Pericardite: definição, causas, sintomas, diagnóstico, tratamento, evolução
O que é pericardite1?
Pericardite1 é uma inflamação2 do pericárdio3. O pericárdio3 é uma bolsa que envolve o coração4 e a raiz dos grandes vasos, composta por duas estruturas pouco distensíveis, uma externa, fibrosa (pericárdio3 fibroso), em contato com as estruturas mediastinais, e outra interna, serosa (pericárdio3 seroso), constituída por duas lâminas (parietal e visceral). Entre o pericárdio3 fibroso e o seroso e entre as duas lâminas do pericárdio3 seroso há a formação de espaços virtuais preenchidos por finas camadas de líquido lubrificante. O pericárdio3 tem como função manter o coração4 em sua posição fisiológica5, impedir que ele se encha de sangue6 além de sua capacidade de ser uma barreira contra infecções7.
Quais são as causas da pericardite1?
Muitas vezes não se consegue determinar a causa da pericardite1 e ela então é chamada de pericardite1 idiopática8. Dentre as causas conhecidas estão as infecções7 por vírus9, fungos ou bactérias. A pericardite1 pode estar associada a distúrbios autoimunes10 como o lúpus11, por exemplo; metástases12 adjacentes de cânceres; hipotireoidismo13; uremia14 que acompanha a insuficiência renal15; febre reumática16; tuberculose17; infarto do miocárdio18; lesão19 ou trauma no tórax20; miocardite21; radioterapia22 no tórax20 e mesmo efeito colateral23 de alguns medicamentos.
Quais são os principais sinais24 e sintomas25 da pericardite1?
A pericardite1 pode ser aguda ou crônica. A pericardite1 aguda é a inflamação2 repentina do pericárdio3 e dura, em média, duas semanas. A forma crônica tem início gradual e persiste durante um tempo maior. Os principais sinais24 e sintomas25 da pericardite1 são:
- Dor aguda e continuada.
- Dificuldade de respirar ao se deitar, a qual se alivia ao assentar-se com o tórax20 inclinado para frente.
- Ansiedade.
- Tosse seca.
- Cansaço.
- Febre26.
Na ausculta27 cardíaca pode-se ouvir um som anômalo, chamado atrito pericárdico, resultante da fricção entre si das camadas do pericárdio3. Os sons normais do coração4 podem estar pouco audíveis, em virtude do acúmulo de líquidos entre as membranas e lâminas pericárdicas. Na ausculta27 pulmonar os sons podem estar enfraquecidos e podem-se ouvir estalidos nos pulmões28. A dor, localizada no centro ou no lado esquerdo do tórax20, pode irradiar-se para o ombro esquerdo e o pescoço29.
Como o médico diagnostica a pericardite1?
O diagnóstico30 da pericardite1 deve ser feito pela história clínica do paciente e pelo exame físico, levando-se em conta sobretudo os sons anormais das auscultas cardíaca e pulmonar. Alguns exames complementares como a radiografia do tórax20, o eletrocardiograma31, a ecografia32 cardíaca e os exames laboratoriais tais como hemograma, VHS33 (velocidade de hemossedimentação34) e dosagem de enzimas cardíacas podem complementar o diagnóstico30. A ressonância magnética35 pode detectar um derrame36 líquido no pericárdio3. Os sintomas25 da pericardite1 devem ser diferenciados daqueles de outras doenças relacionadas como pneumonia37, embolia38 pulmonar, refluxo gastroesofágico39, infarto40 agudo41 do miocárdico, etc.
Como o médico trata a pericardite1?
Os casos leves são tratados com medicamentos anti-inflamatórios e medicações que visem amenizar a dor. Se o paciente não apresentar complicações pode fazer tratamento oral em casa devendo, contudo, evitar esforços. Pacientes com pericardite1 e derrame36 pericárdico de moderada gravidade ou aqueles que apresentam alguma doença grave associada devem ser internados. Quando se conhece as causas da pericardite1 elas devem ser tratadas pelos meios próprios. Se a função cardíaca estiver alterada, também deve ser tratada; se for normal, o médico pode adotar uma atitude expectante. Em casos mais graves, em que ocorre uma constrição42 do pericárdio3 após uma pericardite1 de qualquer etiologia43, em virtude da proliferação de tecido44 fibroso cicatricial, pode ser indicado o tratamento cirúrgico. Essa constrição42 pode ser o estágio final da inflamação2 do pericárdio3, prejudicando o seu funcionamento normal.
Como evolui a pericardite1?
A evolução da pericardite1 depende da sua causa. Os casos mais simples recuperam-se em poucos meses. Casos graves podem ser muito duradouros ou mesmo mortais.
Pode haver recorrência45 da pericardite1, mesmo se adequadamente tratada, principalmente nas idiopáticas ou virais e naquelas em que existe etiologia43 autoimune46.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.