Ecocardiograma: você conhece o exame?
O que é ecocardiograma1?
Ecocardiograma1 é um exame de ultrassonografia2 do coração3 que fornece imagens obtidas através dos diferentes graus de refração de ondas sonoras de alta frequência (acima de 20.000 ciclos por segundo), muito além, portanto, da capacidade humana de audição. Um transdutor deslizado sobre o peito4 do paciente direciona essas ondas para estruturas do coração3 do paciente e capta o eco delas, transformando-o em imagens. Assim, a ecocardiografia pode fornecer imagens estáticas e em movimento dos músculos5 e das valvas cardíacas e o mapeamento em cores do fluxo sanguíneo pela técnica Doppler, permitindo identificar a direção e velocidade do fluxo sanguíneo no interior das cavidades cardíacas.
Há várias modalidades de ecocardiograma1, mas as mais evoluídas, em associação com o Doppler, oferecem imagens coloridas em 3D, capazes de possibilitar a visualização de detalhes anatômicos e funcionais mínimos do coração3. O exame também pode ser realizado no feto6 em gestação, permitindo um diagnóstico7 muito precoce de eventuais anomalias cardíacas e possibilitando intervenções ainda no interior do útero8. Por tratar-se de um exame que não apresenta efeitos colaterais9, ser de custo relativamente baixo e de fácil operacionalidade e transporte, além de seu excelente alcance diagnóstico7, o ecocardiograma1 tem grande destaque na cardiologia moderna.
Quais são os tipos de ecocardiograma1?
- Ecocardiograma1 unidimensional: primeira versão do ecocardiograma1, utilizada principalmente para medir os diâmetros das câmaras cardíacas e a espessura miocárdica.
- Ecocardiograma1 bidimensional: permite a transformação das imagens em figuras dimensionais possibilitando uma melhor avaliação anatômica.
- Ecocardiograma1 transtorácico: é o tipo tradicional e mais comum de ecocardiograma1 em que o transdutor, que emite e capta as ondas sonoras para a formação de imagens, é deslizado sobre a região cardíaca do peito4 do paciente.
- Ecocardiograma1 transesofágico: o transdutor de ultrassom, de alta frequência, é colado no interior do esôfago10, na altura do coração3, por meio de uma sonda de fibra óptica. A técnica permite o exame mais apurado de certas estruturas cardíacas específicas, em virtude da maior proximidade do transdutor com o coração3.
- Ecocardiograma1 com estresse farmacológico: ultrassonografia2 do coração3 com a infusão venosa de drogas “estressoras” cardíacas, que aumentam o consumo de oxigênio do órgão e cujas respostas são adequadamente monitoradas.
- Ecocardiograma1 fetal: realizado através da parede abdominal11 da grávida e dirigido ao coração3 do feto6 em gestação, permite avaliar o coração3 intra-útero8.
- Ecocardiograma1 com Doppler: permite avaliar as condições circulatórias no interior do coração3.
Em que consiste o exame?
O exame padrão é simples, não invasivo, indolor e geralmente rápido, não exigindo preparo prévio. O ecocardiograma1 transesofágico exige apenas um jejum de seis horas e o paciente é submetido a uma sedação12 leve. O paciente deve deitar-se numa maca, de barriga para cima, tendo ao lado o ecocardiógrafo. O médico colocará sobre o seu peito4 alguns eletrodos estrategicamente localizados, fixados na pele13 de maneira indolor por “ventosas” de borracha e fará deslizar pelo seu peito4 um transdutor que emite ondas sonoras de alta frequência, refratadas no coração3, que um computador transformará em imagens. No exame, o médico procurará direcionar o feixe sonoro para as estruturas cardíacas que deseja examinar.
Para que serve o exame?
O ecocardiograma1 é hoje um dos principais e mais utilizados recursos da cardiologia. Ele permite ao médico avaliar aspectos anatômicos e funcionais tanto das paredes quanto das cavidades cardíacas (tamanho das cavidades, espessura das paredes, movimentação das válvulas cardíacas, etc.), bem como de aspetos funcionais do coração3. Quase sempre associado ao Doppler, permite também avaliar o fluxo sanguíneo através das válvulas do coração3 e entre as cavidades cardíacas. É utilizado para estabelecer o diagnóstico7 e o grau de gravidade de quase todas as afecções14 cardíacas e para o planejamento terapêutico e prognóstico15 delas. Quase sempre o exame é empregado na avaliação dos pacientes com sopro cardíaco16, sintomas17 de palpitação18, síncope19, falta de ar, dor torácica ou nos portadores de diversas doenças cardíacas, tais como doenças do músculo cardíaco20, insuficiência cardíaca21, doenças das válvulas do coração3, anomalias congênitas22, entre outras.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.