais como diverticulite4, apendicite5, doença de Crohn6, colite7 ulcerativa, cálculo8 ou infecção9 biliar, outras infecções10, úlcera11 gastrointestinal, isquemias12, ingestão de corpos estranhos, câncer13, trauma, lesões14 de radiação, etc. A perfuração do intestino pode também ter causa iatrogênica15, causada por um procedimento médico endoscópico como colonoscopias, enemas16 ou inserção de corpo estranho, mas esse é um evento raro.
Qual a fisiopatologia17 da perfuração intestinal?
Havendo perfuração intestinal, o conteúdo do intestino pode extravasar para a cavidade abdominal3, o que possibilita que bactérias do interior dos intestinos18 causem uma peritonite19, abscessos20 ou até uma septicemia21 (infecção9 generalizada) e, eventualmente, a morte. Pode, ainda, causar complicações em outros órgãos e diminuição da absorção dos nutrientes. Mesmo se vazar apenas ar, o problema já pode ser muito sério. Na perfuração duodenal os sintomas22 podem se estabelecer mais lentamente, porque a maior parte do duodeno23 é retroperitoneal24 e o conteúdo intestinal2, por conseguinte, não vaza diretamente para a cavidade abdominal3.
Quais são os principais sinais25 e sintomas22 da perfuração intestinal?
Em geral, a perfuração intestinal apresenta sintomas22 agudos muito severos que incluem dor abdominal intensa à palpação26, que se agrava rapidamente, distensão abdominal, febre27 alta, náuseas28 e vômitos29, calafrios30, hemorragia31 e taquicardia32. A dor das perfurações intestinais também pode se localizar no quadril ou na virilha. O extravasamento de conteúdo intestinal2 pode levar à peritonite19, à formação de um abscesso33 intra-abdominal ou a uma grave septicemia21. Se esta condição não for tratada, pode causar danos graves e até a morte.
Como o médico diagnostica a perfuração intestinal?
A história clínica e o exame físico podem levantar a suspeita de perfuração intestinal. Uma radiografia contrastada ou tomografia computadorizada34 de abdômen pode ajudar no diagnóstico35 e determinar o local da perfuração. Ambas permitem ver ar livre na cavidade abdominal3 ou peritoneal e extravasamento do contraste.
Como o médico trata a perfuração intestinal?
Em geral, haverá necessidade de uma cirurgia, para fazer-se a sutura36 ou ressecção da parte perfurada, mas ela dependerá da gravidade da situação e do estado do paciente. Uma perfuração duodenal retroperitoneal24 pode ser conservadora e não requerer cirurgia, caso seja de pequena monta e não houver extravasamento de fezes. Em geral, o tratamento consiste de terapia de suporte, nutrição parenteral37, drenagem38 do assoalho pélvico39 e, se necessário, antibioticoterapia de largo espectro. Em alguns casos pode ser necessário criar temporariamente, por algumas semanas, uma ostomia (abertura do tubo digestivo para o meio externo, através de uma fístula40), permitindo que o conteúdo intestinal2 possa esvaziar-se dentro de um saco ligado à pele41. Quase sempre as cirurgias terão caráter emergencial, mas em alguns casos elas poderão ser planejadas com algum tempo.
Quais são as complicações possíveis da perfuração intestinal?
A infecção9 é sempre uma situação grave e a formação de peritonite19, abscesso33 intra-abdominal e septicemia21 são as complicações principais da perfuração intestinal.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.