Derrame pericárdico - conceito, causas, clínica, diagnóstico, tratamento e evolução
O que é pericárdio1?
O pericárdio1 é uma membrana em forma de bolsa que envolve externamente o coração2 e as raízes dos grandes vasos sanguíneos3. Na verdade, o pericárdio1 é composto de duas camadas principais, com baixa capacidade de distensão: uma externa resistente, conhecida como pericárdio1 fibroso, e uma camada interna, aderida ao coração2, conhecida como pericárdio1 seroso. Sua base encontra-se ligada ao diafragma4, por meio do ligamento5 denominado freno-pericárdico, um dos responsáveis por manter o coração2 corretamente posicionado na cavidade torácica.
Outra função do pericárdio1 é produzir uma pequena quantidade de líquido que fica entre as duas membranas, reduzindo o atrito das batidas do coração2 e protegendo os pulmões6 durante os batimentos cardíacos normais.
O que é derrame7 pericárdico?
Algumas doenças podem fazer com que o pericárdio1 aumente de forma exagerada a produção do líquido entre suas membranas. Assim, derrame7 pericárdico (ou derrame7 cardíaco) é o acúmulo anormal de fluido entre as membranas que envolvem o coração2. Devido ao pouco espaço existente entre elas, o acúmulo excessivo de fluido comprime o coração2 e causa aumento da pressão sobre o coração2, podendo afetar negativamente suas funções, causando inclusive um tamponamento cardíaco.
Quais são as causas do derrame7 pericárdico?
Uma das principais causas de derrame7 pericárdico são as chamadas pericardites8, infecções9 quase sempre causadas por vírus10 nas camadas da membrana que envolve o coração2. Doenças como a tuberculose11, a colagenose e, até mesmo, metástases12 tumorais, também costumam desencadear a produção excessiva de líquido pericárdico e provocar o problema. Outras causas possíveis são as doenças autoimune13s e as inflamações14 do pericárdio1 após cirurgia cardíaca ou ataque cardíaco. O derrame7 pericárdico também pode ser causado por certas medicações, como, por exemplo, hidralazina, isoniazida ou fenitoína.
Leia sobre "Pericardite15", "Tamponamento cardíaco", "Insuficiência cardíaca16", "Infarto do miocárdio17" e "Dor no peito18".
Qual é o substrato fisiológico19 do derrame7 pericárdico?
O pericárdio1 é uma bolsa muito pouco extensível, composta por duas camadas, uma interna, aderida ao coração2, outra mais externa. Entre elas, normalmente há uma pequena quantidade de líquido lubrificante que permite que o coração2 deslize sem atritos à medida que realiza suas batidas. Como esse espaço entre as duas camadas é pequeno e o pericárdio1 é pouco elástico, o acúmulo de líquidos entre elas exerce pressão sobre o coração2 e pode comprometer suas funções.
Dependendo da rapidez com que o derrame7 pericárdico se desenvolve, o pericárdio1 pode distender um pouco para acomodar o excesso de líquido. No entanto, muito líquido faz com que o pericárdio1 exerça pressão sobre o coração2, o que impede que as câmaras se encham completamente. Essa é a condição chamada de tamponamento cardíaco, que impede que as câmaras cardíacas se encham completamente, resultando em fluxo sanguíneo pobre e falta de oxigênio para o corpo.
Quais são as características clínicas do derrame7 pericárdico?
O derrame7 pericárdico pode ser leve, moderado ou grave (de grande porte). Porém, os sintomas20 estão mais relacionados à causa do que à extensão. O derrame7 pericárdico, mesmo significativo, pode transcorrer sem sinais21 ou sintomas20, principalmente se o aumento do líquido for muito lento. Em casos moderados relacionados a pericardites8, o derrame7 pericárdico pode provocar: falta de ar ou dificuldade para respirar, principalmente quando deitado; dor no peito18, geralmente atrás do esterno22 ou no lado esquerdo do peito18; sensação de plenitude do peito18; inchaço23 nas pernas ou abdômen. Em situações mais graves, a dor no peito18 pode ter características similares às dores do infarto do miocárdio17.
Como o médico diagnostica o derrame7 pericárdico?
Quando há suspeita de derrame7 pericárdico, o melhor exame para confirmar o diagnóstico24 é a ecocardiografia. Ela permite também a avaliação de sinais21 de instabilidade hemodinâmica25. A tomografia computadorizada26 pode ajudar a localizar e quantificar o derrame7, como em caso de um derrame7 localizado, ou avaliar a patologia27 pericárdica (espessamento pericárdico, pericardite15 constritiva, etc.).
Como o médico trata o derrame7 pericárdico?
O tratamento do derrame7 pericárdico depende da causa subjacente e da gravidade da insuficiência cardíaca16. O derrame7 pericárdico devido a uma infecção28 viral geralmente desaparece dentro de algumas semanas, sem tratamento. Alguns derrames pericárdicos permanecem pequenos e nunca precisarão de tratamento. Se o derrame7 pericárdico for devido a uma condição inflamatória, o tratamento com medicamentos anti-inflamatórios pode ajudar.
Se o derrame7 estiver comprometendo a função cardíaca e causando tamponamento cardíaco, ele precisará ser drenado, mais comumente por uma agulha inserida na parede torácica29 e no espaço pericárdico, num procedimento denominado pericardiocentese30. Um tubo de drenagem31 geralmente é deixado no local por vários dias. Em alguns casos, a drenagem31 cirúrgica pode ser necessária cortando-se o pericárdio1 e criando uma janela pericárdica.
Como evolui o derrame7 pericárdico?
Em alguns casos em que o derrame7 é pequeno e não complicado, ele pode se resolver por conta própria, com anti-inflamatórios sendo recomendados para auxiliar nesse processo. Em outros casos mais severos, se não for tratado, o derrame7 pericárdico pode causar insuficiência cardíaca16 ou morte.
Quais são as complicações possíveis com o derrame7 pericárdico?
Uma das complicações possíveis é o tamponamento cardíaco, que se constitui numa ameaça à vida e numa emergência32 médica. Em alguns casos, o coração2 pode chegar a parar de bater e o risco de morte é real.
Veja também sobre "Sinais21 de doenças cardíacas em mulheres" e "Parada cardíaca".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Mayo Clinic e da Cleveland Clinic.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.